terça-feira, 31 de março de 2020

Quem desrespeitar a quarentena será preso; comércio terá a licença cassada, diz promotor

Comércio considerado não essencial está fechado desde o dia 23

Arquivo/Pessoal Promotor Marcelo Lessa integra gabinete de crise

“Quem desrespeitar a quarentena será preso em flagrante e o comércio terá a licença cassada. Estamos num momento de calamidade, de emergência sanitária, reconhecido pela OMS e isso faz com o que o direito a saúde se sobreponha”. A afirmação é do promotor Marcelo Lessa que integra o gabinete de crise da prefeitura de Campos, criado durante a pandemia do coronavírus. O comércio local, considerado não essencial está fechado desde o dia 23 deste mês por força de decretos federal e municipal que recomendam isolamento social como medida para impedir o avanço do contágio pelo novo vírus na cidade.

O promotor, que responde pela Promotoria Pública de Tutela Coletiva, disse que o Ministério Público tem trabalhado de forma vigilante e constante, acompanhando as ações que o município tem desenvolvido e que desde o início buscou-se sempre acolher e tomar decisões a partir dos critérios técnicos.

“Cabe a nós, todos ligados à segurança, dar condições, dar eficácia, dar concretude às recomendações que são dadas pelos profissionais de saúde. Mantemos contato diário, sempre aprimorando as iniciativas para dar à população o melhor atendimento possível e conseguimos superar sem maiores traumas essa triste pandemia que se abateu sobre a humanidade”, disse o promotor.

Ainda segundo Marcelo Lessa, a grande maioria dos estabelecimentos comerciais da cidade e, principalmente os segmentos representativos que são Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e Associação Comercial e Industrial de Campos (ACIC) compreenderam a gravidade do momento e a necessidade de isolamento social.
“Um ou outro comércio insiste em tentar funcionar, às vezes escondido, atendendo por dentro. Isso vai acontecer, pois sempre tem aquele que minimiza o problema, ou porque não acredita ou porque seu interesse pessoal econômico fala mais alto que o interesse da humanidade em preservar vida” afirmou, o promotor acrescentando que “essas resistências vão ser enfrentadas, e se preciso será usado a “força”.

De acordo Marcelo Lessa, no domingo (29/03) um comerciante foi preso, levado para a delegacia e autuado por crime contra a saúde pública e o seu estabelecimento foi fechado e será lacrado.

“A Codemca [Companhia de Desenvolvimento do Município de Campos] irá caçar a licença e a permissão de funcionamento, assim como será feito com todos que descumprirem o decreto. Não se trata se perseguição ou capricho. Não sou eu que quero isso, nós não somos médicos. Nosso papel é da concretude as decisões que foram dadas por todas as autoridades médicas que recomendam o isolamento social. Os países que minimizaram, hoje contam corpos”, disse Lessa que ressaltou “Não será afrouxado. Nós vamos manter fechado o comércio. Pedimos que as pessoas pensem um pouquinho menos no próprio umbigo, mas no bem comum, na saúde da humanidade. Essa talvez seja a maior crise da humanidade. O isolamento social vai ter que ser mantido”, pontuou.

Na opinião do Marcelo Lessa, o presidente [Jair Bolsonaro] faz o desserviço dando um mau exemplo e confundindo a população.

“Qualquer pessoa que pense um pouquinho e, nem todos infelizmente têm esse privilégio de pensar, a gente compreende um o outro, mas tirando essas poucas pessoas sabem que não há outra alternativa. Lembrando que aqueles que são diagnosticados como suspeito e positivos e não apresentarem a necessidade de permanecer internados ou após tiverem alta também tem que ficar em quarentena. Se eles desrespeitarem podem compulsoriamente serem internados” concluiu.
Fonte: Ururau

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