Dois milhões de toneladas passaram pelas moendas das usinas de Campos
POR ALOYSIO BALBI(Foto: divulgação)
O setor sucroalcooleiro de Campos movimentou, na safra passada, algo em torno de meio bilhão de reais e existe a expectativa de aumentar em pelo menos 5% esta marca na safra de 2021 em razão da ampliação da lavoura de cana-de-açúcar, o que faz aumentar a oferta de matéria-prima. Essa monetização é prova inconteste de que o setor está se recuperando. Para se ter uma ideia, o orçamento da Prefeitura de Campos para esse ano é de R$ 1,5 bilhão, o que ilustra o bom desempenho do centro do agronegócio municipal, que deve receber um investimento bem mais expressivo este ano por parte da prefeitura, através de emendas parlamentares. No último ano, a prefeitura havia investido tímidos R$ 200 mil reais na agricultura em Campos e esse ano esse investimento poderá passar de R$ 10 milhões no agronegócio.
O presidente do Sindicato das Usinas do Rio de Janeiro e também presidente da Coagro, Frederico Paes, disse que no ano passado foi esmagado 1,7 milhão de tonelada de cana-de-açúcar. Porém, cerca de 300 mil toneladas produzidas no norte do município e também em São Francisco de Itabapoana foram para o estado do Espírito Santo, por questões de logística. Isso significa que na safra passada foram produzidas dois milhões de toneladas de cana-de-açúcar.
Mais etanol que açúcar
Um recorte importante da safra passada, destacada por Frederico Paes, se refere à inversão da tradicional safra açucareira para etanol, ou seja, que as duas usinas – Coagro e Canabrava – produziram mais etanol em consequência do valor atrativo. Na verdade, a Coagro destinou 90% de sua safra para a produção de etanol e 10% para o açúcar, enquanto a Canabrava produziu somente etanol.
Frederico Paes (Foto: Carlos Grevi)
Frederico Paes afirma que o setor está animado e vive um grande momento apesar do “veranico” – falta de chuva – no mês de janeiro. Disse que a Coagro plantou mais 1,6 mil hectares de cana-de-açúcar, e que os pequenos produtores também estão plantando mais, acrescentando que a Canabrava também ampliou o seu plantio.
“Isso significa que estamos muito perto de termos 50 mil hectares de cana-de-açúcar plantados, o que é animador. Estimo que em cinco anos a produção da matéria-prima, a cana, pode chegar a três milhões de toneladas, e assim sairemos, como já estamos saindo, da chamada capacidade ociosa do parque fabril”, disse Frederico Paes.
Emprego
O setor também aqueceu o mercado de trabalho em plena crise da pandemia. Somente a Coagro gerou algo em torno de três mil empregos diretos, embora parte disso tenha sido terceirizada. A Canabrava gerou outros dois mil postos de trabalho. São cinco mil empregos sazonais no período de safra sem computar os indiretos, como mecânicos, eletricistas, borracheiros e outros segmentos.
“Sem dúvida, o setor está entre os dois ou três maiores geradores de empregos do município. É certo que parte deles são de períodos de safra. Mas estamos pensando em médio prazo para os próximos cinco anos, quando esperamos ter mais cana e, quem sabe, poder dilatar o período de safra”, disse Frederico.
Enfrentou a pandemia
A pandemia também alterou a rotina das usinas, assim como aconteceu com todos os setores. De acordo com Paulo Bastos, a Coagro precisou investir em protocolos de segurança com orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para garantir a saúde dos trabalhadores. Ele lembra que houve custo para implantar tais protocolos de saúde e que todos os cuidados são necessários para que a empresa não pare, além de proteger as pessoas.
Fonte Terceira Via
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