Flordelis durante uma das audiências do processo no qual é ré Foto: FABIANO ROCHA / Agência O Globo
Carolina HeringerA 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio decidiu, por unanimidade, afastar Flordelis dos Santos de Souza (PSD) do cargo de deputada federal. O julgamento por videoconferência ocorreu na tarde desta terça-feira. A decisão é para que a parlamentar fique afastada do cargo até seu julgamento em processo no qual é acusada de ser mandante morte do marido, o pastor Anderon do Carmo. A decisão dos desembargadores será submetida ao plenário da Câmara dos Deputados para que decidam se mantém o afastamento, conforme determina a Constituição Federal.
O relator do processo na 2ª Câmara Criminal, desembargador Celso Ferreira Filho, votou a favor do afastamento. Os outros dois desembargadores - Antônio José e Katia Jangutta - concordaram com o voto do relator. Para Celso Filho, há situações concretas que demonstram atos de Flordelis para atrapalhar a “busca pela verdade” no processo.
- (Nesse processo) Há situações que me causaram perplexidade. São 50 anosque convivo nessa casa de coflitos e há mutio tempo não vejo uma situação tão complexa, estranha e que causa tanta surpresa. Lidamos com homicídio, improbidade administrativa, vários desvios, mas nesse processo há uma gama de circunstâncias estranhas, sobre as quais não vou tecer comentários - afirmou Celso Ferreira Filho ao iniciar seu voto.
A procuradora de Justiça Maria Christina Pasquinelli Bacha de Almeida deu parecer a favor do afastamento de Flordelis. Durante sua sustentação oral na sessão desta terça-feira, a procuradora afirmou que Flordelis usa o cargo para intimidar e para "cooptar benesses para sua pessoa e seu clã criminoso". O advogado Ângelo Máximo, que representa a família do pastor, também defendeu o afastamento, sob alegação de que Flordelis atrapalhou as investigações do caso, além de fazer menção aos nomes de testemunhas em redes sociais.
- Fica claro o uso do cargo, o uso da maquina, da função pública para se esquivar da responsabilidade de ser mandante do crime - afirmou Ângelo Máximo durante sua sustentação oral.
O promotor Carlos Gustavo Coelho de Andrade recorreu ao Tribunal de Justiça após a juiza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, ter negado seu pedido para afastar Flordelis de suas funções. A solicitação foi feita pelo promotor no processo criminal respondido pela deputada.
Fonte Extra
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