Rafael Diniz propõe discussão e faz gesto aos grevistas, que celebram posicionamento do MP-RJ pela legalidade da paralisação
POR MARCOS CURVELLO
(Foto: Silvana Rust)
Após o prefeito de Campos Rafael Diniz (CDN) divulgar uma carta aberta e propor aos médicos que aderiram à greve iniciada no último dia 7 uma “discussão ampla” sobre a Saúde do município, a entidade que representa a categoria emitiu uma nota comemorando posicionamento do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) a respeito da legalidade da paralisação.
Para o presidente do Sindicato dos Médicos de Campos (Simec), José Roberto Crespo, o entendimento de que o direito de greve é “assegurado a qualquer trabalhador, inclusive nos serviços essenciais, desde que garantida a continuidade dos atendimentos de urgência e emergência”, representa “o reconhecimento público do movimento da categoria em prol de melhores condições de trabalho para os médicos e elevação da qualidade dos atendimentos prestados nas unidades de saúde”.
“Cumprimos todos os trâmites legais, garantindo integralmente os atendimentos previstos na Lei de greve. Foram paralisados, tão somente, os atendimentos eletivos. Reconhecemos que a paralisação é a única forma de reivindicação e de negociação com o Poder Público Municipal”, disse o presidente do Simec.
A nota é mais um movimento no jogo de nervos que se tornou a paralisação dos médicos e chega em um momento em que a Prefeitura acena à categoria, após uma tentativa fracassada de tentar encerrar a paralisação. Crespo participou, na noite desta segunda-feira (19), de uma reunião com o secretário municipal de Saúde Abdu Neme. O encontro aconteceu na sede da pasta e serviu para comunicar ao Simec medidas que deverão ser adotadas pelo município nos próximos dias. De acordo com a nota divulgada pela entidade, o secretário afirmou que será feito nesta terça-feira (20) o pagamento de 50% de gratificações e substituições referentes aos meses de julho e junho.
Para o presidente do Simec, porém,“ainda há muito a ser discutido”.
“As reivindicações da categoria são múltiplas, e o atendimento parcial de algumas delas não é suficiente para a suspensão da paralisação. A luta continua”, disse Crespo.
Na carta divulgada no portal da Prefeitura, Rafael Diniz reconhece que “nosso atual sistema de saúde tornou-se insustentável”, afirma se tratar de um processo “histórico” e propõem 14 pontos a serem discutidos com os médicos, que vão do fim da complementação dos salários do profissional do estado até a ampliação do horário de funcionamento dos ambulatórios nas unidades de saúde.
Segundo Crespo, porém, as propostas precisam ser avaliadas “de forma minuciosa”.
“Precisaremos avaliar com atenção. De antemão, afirmo que algumas delas estão fora do viés de aceitação”, concluiu o presidente do Simec.
Fonte:Terceira Via
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