Especialistas orientam sobre cuidados e mudanças de comportamento entre os pequenos durante a pandemia
Equipe multidisciplinar do Ceplin está pronta para receber os pacientes e orientar a família sobre aspectos relacionados ao cuidado e a prevenção da Covid-19 (Carlos Grevi)
Há seis meses vivendo a pandemia no Brasil, os profissionais da saúde e pesquisadores observam todos os aspectos relacionados à Covid-19 no corpo humano. Já foram divulgados, por exemplo, quem faz parte do grupo de risco, os sintomas prevalentes nos infectados, as formas de prevenção no momento, entre muitos outros aspectos. Porém, existe um grupo da sociedade que merece atenção especial. As crianças e os adolescentes podem contrair e desenvolver formas graves da doença. Assim, especialistas do Centro de Pediatria Lilia Neves (Ceplin), do Grupo IMNE, em Campos, uniram esforços para um tratamento completo a esses pacientes e também para transmitir conhecimentos importantes acerca do assunto a fim de informar as famílias nesse momento.
Dra. Bruna Bragança (Foto: Carlos Grevi)
Sintomas
A infectologista pediátrica, Dra. Bruna Bragança, explica que geralmente os sintomas do novo coronavírus nas crianças não são muito específicos e podem variar desde casos assintomáticos, de intensidade leve, até os moderados a graves. “Os principais incluem febre, tosse, dores na garganta, no corpo e na cabeça. Casos leves podem apresentar apenas coriza e congestão nasal e casos moderados a graves geralmente cursam com quadros de pneumonia e desconforto respiratório. Alterações cardíacas, renais e da coagulação sanguínea, embora bem mais raramente, podem ocorrer nos quadros mais críticos. Devemos ficar atentos para sintomas como diarréia, dor abdominal e vômitos, que mesmo na ausência de sintomas gripais, podem ser sugestivos , assim como quadros semelhantes à urticária, com a presença de manchas pelo corpo. Felizmente, a maioria das crianças é assintomática ou apresentam sintomas leves, com boa evolução”, relata.
A infectologista pediátrica, Dra. Bruna Bragança, explica que geralmente os sintomas do novo coronavírus nas crianças não são muito específicos e podem variar desde casos assintomáticos, de intensidade leve, até os moderados a graves. “Os principais incluem febre, tosse, dores na garganta, no corpo e na cabeça. Casos leves podem apresentar apenas coriza e congestão nasal e casos moderados a graves geralmente cursam com quadros de pneumonia e desconforto respiratório. Alterações cardíacas, renais e da coagulação sanguínea, embora bem mais raramente, podem ocorrer nos quadros mais críticos. Devemos ficar atentos para sintomas como diarréia, dor abdominal e vômitos, que mesmo na ausência de sintomas gripais, podem ser sugestivos , assim como quadros semelhantes à urticária, com a presença de manchas pelo corpo. Felizmente, a maioria das crianças é assintomática ou apresentam sintomas leves, com boa evolução”, relata.
A especialista ainda lembra que independente da tendência de uma melhor evolução em crianças, em caso de qualquer sintoma suspeito ou contato com pessoa com Covid-19, os pais devem entrar em contato com o pediatra.
Dra. Priscila Sereno (Foto: Carlos Grevi)
Reflexos pós Covid-19
A também infectologista pediátrica, Dra. Priscila Sereno, ressalta que infelizmente ainda não há nenhum medicamento com comprovação científica para tratamento da doença em crianças. E por esse motivo, os pais devem evitar dar qualquer tipo de remédio sem que tenha sido prescrito por um pediatra. “As consequências podem ser desastrosas! Até o momento não temos nada comprovadamente eficaz”, frisa.
A médica ainda relata o surgimento da Síndrome Multissistêmica Inflamatória, doença que tem aparecido nas crianças após a Covid-19. Apesar de não ser frequente, no Brasil, já existem vários casos confirmados, inclusive, com evolução para óbito. “A síndrome acontece entre 15 e 30 dias após a melhora e tem como principal sintoma febre alta de difícil controle. Também podem surgir manchas no corpo, inchaço, problemas cardíacos e renais. É uma resposta imunológica tardia do organismo. Por isso, é muito importante o acompanhamento com um pediatra após a cura da Covid-19”, comenta.
Dra. Natanielle Batista (Foto: Carlos Grevi)
Pacientes com obesidade e diabetes
A pediatra geral e endocrinologista pediátrica, Dra. Natanielle Batista, afirma que os pacientes com obesidade têm maior risco de desenvolver complicações do novo coronavírus, já que a obesidade grave vem acompanhada de dificuldade para respirar e realizar procedimentos, aumentando o risco de complicações. “A obesidade é um processo crônico de grau inflamatório e a Covid-19 também causa inflamação, ou seja, o corpo desse paciente precisa lutar contra quadros diferentes. Alguns destes pacientes possuem outras comorbidades, como hipertensão arterial e diabetes. Por isso, recomenda-se um maior rigor na prevenção”, revela.
Em caso de pacientes diabéticos, a especialista explica que é tranquilizar a criança ou o adolescente e permitir que eles expressem suas dúvidas e medos, além de manter as doses e esquemas de insulina recomendados, as atividades físicas dentro de casa, assim como o plano alimentar e a caderneta de vacinação em dia.
Dra. Fernanda Carvalho (Carlos Grevi)
Pacientes oncológicos
Já os pais de pacientes oncológicos devem tomar outros cuidados a fim de preservá-los. A pediatra geral e oncologista pediátrica, Dra. Fernanda Carvalho, informa que é importante manter a higiene das mãos (não apenas dos pacientes, mas de familiares e cuidadores), usar máscaras, restringir visitas e evitar aglomerações. “No caso de febre, deve-se procurar atendimento. O tratamento, a vacinação e os exames necessários não devem ser interrompidos ou adiados, somente em caso de orientação médica”, cita.
Como evitar que meu filho se contamine?
A oncologista pediátrica ainda explica que as orientações são semelhantes as dos adultos: lavar as mãos com frequência; evitar tocar olhos, nariz e boca, assim como o contato com pessoas doentes e aglomerações, além de evitar estar em locais fechados. “Se for sair de casa dê preferência aos espaços abertos e mais vazios. Mantenha limpa a superfície de objetos de uso comum. Recomenda-se o uso de máscaras em crianças maiores de 5 anos. Nos casos de bebês em aleitamento materno e mães com diagnóstico de Covid-19, a amamentação não deve ser suspensa. A orientação é que se mantenha o aleitamento, porém a mãe deve usar máscara durante todo o processo, além de higienizar as mãos antes de pegar o bebê”, pontua.
Dra. Laura Mansur (Foto: Carlos Grevi)
Sobre as consultas de rotina
De acordo com a pediatra integral e especialista em desenvolvimento e comportamento infantil, Dra. Laura Mansur, as consultas pediátricas de rotina são importantes desde o nascimento. Nela, são avaliados crescimento, desenvolvimento e são fornecidas orientações quanto à amamentação, alimentação, vacinação, estimulação, sono e principalmente quanto à prevenção de doenças. “Orientamos que bebês pequenos, crianças que possuem alguma condição que necessite de acompanhamento regular e as que estejam há muito tempo sem ir à consulta de rotina que não deixem de agendá-las mesmo no período da pandemia”, diz.
Mudanças de comportamento
A médica também relata as mudanças de comportamento das crianças ocasionadas pelo isolamento social. Segundo ela, desde o início da quarentena, as crianças foram submetidas a alterações bruscas e importantes em suas rotinas, como a súbita interrupção das atividades nas escolas e falta de lazer. Isso produziu um grande impacto emocional.
“Os pais também estão vivendo o desafio de trabalhar em home office, cuidar da casa e manejar as tarefas e aulas online enviadas pelas escolas em um contexto inédito. Haverá situações em que a criança se mostrará descontente, podendo apresentar alterações do comportamento às quais os pais devem estar atentos, como mudanças no padrão de sono, alteração no apetite, irritabilidade ou aumento da agitação, comportamentos repetitivos e preocupação excessiva. Sugerimos aguardar horários mais tranquilos para sair, caminhar e distrair-se, porém, nunca se esquecendo das normas de segurança. E se essas alterações forem observadas, os pais devem falar com o pediatra para que uma intervenção apropriada seja aplicada. Além disso, é necessário sempre conversar com as crianças sobre a situação atual, com linguagem simples e adequada a cada idade, para evitar medo e ansiedade, além de fornecer condições para que os filhos expressem seus sentimentos e suas dúvidas”, completa Dra. Laura Mansur.
Terceira Via/Show Francisco
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