segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Cheia no Noroeste: Itaperuna se mantem em estado de alerta máximo

Natividade decretou estado de emergência; Porciúncula registrou 126 desabrigados e mais de 3,1 mil desalojados



Rio Muriaé corta o Município de Itaperuna, no Noroeste Fluminense. (Foto: Reprodução/Rádio Itaperuna)


A Prefeitura de Itaperuna, através da Secretaria Municipal de Defesa Civil e Ordem Pública (SEMDEC ), informa que o nível das águas do Rio Muriaé está em 4,93m, de acordo com a última medição, feita às 23h15min deste domingo (21), ultrapassando a cota de transbordo, que é de 4,00m.

A SEMDEC está monitorando a situação da cidade em status de alerta máximo (vermelho) e a tendência, segundo as avaliações das autoridades, é a de que as águas continuem subindo nas próximas horas.

Apesar do status de alerta máximo, a classificação do risco geológico (quedas de barranco) no Município, em função das chuvas, permanece baixo, já o risco hidrológico (enchente mais intensa) é considerado alto.


Rio Carangola no perímetro de Porciúncula, no Noroeste Fluminense, sobe rapidamente; município já registra famílias desalojadas.
(Foto: Divulgação/PMP)


Emergência no Noroeste

Os municípios de Natividade e Porciúncula são os mais afetados no Noreste Fluminense pela cheia do Rio Carangola, resultado das chuvas que atingem cidades mineiras como Orizânia, Divino e Carangola. Natividade decretou estado de emergência na noite deste sábado, 20, e Porciúncula registrou mais de 3 metros acima da cota de transbordo do curso d’água na cidade.

Em Natividade, já foram registradas ocorrências de deslizamentos de encostas e alagamentos em diversas ruas o que provocou o fechamento de parte dos acessos ao município.

Já em Porciúncula, o nível do Rio Carangola já superava a marca de 8,40 metros no início da madrugada deste domingo (21). Isso é 12 centímetros a mais do que a cheia de 2020, considerada a pior da história do Município. A cota de transbordo do Rio Carangola no perímetro de Porciúncula é de 5,20 metros.

A Prefeitura de Porciúncula contabiliza 126 desabrigados, mais de 3,1 mil desalojados e o total de oito mil e cem afetados. De acordo com o prefeito Leonardo Paes Barreto Coutinho, os abrigos de Porciúncula estão lotados e falta água potável, já que a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE) interrompeu o fornecimento, por volta das 14 horas deste sábado, por conta do alagamento de sua estação Estação de Tratamento de Água (ETA).

A Companhia pede que os clientes usem água de forma equilibrada e adiem tarefas que exijam grande consumo de água. Segundo a Cedae, o sistema voltará a operar após a estabilização do nível do rio, assim retomando o fornecimento de água. No entanto, o abastecimento pode levar até 24 horas para ser normalizado por completo em alguns locais, como ruas altas e pontas de sistema.

O governo do estado do Rio já está se mobilizando para ajudar a cidade. Barcos, em especial , com motor, também foram solicitados pela prefeitura ao Estado para facilitar o acesso a determinados pontos onde a correnteza é muito forte e moradores estão sem acesso terrestre.

Ação preventiva em Campos

A Secretaria Municipal de Defesa Civil e a Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro (Coagro), realizam, na manhã deste sábado (20), o tamponamento de um manilhão na localidade de Três Vendas. Trata-se de uma ação preventiva, já que o Rio Muriaé recebe água da região de Minas Gerais.

A medida preventiva foi adota de forma emergencial para minimizar possíveis danos causados à comunidade de Três Vendas, caso haja transbordamento do Rio Muriaé naquela região. O tamponamento dificulta a passagem de um grande volume de água e reduz as chances de inundação da localidade.

A manilha de 80cm de diâmetro era utilizada para irrigação da lavoura no local. Por estar desativada há anos, passou a desempenhar a função de um canal que contribuía para alagar a localidade de Três Vendas em casos de enchente do Rio Muriaé.
Fonte Terceira Via

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