Genilson Pessanha
Segundo informe epidemiológico do estado do Rio de Janeiro, Campos é a segunda cidade com maior índice de infestação predial de Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. Outros quatro municípios deixaram de realizar levantamento no último boletim, divulgado em maio, alegando situação de epidemia. Todos eles estão na região Noroeste Fluminense. Ainda segundo o levantamento, 87,2% dos focos de mosquitos estão nas residências e estabelecimentos comerciais. Em Campos, de acordo com a Prefeitura, essa porcentagem é maior que 90%. Neste ano, o município já confirmou 3.387 casos de Chikungunya. Somente no último mês, foram registrados 1.107 casos. O diretor do CCZ, Marcelo Sales, um relatório será gerado e encaminhado ao Ministério Público Estadual (MPE), para serem tomadas as providências cabíveis. Para amenizar a situação, a Prefeitura tem apostado em mutirões de combate ao Aedes, como o que foi realizado ontem em Farol de São Thomé, acompanhado pelo prefeito Rafael Diniz (PPS).
Campos segue com a média de 300 atendimento por dia no Centro de Referência de Doenças Imuno-infecciosas (CRDI) e o responsável pela unidade alerta: “a doença começou mais cedo este ano e ainda não existe previsão de queda do número de casos”.
— A doença está pegando mais de uma pessoa por família, várias pessoas da mesma rua. O vírus da chikungunya tem a característica de um período de viremia maior. A presença do vírus no sangue, após o início dos sintomas, é de até 20 dias. O da dengue, por exemplo, é de 5 a 7 dias. Por isso, a chance do mosquito de picar alguém doente e ficar infectado é maior, causando aumento da contaminação pela doença — explicou o diretor do CRDI, Luiz José de Souza.
Segundo o Estado, os sete municípios que apresentaram os maiores Índices de Infestação Predial (IIP) foram: Piraí (4,7%), Campos dos Goytacazes (4,4%), Rio Bonito (3,7%), Volta Redonda (3,6%), Conceição de Macabu (3,0%), Iguaba Grande (3,0%) e Três Rios (3,0%). Os municípios de Bom Jesus de Itabapoana, Itaocara, Itaperuna e Miracema, todos na região Noroeste, não realizaram o levantamento. Segundo o documento, o fato é justificado pelo de quadro de epidemia de febre chikungunya que atingiu seus residentes.
O combate ao vetor da doença ainda não trouxe efeitos e, como as chuvas continuam, o pedido é que todos cuidem de seus imóveis, já que o estudo aponta que 87,2% dos 5.359 criadouros encontrados no Estado estavam em residências ou quintais e estabelecimentos comercial. Na região Norte Fluminense, 40,9% dos focos estavam em depósitos móveis, como vasos e frascos com água, prato, garrafas, pingadeira, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral, entre outros. “Para esse tipo de depósito as soluções são de responsabilidade dos ocupantes do imóvel, pois requerem ações cotidianas de inspeção dos seus ambientes, para eliminação de possíveis criadouros do mosquito”, alerta o documento.
Mayaro - Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) descobriram que outra arbovirose, com sintomas parecidos com os da febre chikungunya, circulou em Niterói, na região metropolitana do Rio, em 2016. A descoberta dos cientistas acendeu o alerta para a possibilidade de outros casos diagnosticados como chikungunya serem, na verdade, do vírus Mayaro, que também pode ser transmitido pela picada dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. Segundo o pesquisador Edimilson Vigotski, apesar de não ser mais forte, a incidência de um novo vírus faz com que ele encontre mais pessoas sem resistência, podendo causar novas epidemias.
Campos segue com a média de 300 atendimento por dia no Centro de Referência de Doenças Imuno-infecciosas (CRDI) e o responsável pela unidade alerta: “a doença começou mais cedo este ano e ainda não existe previsão de queda do número de casos”.
— A doença está pegando mais de uma pessoa por família, várias pessoas da mesma rua. O vírus da chikungunya tem a característica de um período de viremia maior. A presença do vírus no sangue, após o início dos sintomas, é de até 20 dias. O da dengue, por exemplo, é de 5 a 7 dias. Por isso, a chance do mosquito de picar alguém doente e ficar infectado é maior, causando aumento da contaminação pela doença — explicou o diretor do CRDI, Luiz José de Souza.
Segundo o Estado, os sete municípios que apresentaram os maiores Índices de Infestação Predial (IIP) foram: Piraí (4,7%), Campos dos Goytacazes (4,4%), Rio Bonito (3,7%), Volta Redonda (3,6%), Conceição de Macabu (3,0%), Iguaba Grande (3,0%) e Três Rios (3,0%). Os municípios de Bom Jesus de Itabapoana, Itaocara, Itaperuna e Miracema, todos na região Noroeste, não realizaram o levantamento. Segundo o documento, o fato é justificado pelo de quadro de epidemia de febre chikungunya que atingiu seus residentes.
O combate ao vetor da doença ainda não trouxe efeitos e, como as chuvas continuam, o pedido é que todos cuidem de seus imóveis, já que o estudo aponta que 87,2% dos 5.359 criadouros encontrados no Estado estavam em residências ou quintais e estabelecimentos comercial. Na região Norte Fluminense, 40,9% dos focos estavam em depósitos móveis, como vasos e frascos com água, prato, garrafas, pingadeira, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral, entre outros. “Para esse tipo de depósito as soluções são de responsabilidade dos ocupantes do imóvel, pois requerem ações cotidianas de inspeção dos seus ambientes, para eliminação de possíveis criadouros do mosquito”, alerta o documento.
Mayaro - Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) descobriram que outra arbovirose, com sintomas parecidos com os da febre chikungunya, circulou em Niterói, na região metropolitana do Rio, em 2016. A descoberta dos cientistas acendeu o alerta para a possibilidade de outros casos diagnosticados como chikungunya serem, na verdade, do vírus Mayaro, que também pode ser transmitido pela picada dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. Segundo o pesquisador Edimilson Vigotski, apesar de não ser mais forte, a incidência de um novo vírus faz com que ele encontre mais pessoas sem resistência, podendo causar novas epidemias.
Atendimento no CRDI (Foto: Isaías Fernandes) / Isaías Fernandes
Há mais de 15 dias em tratamento da doença, Márcia Alves é moradora do Parque Lebret e voltava para tratamento, na tarde da última quinta (6), na sede do CRDI, que funciona no Centro, na avenida José Alves de Azevedo, ao lado do Hospital Plantadores de Cana. “As dores continuam, eu não melhorei ainda”, lamenta. Campos já teve uma sede do órgão para atender a população que vive à margem esquerda do rio Paraíba do Sul em 2013 e muitos sentem falta da unidade.
— É sempre difícil. A gente tem que vir aqui pegar senha e ficar o dia inteiro aguardando atendimento. Se estiver perto de casa, a gente pode ir e voltar — contou Pedro Gomes. Entramos em contato com a assessoria do município sobre a possibilidade de instalação de outra unidade, mas não tivemos resposta.
O diretor do CRDI, Luiz José de Souza, afirmou que todas as pessoas estão recebendo atendimento na cidade. “Nem todo mundo que está doente precisa procurar o CRDI. Quem está com os sintomas mais simples não precisa fazer exames. O único município da região que faz exame é Campos. Os outros não fazem. Quem precisa fazer são os pacientes que tem muita sintomatologia. Nosso objetivo principal com o Centro de Referência é evitar óbitos, ter um diagnóstico preciso e precoce, além de fornecer dados epidemiológicos”, explicou o diretor do CRDI.
O CRDI conta, desde o dia 20 de maio, com uma nova estrutura de atendimento, viabilizada pela Prefeitura de Campos através da Secretaria Municipal de Governo. Ao todo, são mais quatro salas divididas da seguinte forma: duas para o atendimento médico à população e as outras para hidratação e enfermagem, respectivamente.
Região Norte teve sua primeira morte - A região Norte Fluminense teve seu primeiro caso de morte pela doença, confirmado pela Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de Estado de Saúde (SES) na última segunda-feira (3). Antes disso, oito mortes estava sendo investigadas no município de Itaperuna. Na última quarta, a Defensoria Pública em atuação em Bom Jesus de Itabapoana conseguiu uma decisão na justiça obrigando a cidade a tomar medidas para o combate ao mosquito e atendimento aos pacientes. Em comum, além de problemas com a chikungunya, está o fato de que, mesmo procurados diversas vezes pela Folha da Manhã na última semana, todos os municípios não se manifestaram sobre o assunto.
— É sempre difícil. A gente tem que vir aqui pegar senha e ficar o dia inteiro aguardando atendimento. Se estiver perto de casa, a gente pode ir e voltar — contou Pedro Gomes. Entramos em contato com a assessoria do município sobre a possibilidade de instalação de outra unidade, mas não tivemos resposta.
O diretor do CRDI, Luiz José de Souza, afirmou que todas as pessoas estão recebendo atendimento na cidade. “Nem todo mundo que está doente precisa procurar o CRDI. Quem está com os sintomas mais simples não precisa fazer exames. O único município da região que faz exame é Campos. Os outros não fazem. Quem precisa fazer são os pacientes que tem muita sintomatologia. Nosso objetivo principal com o Centro de Referência é evitar óbitos, ter um diagnóstico preciso e precoce, além de fornecer dados epidemiológicos”, explicou o diretor do CRDI.
O CRDI conta, desde o dia 20 de maio, com uma nova estrutura de atendimento, viabilizada pela Prefeitura de Campos através da Secretaria Municipal de Governo. Ao todo, são mais quatro salas divididas da seguinte forma: duas para o atendimento médico à população e as outras para hidratação e enfermagem, respectivamente.
Região Norte teve sua primeira morte - A região Norte Fluminense teve seu primeiro caso de morte pela doença, confirmado pela Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de Estado de Saúde (SES) na última segunda-feira (3). Antes disso, oito mortes estava sendo investigadas no município de Itaperuna. Na última quarta, a Defensoria Pública em atuação em Bom Jesus de Itabapoana conseguiu uma decisão na justiça obrigando a cidade a tomar medidas para o combate ao mosquito e atendimento aos pacientes. Em comum, além de problemas com a chikungunya, está o fato de que, mesmo procurados diversas vezes pela Folha da Manhã na última semana, todos os municípios não se manifestaram sobre o assunto.
Segundo a SES, foram registrados, até 28 de maio de 2019, 36.289 casos de chikungunya, com 7 óbitos. No mesmo período de 2018, foram 23.492 casos de chikungunya.
Em Bom Jesus, com a tentativa de engajar a população no combate de focos, a prefeitura divulgou nas redes sociais que o imóvel que não possuir focos serão indicadas por um adesivo verde. Já as residências fechadas receberão o selo vermelho identificando que não foi possível entrar no local. “O objetivo dessa ação mostrar à população por onde os agentes passaram, se foram ou não recebidos, e quais casas podem possuir focos do mosquito Aedes aegypti”. A cidade decretou situação de emergência por epidemia da doença em maio. Além dela, Miracema também publicou decreto.
Em Bom Jesus, com a tentativa de engajar a população no combate de focos, a prefeitura divulgou nas redes sociais que o imóvel que não possuir focos serão indicadas por um adesivo verde. Já as residências fechadas receberão o selo vermelho identificando que não foi possível entrar no local. “O objetivo dessa ação mostrar à população por onde os agentes passaram, se foram ou não recebidos, e quais casas podem possuir focos do mosquito Aedes aegypti”. A cidade decretou situação de emergência por epidemia da doença em maio. Além dela, Miracema também publicou decreto.
Fonte:Fmanhã
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