domingo, 8 de novembro de 2020

Pesquisa mostra que pandemia afastou homens dos consultórios médicos

Levantamento foi feito pela Sociedade Brasileira de Urologia

Reprodução

Levantamento foi feito pela Sociedade Brasileira de Urologia

Pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) mostra que 55% dos homens acima de 40 anos deixaram de fazer alguma consulta ou tratamento médico em função da pandemia da covid-19.

Com a pandemia em curso, 57% desse grupo acima dos 40 anos afirmaram ter percebido um impacto negativo na saúde, incluindo 9% que consideravam que a sua saúde estaria pior do que antes. Sobre o impacto do novo coronavírus na vida de uma forma geral, 88% desses homens relataram terem sido afetados, sendo que 37% disseram ter afetado muito.

A pesquisa online abrangeu 22 estados da federação e teve 499 participantes. Segundo a SBU, acadêmicos de medicina de diversas cidades do país auxiliaram a coleta de dados. Dos entrevistados, 75% tinham mais de 40 anos, 77% eram do sexo masculino, 2,18% já tiveram um diagnóstico de câncer de próstata e apenas 6% admitiram que, habitualmente, não cuidavam ou não se importavam com a sua saúde.

Sobre a impressão individual de que as pessoas estariam indo menos ao médico ou fazendo menos os tratamentos, 81% dos entrevistados consideraram que sim. De acordo com a SBU, 23% dos participantes da pesquisa relataram ter encontrado dificuldade de acesso ao procurar por consultas ou tratamentos médicos durante a pandemia e 40% disseram que não procuraram.

Dos pacientes masculinos de todas as idades, 33% relataram ir regularmente ao urologista e 3% afirmaram que nunca consultariam esse especialista, demonstrando que ainda existe resistência em relação aos cuidados com a saúde urogenital. Para 92% de todos os entrevistados, no entanto, a campanha Novembro Azul de conscientização sobre o câncer de próstata é útil ou importante.

Câncer de próstata no Brasil
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 65.840 novos casos de câncer de próstata no Brasil são estimados para cada ano do triênio 2020-2022, com 15.576 mortes relacionadas. Esse valor corresponde a um risco estimado de 62,95 casos novos a cada 100 mil homens,

“A pesquisa nos mostra que o diagnóstico precoce de câncer de próstata, essencial para a cura, neste ano poderá ser afetado se não houver uma procura dos homens pelos serviços de saúde. Mesmo com a crise sanitária em curso, a prevenção não pode ser deixada de lado”, disse, em nota, a urologista Karin Anzolch, coordenadora da pesquisa da SBU sobre o impacto da pandemia na saúde.

Diante desses dados, a SBU reforça a importância da campanha Novembro Azul, de conscientização sobre a saúde do homem. Foram programadas várias ações online de esclarecimento do público com lives nas redes sociais do Portal da Urologia, contando com a participação de especialistas e convidados. Também entrarão no ar programas semanais de podcasts para a Rádio SBU abordando o tema.

As redes sociais, assim como o Portal da Urologia, também terão conteúdos voltados ao público, com objetivo de explicar e trazer informações de qualidade sobre a saúde do homem e, principalmente, o câncer de próstata.

Fatores de risco
O tumor da próstata não costuma apresentar sintomas em fases iniciais, quando em 90% dos casos pode ser curado se diagnosticado precocemente. Ao apresentar sintomas, significa já estar numa fase mais avançada e pode causar vontade de urinar com frequência e presença de sangue na urina ou no sêmen.

Alguns fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata são histórico familiar de câncer de próstata em pai, irmão ou tio e homens da raça negra. A recomendação da SBU é que os homens, a partir de 50 anos, e mesmo sem apresentar sintomas, devem procurar um profissional especializado para avaliação tendo como objetivo o diagnóstico precoce. Os homens que integrarem o grupo de risco (raça negra ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata) devem começar seus exames mais precocemente, a partir dos 45 anos.
Fonte: Agência Brasil

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