Depois de informar o 1º caso suspeito de coronavírus na região, a Prefeitura de Macaé publicou, em nota, na manhã desta sexta-feira, 28, nova informações sobre a paciente que pode estar infectada pelo vírus que já foi confirmado em 80 mil casos pelo mundo todo.
De acordo com o município, uma jovem de 22 anos, recém-chegada da Itália, deu entrada no Hospital da Unimed na última quinta-feira, 27, por volta das 14h, mas apesar de apresentar quadro de infecção respiratória, o caso foi considerado sem sinais de gravidade.
“Imediatamente foi aplicado protocolo estabelecido pela Secretaria Estadual de Saúde [do Rio], sendo a paciente orientada a permanecer em quarentena domiciliar, fazendo uso de máscaras, até que seja divulgado o resultado do exame, o que deve ocorrer nas próximas 24 horas”, divulgou a prefeitura nesta sexta.
Em entrevista coletiva concedida em Brasília ainda na noite de quinta-feira, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, revelou que, ao todo no país, são 132 casos suspeitos do coronavírus, contra 20 que haviam sido informados até a última quarta-feira, 26.
Ainda conforme o representante do Ministério da Saúde, levando em conta os casos de notificações que ainda estão sendo analisados, o número de suspeitas pode chegar a 300 casos em todo o país.
No Estado do Rio de Janeiro, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, são 9 casos suspeitos, sendo 2 no Rio de Janeiro, 2 em Niterói, 2 em turistas, 1 em Nova Iguaçu, 1 em Macaé e mais 1 cuja residência ainda é desconhecida.
“Mas este número de 132 precisa de uma correção, ele não é definitivo. É muito maior do que 132. Pessoal trabalhou até agora ao meio-dia [de quinta-feira, 27], pegando informações dos estados, consolidou e fechou esse número de 132 casos suspeitos. Só que nós ficamos com 213 notificações que ainda não foram analisadas pela nossa equipe”, explicou Gabbardo.
O secretário-executivo do Ministério da Saúde comentou ainda sobre o aumento de casos nos últimos dias, explicando que esses dados também se devem ao fato do vírus ter se alastrado recentemente pela Europa.
“O número cresceu muito nessas últimas 48 horas, evidentemente que isso se deve à mudança nos critérios, à inclusão de novos países, ao fluxo migratório importante, significativo, desses países da Europa, principalmente a Itália, a França e a Alemanha; isso fez crescer muito o número de pacientes que nós colocamos aqui como suspeitos”, acrescentou João Gabbardo.
Nesta semana, o Ministério de Saúde confirmou o 1º caso de infecção pelo coronavírus no Brasil, de um homem de 61 anos, morador de São Paulo, que, assim como a paciente registrada em Macaé, também retornou ao país vindo da Itália, país que já registrou mais de 300 casos de infecção pelo vírus e mais de uma dezena de mortes.
Ainda na quarta-feira, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse em entrevista coletiva em São Paulo, ao lado do governador João Doria (PSDB), que embora a vacina contra a gripe não proteja contra o novo coronavírus, a vacinação será importante para facilitar o diagnóstico de casos de infecção pelo novo coronavírus e para evitar que o sistema de saúde fique sobrecarregado.
De acordo com o ministro, a vacina ajudará a diagnosticar a nova doença ao passo que, em pessoas vacinadas, e será possível descartar infecção por outros vírus respiratórios cobertos pela imunização.
Segundo dados do Ministério da Saúde, dos 132 casos suspeitos contabilizados pela pasta, 55 estão em São Paulo e 24 no Rio Grande do Sul, mas recorda que outros 14 estados também têm casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus, porém, todos eles com menos de 10 casos em cada um.
Dos 80 mil casos de infecção pelo coronavírus em todo o mundo, 2.700 levaram ao falecimento, sendo a maioria dos casos fatais registrados na China, onde o vírus surgiu no final do ano passado, na província central de Hubei, especialmente em sua capital Wuhan.
A expectativa é de que, nos próximos dias, o governo federal lance uma campanha de esclarecimento sobre o coronavírus, após decisão tomada em reunião realizada na última quarta-feira, 26, entre Mandetta e mais 8 ministros.
Essa foi a 1ª reunião interministerial comandada pelo novo ministro-chefe da Casa Civil, Braga Netto, e além da presença de Mandetta, contou também com a participação dos ministros da Defesa, Fernando Azevedo e Silva; do Itamaraty, Ernesto Araújo; da Justiça, Sérgio Moro; da Cidadania, Onyx Lorenzoni; do GSI, Augusto Heleno; da Agricultura, Tereza Cristina; e da Secretaria Geral, Jorge Oliveira.
O ministro da Saúde informou que ainda não há uma data de início da veiculação da campanha na mídia, mas ressaltou que será semelhante às anteriores sobre epidemias mundiais, como a da gripe H1N1.
Até a tarde desta sexta-feira, o Ministério da Saúde ainda não tinha nenhuma mudança estabelecida nas regras de circulação em portos e aeroportos do país, mas o governo federal informou que todos os estados atualizaram e enviaram à pasta planos de contingência, com ações para enfrentamento à doença.
O Ministério da Saúde também realizou licitação para a compra de Equipamentos de Proteção Individual, como máscaras, para distribuir a todos os estados do país, ampliando os estoques já disponíveis.
Estado do Rio – No Rio, desde o dia 28 de janeiro, a Secretaria Estadual de Saúde criou o Centro de Operações de Emergência do Estado, que se reuniu na última quinta, 27, após a confirmação do 1º caos do país, em São Paulo.
De acordo com o governo estadual do Rio, o encontro serviu para revisar níveis de alerta e discutir o enfrentamento a um possível surto da doença em território fluminense, que pode chegar a 10 casos suspeitos, já que a Prefeitura de Nova Friburgo divulgou na mesma quinta, que pode ter se deparado com um caso suspeito no município. Segundo a Saúde fluminense, o Estado permanece no Nível Zero do seu plano de contingência, sem casos confirmados.
“Apesar de o Estado do Rio não ter nenhum caso confirmado, as ações do Centro de Operações de Emergência mostram que a Secretaria [Estadual] de Saúde está atuando na prevenção a 1 possível surto. Desde o início do ano, trabalhamos na organização de resposta eficiente e ágil para enfrentar o novo coronavírus”, explicou o secretário estadual de Saúde do Rio, Edmar Santos.
Ainda conforme o governo estadual, o 1º objetivo estratégico é intensificar medidas de segurança para limitar a transmissão “humano a humano”, incluindo as infecções secundárias entre pessoas próximas e profissionais de saúde.
Para isso, a pessoa que apresentar sintomas de doenças respiratórias será identificada imediatamente, isolada e atendida da forma como preconizam a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde.
A Secretaria Estadual de Saúde do Rio reforçou que a prevenção ao coronavírus é a mesma das doenças de transmissão respiratória de forma geral, como outros tipos de gripe, as meningites e o sarampo.
As recomendações são, evitar ambientes fechados com muita aglomeração de pessoas; lavar regularmente as mãos com álcool gel ou álcool 70; não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres e copos; e cobrir o nariz e a boca ao espirrar ou tossir.
Preocupado a chegada do vírus ao Estado vizinho de São Paulo, nas últimas semanas, a Secretaria Estadual de Saúde construiu notas técnicas, fez reuniões com profissionais da rede privada, do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems), além de autoridades da Defesa Civil, das Forças Armadas, e do Corpo de Bombeiros, entre outros. Além dessas, também houve reuniões com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre monitoramento de voos e definição de fluxo de coleta e encaminhamento de amostras ao Laboratório Central Noel Nutels (Lacen-RJ).
Rio das Ostras – Vizinha de Macaé, a cidade de Rio das Ostras já começou a se preparar para tentar lidar com o coronavírus, com a Secretaria de Saúde do município selecionando 64 profissionais para participar de um treinamento ainda este mês.
A ação, que acontece no próximo dia 19, servirá para discutir assuntos como um Plano de Enfrentamento ao Coronavírus, e ações da Vigilância Epidemiológica, e contou com a presença de médicos e enfermeiros de todas as unidades de Saúde do município, além de representantes de outras unidades de Saúde, como Pronto-Socorro e Hospital Municipal de Rio das Ostras.
“Tivemos um número alto de casos de chikungunya no município ano passado e hoje o Governo do Estado chama a atenção para o sarampo, e de uma possível epidemia de dengue tipo 2. Então é um alerta para nossos profissionais quanto ao manejo clínico desses pacientes. Foi uma troca de informações muito significativa”, comentou o Chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica de Rio das Ostras, Andréa Viana.
Fonte:O DiárioLagos
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