segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Ministro do STF coloca o próprio Tribunal como uma dos responsáveis pelo aumento do número de partidos no país



Em entrevista a um programa do SBT no último domingo, 12, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), colocou o próprio Tribunal como responsável pelo aumento, nos últimos anos, do número de partidos políticos no país.

Segundo Gilmar Mendes, o STF cometeu um grande erro ao derrubar a cláusula de desempenho em 2006 e complementar a decisão no julgamento da fidelidade partidária, quando determinou que quem saísse de uma sigla perderia o mandato, a não ser que fosse para criar uma nova legenda.

“O resultado é que [o STF] deu a senha para essa multiplicação de partidos”, disse em entrevista ao jornalista Fernando Rodrigues, no programa Poder em Foco, que é fruto de uma parceria editorial com o jornal digital Poder 360, e que foi ao neste final de semana.

Ao analisar o momento político atual do país, Gilmar Mendes afirmou que não vê riscos à democracia, e que não acha que o presidente da república, Jair Bolsonaro (sem partido), esteja de fato empenhado em promover uma ruptura democrática, apesar das declarações de seus filhos.

Durante a entrevista, o ministro falou ainda de itens que estão na pauta do STF neste ano, como o andamento de ações referentes à Lava Jato, o vazamento de mensagens supostamente trocadas entre integrantes da força tarefa dessa investigação e recursos do ex-presidente Lula (PT-SP).

“Eu acompanho esse processo do [ex] presidente Lula no exterior e devo dizer que a Justiça brasileira fica em luzes pouco positivas”, avaliou Gilmar Mendes.

O tema vem ganhando mais notoriedade depois do racha no PSL, que provocou a saída de Jair Bolsonaro do partido, juntamente com muitos de seus apoiadores, e o anúncio de que ele estaria saindo para criar um novo partido, por enquanto chamado de Aliança pelo Brasil.

Nas últimas eleições gerais de 2018, o país tinha 35 partidos políticos. Atualmente, são 33 partidos políticos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e mais 77 em formação, segundo o site do órgão máximo da Justiça Eleitoral.
Fonte:O DiárioLagos

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