sábado, 24 de agosto de 2019

“Eu nunca imaginei que ele faria isso comigo”, diz médica que foi agredida por lutador


Defesa da vítima espera justiça emitir medidas protetivas para proteger médica do suspeito

Cíntia Silva Maciel em entrevista (Foto: André Santo)

“Eu nunca imaginei que ele faria isso comigo”. Essa é a declaração da médica Cíntia Silva Maciel, de 32 anos, que voltou a falar sobre as agressões que sofreu quase uma semana após o crime. Ela reuniu parte da imprensa campista e contou detalhes da violência que sofreu. O principal suspeito é o namorado de Cíntia, o lutador de artes marciais, Francinei Farinazo, de 35 anos.

A última vez que os dois tiveram contato foi quando, ainda na delegacia, ele mandou uma mensagem para o aparelho celular dela com a seguinte frase: “Tenha misericórdia, me tira daqui”. Cíntia acredita na justiça e que Francinei pagará pelo crime.

De acordo com Cíntia, a Deam enviou à justiça o pedido de medidas protetivas à vítima, desde terça-feira (20). A defesa dela quer que o suspeito seja impedido de se aproximar da vítima por uma distância de 300 metros, além de não poder fazer contatos com ela, seja por telefone ou mensagem.

O inquérito policial foi encerrado na quinta-feira (22) e enviado para apreciação do Ministério Público.

Confira parte da entrevista

“Estive com ele desde o período da manhã, fizemos atividades, encontramos uns amigos em um bar. Estava tudo tranquilo até então. Depois fomos a um restaurante japonês e ali ele começou a ficar alterado. Sentei para comer e um garçom, que já é amigo pela minha frequência, me serviu uma bebida. Quando fui comer, ele se exaltou e o garçom ficou assustado. Fiquei constrangida, tentei conversar com ele, mas ele se retirou da mesa e ficou do lado de fora. Depois, eu saí para ir embora e ele não quis me acompanhar. Ele estava com os amigos dele, já mais exaltado. Eu tentei conversar com ele, mas ele veio para cima de mim. Tentei afastá-lo e ele acabou me empurrando. Logo após, um carro passou. Eu entrei no carro e fui levar minha prima em casa. Um amigo dele me ligou insistentemente várias vezes, pedindo para eu retornar e falar com ele. Disse que estava muito agitado e que tentava acalmá-lo. Eu não queria voltar, minha prima me pediu para não voltar, pois eu estava bastante insegura. Eu decidi que voltaria. Aí, eu retornei, ele entrou no carro muito agressivo e falou alguma coisa que queria ir embora pra casa. Eu disse que ele iria para o Rancho, e se ele fosse, iria também. Ele começou a gritar e já entrou me golpeando. Eu tentei me proteger, mas estava com uma mão no volante e tentei proteger o meu rosto. Só que ele me golpeava no rosto, de um lado e de outro. Depois, eu já não me lembro de muita coisa por causa dos golpes. Eu comecei a sangrar muito, pedi a ele para parar. Eu acredito que fiquei desacordada. Quando dei por mim, já estava chegando no Hospital Ferreira Machado, no Pronto Socorro”.

Entenda o caso:

Cíntia deu entrada no HFM, na noite do último domingo (23), levada pelo próprio Francinei. Para justificar os ferimentos à equipe médica, ele teria alegado que ambos tinham sofrido um acidente de carro.

Na última segunda, Cíntia falou com exclusividade ao Jornal Terceira Via. Ela contou que se relacionava com o professor de artes marciais há cerca de cinco meses e que a agressão teria acontecido após três fins de semana de brigas consecutivas.

“Acidente”

De acordo com a médica, seu carro foi encontrado sujo de sangue em um posto de combustíveis próximo ao HFM, onde teria sido abandonado pelo professor de artes marciais. “Segundo colegas de trabalho que estavam de plantão no momento, ele me levou para o Ferreira Machado. Chegou me segurando pelo pescoço. Tinha as mãos sujas de sangue, mas disse que meus ferimentos haviam sido ocasionados por um acidente de carro”, diz, acrescentando. “Não me lembro de ter feito o percurso do posto até o Hospital”.

Ainda conforme o relato de colegas de Cíntia, Francinei foi detido por um grupo de policiais militares ainda na unidade de saúde.
Fonte:Terceira Via

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