Nilton Francisco Rangel Pinto não confessou o crime, mas disse, informalmente, que matou em momento de fúria e que estaria arrependido
Parentes e amigos da vítima receberam o suspeito do crime na delegacia (Foto: Divulgação)
A Polícia Civil deve concluir nos próximos dias o inquérito sobre o assassinato de Mara Tavares Damasceno, 55 anos, executada a tiros no dia 15 de setembro, no Parque Corrientes, em Campos dos Goytacazes. Enquanto isso, o suspeito de ter efetuado os disparos, o ex-marido Nilton Francisco Rangel Pinto, 67 anos, cumpre prisão preventiva na Casa de Custódia Dalton Crespo de Castro, na cidade. Após quase 40 dias foragido, ele foi preso na última sexta-feira (23), escondido em um sítio no município de Itaúna, em Minas Gerais. Nilton foi transferido para Campos no sábado (24), onde foi recebido por parentes e amigos da vítima sob gritos te “assassino”.
O delegado titular da 134ª Delegacia de Polícia (Centro), Ronaldo Cavalcante, adiantou que Nilton responderá por feminicídio. Ronaldo disse, ainda, que a delegada responsável pelo caso, Natália Patrão, deve concluir o relatório final do inquérito policial sobre o caso nos próximos dias.
Ronaldo Cavalcante detalhou, também, a prisão do foragido. Um trabalho de inteligência e de monitoramento da equipe da 134ª DP. Segundo o delegado, toda a família de Nilton estava sendo monitorada. Por meio de um filho, fruto do casamento anterior, foi que os agentes chegaram ao foragido.
“O filho alugou um carro e começamos a seguir o veículo. Como já sabíamos que uma filha do Nilton, também fruto do primeiro casamento, tinha um sítio em Itaúna, desconfiamos que ele poderia estar lá. Quando confirmamos a presença dele no sítio, solicitamos apoio da Polícia Civil de Minas Gerais e a prisão foi efetuada”, esclareceu o delegado.
Suspeito ficou quase 40 dias desaparecido
Cavalcante antecipou que a delegada responsável pelo caso estuda indiciar os companheiros dos filhos do segundo casamento do acusado por favorecimento pessoal (previsto no art. 348 do Código Penal), que consiste no auxílio prestado na fuga de um criminoso. No entanto, o delegado explicou que os filhos não podem ser indiciados por favorecimento pessoal, pois, quando tal crime é praticado por ascendente (pais), descendente (filho), cônjuge (esposa/marido e companheiros) ou irmão, não há punição.
Na delegacia, segundo Cavalcante, Nilton não confessou o crime. Ele se reservou ao direito de falar somente em juízo. Contudo, ainda de acordo com o delegado, o suspeito teria dito informalmente ao policiais que cometeu o feminicídio em um momento de fúria e que estaria arrependido.
Mara foi morta a tiros
Relembre o caso
Mara Tavares Damasceno era dona de casa e, segundo a Polícia Civil, foi assassinada pelo ex-marido com disparos na cabeça e nas costas. Uma câmera de segurança flagrou o homicídio. O suspeito fugiu em caminhonete vermelha.
O casal murou em Guarapari, no litoral do Espírito Santo, durante 25 anos. Há oito, Mara fugiu de casa e voltou para o Rio de Janeiro. Após a separação, a dona de casa entrou na Justiça para que o valor estipulado para a pensão, de R$ 1,2 mil, fosse pago integralmente.
O suspeito foi condenado, em setembro desse ano, a pagar R$ 17 mil em valores atrasados. Segundo Nilton Neto e Melissa, essa seria umas das principais motivações do crime.
“Houve uma desavença financeira entre Mara e Nilton, relacionada à partilha de bens durante o divórcio do casal e, posteriormente, uma pensão alimentícia atrasada dos filhos de cerca de 17 mil”, finalizou Cavalcante.
Dias após o crime, o Portal dos Procurados do Estado do Rio de Janeiro divulgou um cartaz do suspeito.
Terceira Via/Show Francisco
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