segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Partidos já se movimentam na disputa pela prefeitura

As siglas de maior tradição na política podem ser surpreendidas por legendas menos expressivas devido ao movimento de renovação
POR OCINEI TRINDADE


Cogitações partidárias: Rafael candidato à reeleição e o deputado Wladimir como um de seus adversários (Foto:Carlos Grevi)

O Brasil conta atualmente com 33 partidos registrados. Alguns nomes substituíram siglas. É o caso do Cidadania, partido do prefeito de Campos, Rafael Diniz, que antes se chamava PPS (Partido Progressista Socialista) que já foi PCB (Partido Comunista Brasileiro). Nas próximas eleições municipais, o Cidadania e todas as legendas com seus candidatos serão testados nas urnas e nas coligações que pretendem fazer. Tudo indica que Rafael disputará a reeleição em 2020. Partidos tradicionais como PDT, MDB, PT e PSDB, além dos menos conhecidos na cidade, já se movimentam para o pleito.

Para o cientista social José Luis Vianna Cruz, os partidos que mais devem crescer nas próximas eleições são o Partido Social Cristão (PSC) do governador Wilson Witzel, e o Partido Social Liberal (PSL) do presidente Jair Bolsonaro. “A eleição municipal tem outras peculiaridades, depende dos grupos nas cidades. Está tudo muito indefinido e acontecendo rápido. Não sabemos como se portarão os governos do estado e do município até lá. Já se desenha uma dança de candidatos e migrações de partidos atualmente” avalia.

De acordo com José Luis, ainda há um desgaste do Partido dos Trabalhadores e o antipetismo até o momento é forte. “O presidente Bolsonaro tem um apoio fiel da 30% do eleitorado que é grande. O conservadorismo moral, os religiosos e os mais pobres, além dos adeptos das rede sociais e das fake news podem dificultar uma volta forte do PT nas próximas eleições municipais” observa.


José Luis Viana Cruz é cientista social: análise sobre os partidos (Foto: Arquivo)

O MDB segue como um partido de destaque e influente, além do Democratas, considerados grandes forças oligárquicas no país. Para José Luis Vianna, as composições sem recorte ideológico e programático vão continuar no Brasil, principalmente nas eleições locais. “Em Campos, os clãs políticos são mais fortes que os partidos como os Garotinho, os Vianna e os Barbosa Diniz. Por último, o clã Barcellar. O conservadorismo local em Campos sempre foi muito forte. Entretanto, as próximas eleições podem ser pautadas pelo bolsonarismo e pelo antibolsonarismo, além do interesse pelo petismo e antipetismo”, avalia.

Wladimir, Caio e Bacellar


O deputado federal filiado Wladimir ao Partido Republicano Progressista (PRP) é um nome de destaque nas próximas eleições municipais. Assim como deputado estadual Rodrigo Bacellar, do Solidariedade. Cogita-se, ainda, que Caio Vianna (Foto), presidente do PDT (Partido Democrata Trabalhista) local disputará o pleito, mas ele negou-se a dar entrevista.

MDB

Para Leandro Castello, membro permanente do diretório do MDB, presidido por José Silvestre Neto é muito cedo para falar em candidaturas”. A política é muito dinâmica. De qualquer forma, o MDB quer realizar uma grande nominata e eleger entre 3 e 4 vereadores. A maior preocupação do partido para 2020 é obter novas filiações, o maior número possível, além de fortalecer as bases do partido. Falar em nomes pode ser prematuro, mas há quadros históricos e experientes no MDB como os ex-deputados Fernando Leite e Geraldo Pudim, além de Arnaldo Vianna, ex-prefeito e ex-deputado federal”, destaca.

PSL e Gil Vianna


Deputado estadual Gil Vianna do PSL (Foto:Arquivo)

O deputado estadual Gil Vianna diz que vai disputar a Prefeitura de Campos. O coordenador do PSL na região acha que o momento é propício. Estou com quase 54 anos de idade e sem dúvida estou preparado. As pessoas vão saber de fato, quem é quem, e quem realmente vai poder contribuir mais com sua experiência, com a finalidade e lealdade, o que temos de sobra. Então estamos prontos para disputar a eleição de 2020”, disse.

Rede Sustentabilidade

A Rede Sustentabilidade possui 500 filiados em Campos e boas expectativas para 2020. De acordo com o filiado Thiago Miquilito, a Rede não compactua com radicalismos de direita e de esquerda. “Não estamos dispostos a nos vincular com uma das oligarquias do município. A ideia é que tenhamos uma nominata de vereadores forte, capaz de eleger pelo menos dois vereadores. Sobre a majoritária estamos estudando um nome com experiência e capacidade administrativa; empatia e sensibilidade com as pessoas mais carentes; preocupado com a geração de emprego e renda”, diz.

Novo

O Partido Novo foi criado em 2015, mas só em 2018 ganhou mais visibilidade devido à candidatura de João Amoedo à Presidência da República. Em Campos, um diretório foi criado em 2018, mas já se sabe que o Novo não poderá concorrer nas eleições majoritárias para prefeito, pois não atingiu o número mínimo de 150 filiados. Os integrantes do Novo, Gustavo Messinger e Ralph Ibrahim, ainda aguardam orientações do diretório estadual.


Odisseia Carvalho é vice-presidente do diretório do PT em Campos (Foto: Arquivo)

Partido dos Trabalhadores

De acordo com a vice-presidente do PT em Campos, Odisséia Carvalho, o partido pretende construirmos uma candidatura fruto de um debate e de um projeto pra Campos, em uma frente com partidos de esquerda e progressistas. A escolha não será necessariamente um nome do PT. “Temos nomes de peso como José Maria Rangel, Roberto Moraes, Ana Cunha, entre outros, que podem representar essa frente. O antipetismo e o sentimento de anti-esquerda são movimentos fascistas representado pela extrema-direita no bolsonarismo. Em Campos, mais de 60% das pessoas votaram no presidente Jair Bolsonaro. É preciso fazer com que a população entenda o que está acontecendo sobre perseguições à esquerda. Campos é uma cidade extremamente conservadora e se encaixa no contexto do que ocorre no país.

O PT conta com cerca de 5 mil filiados em Campos. Para Odisseia, os partidos tradicionais não devem oferecer diferentes alternativas em 2020. “Na última eleição, Arnaldo Vianna não apoiou o filho Caio Vianna e não conseguiu transferir votos para Geraldo Pudim do MDB. Não vejo como inovadores os nomes de Rodrigo Bacellar (Solidariedade), Caio Vianna (PDT) e Gil Viana (PSL) que tem o apoio de Bolsonaro para disputar a sucessão de Rafael Diniz. Acho que o PT precisa fazer uma autocrítica e avaliar os erros que cometeu, mas acredito que nos anos em que o PT esteve no governo os pobres foram olhados e a economia foi bastante ativa, o país se desenvolveu com projeção internacional. Infelizmente, vivemos atualmente um governo ditador eleito democraticamente”, conclui.
Fonte:Terceira Via

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