MATHEUS BERRIEL
Moradora do bairro Parque Tinola, Júlia perdeu o pai, que era aposentado devido a um problema na vista, quando tinha apenas nove anos de idade. Desde então, coube unicamente à mãe a responsabilidade de buscar a renda familiar. Faxineira durante o dia na agência fidelense do Banco do Brasil, ela também é funcionária da Prefeitura, trabalhando como gari durante a madrugada. A labuta permitiu dar à filha uma educação de qualidade. Júlia cursou todo o ensino fundamental no Colégio Particular de União e Construção (CPUC), antigo Instituto Particular de Educação Unificada (Ipeu), em sua cidade natal. O médio, fez no Instituto Federal Fluminense (IFF), em Campos, integrado ao curso técnico em edificações, com conclusão em dezembro do ano passado.
O desejo de se formar em Direito vem da infância. “Quando eu era menor, com uns oito anos, falava que eu ia fazer faculdade de advocacia, não sabia nem que o nome certo era Direito. Depois, mudei, pensei em fazer Engenharia, Arquitetura, essa área civil. Foi por isso que fui para o IFF. Depois, voltei para o Direito. Acho que sempre foi um sonho meu”, contou Júlia.
Em 2019, estudando das 7h às 18h, a adolescente precisou aproveitar cada instante de tempo livre para focar no vestibular, especialmente aos finais de semana. “Minha mãe sempre me apoiou. Devo muito a ela”, comentou.
Se antes buscava outras pessoas como referência, agora é a própria Júlia quem serve de inspiração para jovens que pretendem lutar por seus objetivos. “Foi possível para mim. Digo que, realmente, nada é impossível com você focando, mantendo uma rotina. Se não passar agora, eventualmente você vai passar. É ter persistência”, estimulou. Seu objetivo, atualmente, é de seguir carreira na diplomacia.
A partir de 17 de fevereiro, quando começam as aulas, dona Adenildes terá que se acostumar com a ausência da filha em casa. Júlia já busca auxílio para morar em São Paulo. Interessados em ajudar podem fazer depósitos na conta da mãe (00363590-0, agência 0192, operação 013, Caixa Econômica Federal). Outra opção é a Casa do Estudante oferecida pela faculdade, onde Júlia aguarda resposta para saber se será aprovada para residir.
Distância à parte, a mãe não consegue disfarçar o orgulho sentido: “Não tenho nem palavras. É só agradecer a Deus, porque ela é uma filha maravilhosa, não me dá trabalho em nada, muito estudiosa.. Só agradecer a Deus”, disse Adenildes.
Júlia Borges já havia passado na FGV antes de receber a notícia de maior satisfação pessoal / Matheus Berriel
Nem só de notícias ruins vive o Norte Fluminense. Vem de São Fidélis um grande exemplo para quem acredita que é possível evoluir através da educação. Filha única da gari e faxineira Adenildes Cordeiro Barreto, de 59 anos, a estudante Júlia Barreto Borges, de 17, foi aprovada para cursar Direito na Universidade de São Paulo (USP), instituição de ensino superior mais conceituada da América Latina. Pela conquista, ela recebeu nessa quinta-feira (30) uma homenagem no fórum de São Fidélis, iniciativa do juíz local, Marcio Roberto Costa, abraçada por advogados, servidores e estagiários da Justiça.
Moradora do bairro Parque Tinola, Júlia perdeu o pai, que era aposentado devido a um problema na vista, quando tinha apenas nove anos de idade. Desde então, coube unicamente à mãe a responsabilidade de buscar a renda familiar. Faxineira durante o dia na agência fidelense do Banco do Brasil, ela também é funcionária da Prefeitura, trabalhando como gari durante a madrugada. A labuta permitiu dar à filha uma educação de qualidade. Júlia cursou todo o ensino fundamental no Colégio Particular de União e Construção (CPUC), antigo Instituto Particular de Educação Unificada (Ipeu), em sua cidade natal. O médio, fez no Instituto Federal Fluminense (IFF), em Campos, integrado ao curso técnico em edificações, com conclusão em dezembro do ano passado.
O desejo de se formar em Direito vem da infância. “Quando eu era menor, com uns oito anos, falava que eu ia fazer faculdade de advocacia, não sabia nem que o nome certo era Direito. Depois, mudei, pensei em fazer Engenharia, Arquitetura, essa área civil. Foi por isso que fui para o IFF. Depois, voltei para o Direito. Acho que sempre foi um sonho meu”, contou Júlia.
Em 2019, estudando das 7h às 18h, a adolescente precisou aproveitar cada instante de tempo livre para focar no vestibular, especialmente aos finais de semana. “Minha mãe sempre me apoiou. Devo muito a ela”, comentou.
Além do apoio dentro de casa, Júlia também foi buscar incentivo em casos de pessoas bem-sucedidas nos estudos.
— A nossa condição não é das melhores. Mas, no ano passado, quando eu estava no período do vestibular, na expectativa de antes, eu buscava notícias de todos os casos que ajudassem, que eu visse alguma pessoa que estudou tantas horas e passou em tal lugar. Era um estímulo para eu ver que era possível — relatou.
A primeira fase da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) foi realizada em 24 de novembro. Já a segunda, nos dias 05 e 06 de janeiro. Antes de ter o resultado final, Júlia foi aprovada na Fundação Getulio Vargas (FGV), onde chegou a se matricular. Foi quando veio a notícia de maior satisfação pessoal:
— Ainda estou assimilando. Eu não tinha muita esperança na prova da Fuvest, para falar a verdade. Já tinha passado para a FGV e feito matrícula, mas estava aguardando o resultado da Fuvest e também o do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que saiu posteriormente. Quando saiu o resultado do vestibular da Fuvest, demorei a acreditar. Demorou um ou dois dias para cair minha ficha.
— A nossa condição não é das melhores. Mas, no ano passado, quando eu estava no período do vestibular, na expectativa de antes, eu buscava notícias de todos os casos que ajudassem, que eu visse alguma pessoa que estudou tantas horas e passou em tal lugar. Era um estímulo para eu ver que era possível — relatou.
A primeira fase da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) foi realizada em 24 de novembro. Já a segunda, nos dias 05 e 06 de janeiro. Antes de ter o resultado final, Júlia foi aprovada na Fundação Getulio Vargas (FGV), onde chegou a se matricular. Foi quando veio a notícia de maior satisfação pessoal:
— Ainda estou assimilando. Eu não tinha muita esperança na prova da Fuvest, para falar a verdade. Já tinha passado para a FGV e feito matrícula, mas estava aguardando o resultado da Fuvest e também o do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que saiu posteriormente. Quando saiu o resultado do vestibular da Fuvest, demorei a acreditar. Demorou um ou dois dias para cair minha ficha.
Se antes buscava outras pessoas como referência, agora é a própria Júlia quem serve de inspiração para jovens que pretendem lutar por seus objetivos. “Foi possível para mim. Digo que, realmente, nada é impossível com você focando, mantendo uma rotina. Se não passar agora, eventualmente você vai passar. É ter persistência”, estimulou. Seu objetivo, atualmente, é de seguir carreira na diplomacia.
A partir de 17 de fevereiro, quando começam as aulas, dona Adenildes terá que se acostumar com a ausência da filha em casa. Júlia já busca auxílio para morar em São Paulo. Interessados em ajudar podem fazer depósitos na conta da mãe (00363590-0, agência 0192, operação 013, Caixa Econômica Federal). Outra opção é a Casa do Estudante oferecida pela faculdade, onde Júlia aguarda resposta para saber se será aprovada para residir.
Distância à parte, a mãe não consegue disfarçar o orgulho sentido: “Não tenho nem palavras. É só agradecer a Deus, porque ela é uma filha maravilhosa, não me dá trabalho em nada, muito estudiosa.. Só agradecer a Deus”, disse Adenildes.
Fonte:Fmanhã
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