quarta-feira, 5 de junho de 2019

Água de chuva acumulada forma piscinão em cobertura de shopping e preocupa

Vizinhos ao prédio temem ser contaminados por chikungunya, dengue ou zika transmitidos pelo Aedes aegypti


Água acumulada sobre a laje do shopping (Reprodução Redes Sociais)

Moradores que residem ao redor do Turfecentro Shopping, em Campos, reclamam do acúmulo de água parada sobre a laje do edifício, o que formou um verdadeiro piscinão. Segundo eles, o problema já duraria há cerca de um ano. A situação piorou a partir das chuvas de março, de acordo com um dos vizinhos.

A preocupação é com a possibilidade de foco de mosquitos, pois o vírus transmitido pelo Aedes Aegypti tem atingido uma série de pessoas que foram infectadas. Só no mês de maio, 1076 registros de chikungunya aconteceram no município. A direção do shopping foi procurada pela reportagem por telefone, mas ainda não houve respostas sobre as queixas dos moradores que fizeram fotografias e compartilharam em redes sociais.

O Turfecentro Shopping instalado na Avenida 28 de Março, no bairro do Turfe Clube, perdeu vários lojistas por conta da crise econômica. No local funcionavam dois cinemas, restaurantes e lanchonetes. O espaço deixou de ser frequentado pelo grande público nos últimos anos. Ao lado do shopping funciona uma academia de ginástica e de dança. Frequentadores costumam visualizar a cobertura do centro de compras tomada pela água acumulada da chuva que leva semanas para evaporar. “A impressão é que não tem como a água escoar do telhado. Para mim, a água parada é foco certo de mosquito”, disse a a aluna Mariana Carvalho.

Outro morador disse que em março recebeu uma visita de agente do Centro de Controle de Zoonoses que combate o mosquito da dengue. “Mostrei a cobertura do shopping para ela que ficou espantada. Na ocasião, a agente do CCZ disse que informaria o setor sobre o problema. Pedi ajuda, pois já fui pessoalmente me queixar com segurança e com a gerência do shopping. Até hoje nada foi feito”, informou Breno Souza. Além de casas e comércios, próximo ao shopping está o Instituto Superior de Educação Professor Aldo Muylaert (Isepam), onde estudam centenas de estudantes. “Todo mundo está correndo risco com a água parada, pois pode ser um criadouro do mosquito da dengue”, disse.

A reportagem conversou com alguns lojistas por telefone, mas eles não quiseram comentar sobre o assunto. A direção do shopping foi procurada durante toda a tarde também por telefone, mas não houve êxito. De janeiro a maio deste ano, Campos dos Goytacazes registrou 32 casos de dengue e 3500 de chikungunya. Apenas em maio foram 1076 registros de chikungunya. Não há caso de zika conhecido até o momento

Nota da Prefeitura

O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) esclarece que já havia notificado o proprietário para intervenção e promoção de melhoria no escoamento do espaço. A equipe retornou ao local posteriormente, fez a aplicação de larvicida para que não houvesse ambiente favorável para a procriação do mosquito Aedes aegypti e retornará nesta quarta (5) para acompanhar intervenção emergencial a ser realizada pelo responsável pelo estabelecimento.

Mais de 90% dos focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya, estão no interior das residências habitadas e nos seus quintais, por isso, é fundamental a participação da população eliminando focos. É fundamental que todo cidadão reserve 10 minutos para vistoriar possíveis ambientes propícios para focos, como bebedouro de animais domésticos, calhas com acúmulo de folhas, tampas e garrafas ao ar livre, além de pneus e outros objetos que possam acumular água. Também é necessário manter caixas d’água com tampa.

O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) intensificou as ações com mutirões nas últimas semanas, principalmente, nos bairros e distritos com maior número de casos. O CCZ também está atuando com carro fumacê nos locais com maior incidência. Outra forma de prevenir é não fazer o descarte de lixo e entulho em terrenos baldios e nem em vias públicas e aguardar a coleta de lixo regular nos bairros.
Fonte: Terceira Via

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