segunda-feira, 6 de maio de 2019

BR -101 deixa de ser 'Rodovia da Morte' e vira 'Rodovia do Medo'


Divulgação

É comum se deparar com carros voltando na contramão na tentativa de fugir de arrastões e assaltos.Até poucos anos a BR- 101 era apelidada de “Rodovia da Morte” diante o número de mortos por conta da série de acidentes, antes de sua duplicação, o que aconteceu em grande parte do trecho que compreende a área central da cidade de Campos até a subida da ponte Rio Niterói. Superado de forma destacada esse drama que tirou a vida de centenas de pessoas ao longo dos anos, muito em decorrência das imprudências, eis que surge algo diferente, mas não menos assustador.

Nesse caso a violência está fazendo os motoristas e cidadãos que trafegam no trecho de 35 km, de Niterói à Manilha passarem quase que diariamente por risco, pior, pânico. São centenas de vídeos e fotos postadas nas redes sociais que constatam a série de assaltos a mão armada. E junto as imagens e depoimentos desesperados, o pedindo para que as autoridades públicas possam se manifestar e agir.

É comum se deparar com carros voltando na contramão na tentativa de fugir de arrastões e assaltos. Se utilizando muitas vezes de motos, os bandidos assaltam de tudo, sem escolha, são caminhões de cargas, coletivos, carros de passeio, motos, muitas vezes se utilizando de fuzis.

O deputado federal, Wladimir Garotinho (PSD) declarou ao Site Ururau que nesta segunda-feira (06/05) estará oficiando o gabinete do ministro da segurança, Sérgio Moro, destacando que tenta há dois meses uma audiência com o ministro, que não atendeu a solicitação.

“Vou encaminhar um ofício ao Sérgio Moro que é o responsável pela questão, e farei um discurso na tribuna da Câmara. Já tenho um pedido de agenda com ele faz dois meses, mas como de costume de um governo que não escuta o Congresso, não obtive resposta. Encaminharei um ofício relatando a situação é cobrando providências. Além de representante do povo sou usuário da rodovia, amanhã mesmo estarei trafegando por ela”, declarou Wladimir, que tem outra pauta a ser apresentada à Moro e que também está relacionada a segurança. “A outra pauta é sobre o plano de combate à segurança que ele divulgou que vai implementar em 10 cidades de até 500 mil habitantes. Levarei a ele as estatísticas e pleitear que Campos seja uma delas”.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF), contou em 2018 com o apoio da Força Nacional e do Exército que permaneceram por um tempo nestes locais, na tentativa de passar segurança aos motoristas.

O fato de ter um presidente da República do Rio de Janeiro e com perfil que o elegeu, de combate a violência, sua principal bandeira, os fluminenses esperavam que uma medida eficaz fosse tomada de imediato, o que não aconteceu.

A estimativa é de que 80 mil veículos trafegam pela rodovia diariamente, e nesse trecho de constantes engarrafamentos, fazem os bandidos da área do Complexo do Salgueiro, promoverem os assaltos na rodovia. O trecho é reconhecido como o mais violento de todas as rodovias federais, com média de dois assaltos por dia.

São muitos os casos de mortes e das quais ganharam muito destaque a de um Tenente do Exército, a de um jovem que estava no carro com pai e mais recente, no dia 18, em São Gonçalo, um motociclista de 41 anos.

“Esse local é crônico. Agora, pelos crimes que estão ocorrendo lá serem muito localizados na BR 101, em tese é de responsabilidade de PRF, pois a ela cabe combater esse tipo de ocorrência na rodovia federal. Ocorre que a PRF problemas de déficit de efetivo como todas as instituições policiais do país, e as federais tem déficits ainda maiores que as estaduais. A PF e PRF tem muitos cargos vagos que não foram preenchidos novamente através de concursos públicos, e isso se refrete na fragilidade nas fronteiras e nas estradas federais. Mas o problema ali não se restringe a PRF, porque tem comunidades ali ao lado da estrada que são dominadas por facções criminosas e isso a PRF não tem como agir, cabe as polícias estaduais, principalmente a Polícia Militar. Então, essa facilidade de promover o assalto e voltar para dentro da comunidade facilita o assalto. O que deve ter é uma integração entre as forças federais e estaduais, com policiamento repressivo para diminuir essa situação, com inteligência entendendo de onde eles saem e atuar em cima disso”, declarou ao Site Ururau Roberto Uchôa, especialista em segurança pública e Polícia Federal.

Fonte: Ururau

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