Usuários se queixam, principalmente, de superlotação, atraso dos coletivos e abandono de linhas por empresas
Longa espera | No terminal urbano, no Centro, usuários chegam a esperar até uma hora pelo transporte. (Foto: Carlos Grevi)
Não é de hoje que a população de Campos enfrenta dificuldades com o transporte público. Prova disso são as queixas feitas por usuários em várias partes do município, principalmente, por motivos como atraso e superlotação. A Prefeitura de Campos busca, nestes primeiro meses de 2021, melhorar este panorama. No fim de 2020, o terminal de coletivos que funcionava no final da Avenida 28 de Março foi desmontado. Outra medida tomada foi o retorno da circulação das vans para linhas que estavam restritas a ônibus.
Apesar disso, usuários do transporte público das regiões mais próximas do Centro, da Baixada Campista, da Região Norte e também da região Sul da BR-101, relatam a rotina de desafios para se locomover diariamente. Alguns dos relatos foram feitos nas redes sociais.“No Parque Imperial estamos sem ônibus. É um absurdo moradores ficarem mais de 2 horas no ponto. Quando tinha o terminal, aqui dentro do bairro tinha ônibus de 20 em 20 minutos, agora ficamos sem”, reclamou Luana Pessanha.
Moradora do Parque Leopoldina, Clécia Ribeiro também lamenta. “Trabalho na Avenida 28 de Março, então tenho que pegar o ônibus Penha x Pecuária que só passa a cada uma hora, igual a ônibus de interior”, relatou.
Para Ana Helia Muniz, o problema está relacionado ao retorno das vans. “Os ônibus sumiram, as empresas diminuíram o número de ônibus nas ruas. O problema é que van não pega idoso e nem estudante… Tem que ter fiscalização. O IPS não tem ônibus e nem van! Absurdo!”.
Prefeitura fala em ajustes
O Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) está fazendo uma revisão de todo o sistema de transporte para ser mais eficiente, com horários determinados e sem interrupção do serviço.
“Nestes 45 dias de governo fizemos adequação do transporte alternativo, para chegar a área central, melhorando o deslocamento da população; regularização do pagamento do subsídio dos permissionários que estava em atraso desde dezembro do ano passado; e suplementação de linhas que há mais de um ano não vinham sendo operadas”, informou a prefeitura em nota.
Melhoria
Para a estudante de nutrição Giselly Cordeiro, que mora em Donana, o transporte público no trajeto entre o bairro e a área central de Campos melhorou. “Neste ano, a gente está pagando uma passagem só. No governo anterior, a gente pagava uma passagem de Donana até o Terminal e depois pagava outra”, explicou.
Cobrança abusiva
Outro problema apontado pelos usuários é o de cobrança abusiva. Segundo o estudante Mateus Gomes, que utiliza o transporte público semanalmente do Centro de Campos para o distrito de Santo Eduardo, os responsáveis pelas vans chegaram a cobrar valores três vezes mais elevados que o preço habitual da passagem.
“Até duas semanas atrás, as vans para Santo Eduardo estavam cobrando R$ 11 em vez dos habituais R$ 2,75. Os permissionários alegavam que a prefeitura não estava repassando o subsídio e, por isso, a passagem ficou mais cara. A situação foi normalizada na semana anterior ao Carnaval, mas fica a insegurança de haver novo atraso no subsídio”, denunciou.
Outro problema, segundo ele, diz respeito aos horários das vans. “Para quem sai tarde do trabalho, por exemplo, é bastante complicado porque a última van sai do terminal às 19h35. Depois disso não há mais coletivos para Santo Eduardo. Imagina quem sai do trabalho 20h ou 21h, por exemplo. Não tem como ir embora”.
Em nota, o IMTT informou que a questão está regularizada e que o órgão continua intensificando a fiscalização. De acordo com o Instituto, o permissionário que for flagrado fazendo cobrança abusiva fora do valor único de R$ 2,75, receberá a sanção prevista no contrato, podendo até perder a permissão. Além disso, denúncias podem ser feitas através do Fale Conosco do IMTT (22) 98152 1116. É preciso informar o horário e o número de série da van para que seja feita a verificação.
Região de Serrinha e adjacências sofrem com falta de ônibus
Como se não bastasse o atraso dos ônibus, há outro problema ainda maior: a falta deles. O trabalhador rural Amaro Edson precisa do transporte público para se deslocar entre Campos e Sentinela do Imbé, na área rural, mas ficou até 30 dias sem ônibus.
“A empresa abandonou a linha e aí colocaram outra, mas esta nova não está dando conta. Para chegar até o Centro precisávamos pegar os coletivos intermunicipais que passam na BR-101. Eu vou com minha moto até a rodovia e deixo lá em um posto, para então pegar o ônibus. São uns 6 ou 7 quilômetros de distância e muitas pessoas precisam andar isso tudo a pé para conseguir pegar esse ônibus intermunicipal”, lamentou.
O IMTT disse que notificou a empresa para regularizar as operações. “No entanto, o órgão verificou que o atendimento na linha de Serrinha seguia dentro da normalidade”, informou. Ainda de acordo com o IMTT, será publicada nova portaria com os horários oficiais de ônibus.
Apesar do posicionamento da prefeitura, o assistente administrativo Sanderson Vieira, de Serrinha, também reclama: “O problema não foi resolvido. A empresa atual só está um pouco melhor do que antes, mas continuamos só com dois horários por dia (7h30 e 16h) e outros dois que venham de Campos para Serrinha (13h e 18h45)”, frisou.
Fonte Terceira Via
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