Infiltrações e goteiras contribuíram para desabamento de teto do HGG, segundo funcionários
Amanda é neta de Conceição Ribeiro, paciente que foi atingida com queda de teto no HGG
A profissional de saúde Amanda Ribeiro comentou nesta sexta-feira em redes sociais a situação de sua avó, Conceição Ribeiro, de 88 anos. A idosa estava internada em uma área destinada a pacientes graves do Hospital Geral de Guarus quando foi atingida por parte do teto de gesso (clique aqui) que desabou no fim da tarde de quinta-feira (11). Uma enfermeira também foi alvo da queda. Ambas sofreram escoriações. “HGG ao invés de ajudar a pessoa a se recuperar, ajuda a piorar”, desabafou Amanda. A Secretaria de Saúde reconheceu o problema, e informou que espera por verbas federais para solucionar esse e outros problemas no edifício.
Conceição Cordeiro de Maria Ribeiro foi internada no HGG no dia 17 de janeiro com quadro de pneumonia. Trata-se de uma paciente que inspira muitos cuidados por ela estar acamada há 24 anos por conta de vários AVC´s (Acidente Vascular Cerebral). Dias após a internação seu quadro piorou e verificou-se que ela estava com Covid-19 e precisava ser transferida para um leito específico para tratamento da doença. A paciente foi levada para o Hospital São José, em Goytacazes.
Idosa de 88 anos está acamada por conta de AVC e Covid-19 (Reprodução
“Fomos para o São José. Lá, disseram que o HGG não havia informado sobre a transferência. Uma funcionária contou que só não a mandaram de volta porque ela corria risco de parar de respirar no caminho. Ficou internada uma semana, mas disseram que ela necessitava de hemodiálise e que teria que retornar para o HGG. Daí, ela foi mandada de volta e foi direto para a Unidade de Pacientes Graves com Covid. Foi preciso fazer uma traqueostomia. Aí, ontem, veio a notícia do teto desabado. Ela foi levada para o Hospital Ferreira Machado com escoriações. Agora está internada na Beneficência Portuguesa”, contou Amanda.
Em uma rede social a neta de Conceição Ribeiro fez críticas às autoridades de saúde do município. “A culpa não é da equipe médica, nem dos funcionários que trabalham diretamente com o paciente. A culpa é dos governantes, é do engenheiro, do chefe da manutenção, que permitem que vidas sejam colocadas em risco”, postou.
Ao ser questionada sobre a situação das duas vítimas do desabamento e sobre soluções para o problema, a Secretaria de Saúde emitiu nota afirmando que “foi realizada uma vistoria no Hospital Geral de Guarus, e constatados abandono e falta de manutenção com obras inacabadas, falta de insumos, funcionários trabalhando em péssimas condições. A Prefeitura de Campos a buscar recursos junto ao Governo Federal para a reforma da unidade”.
Goteiras e infiltrações
Teto feito com cobertura de gesso e outras estruturas caíram na unidade do HGG
A reportagem do Terceira Via conversou com alguns servidores que trabalham no Hospital Geral de Guarus. Temendo represálias, eles pediram para não serem identificados. Um deles contou que a unidade de pacientes graves com Covid-19 comportava quatro pacientes. Porém, por conta de goteiras e infiltrações, os leitos eram atingidos principalmente em dias chuvosos. Sendo assim, apenas duas camas estavam no local.
“O volume de chuva das últimas semanas só agravou a situação. A gente não esperava que fosse desabar dessa maneira. O resultado poderia ter sido bem pior. A sorte é que a enfermeira e uma paciente tiveram ferimentos leves sem gravidade”, disse.
Placas e estruturas de tubulação atingiram os leitos dos pacientes internados
Novas fotos da unidade com o teto que veio a baixo foram compartilhadas. Dá para ver que as camas dos pacientes ficaram cobertas pela estrutura que despencou, além de tubos de ar-condicionado.
“Faz 19 anos que a gente aguarda por reformas. A falta de manutenção é frequente. A prova disto é o desabamento do teto nessa ala. Há outros espaços com problemas semelhantes”, afirmou outro servidor.
Fonte Terceira Via
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