De gota em gota| Os reajustes constantes acima da inflação impactam diretamente o orçamento familiar
O aumento do consumo de água durante o isolamento imposto pela pandemia do novo coronavírus vem pesando no bolso do consumidor. Em Campos, município que é atendido há mais de 20 anos pela Águas do Paraíba, as tarifas são as mais caras da região Norte Fluminense e vêm sendo revisadas constantemente com a concordância da Prefeitura, que concede reajustes periódicos à concessionária acima da inflação. Como se isso não fosse suficiente, moradores relatam cobrança de valores incompatíveis com o uso do serviço, o que pressiona ainda mais os orçamentos familiares em um momento de recessão econômica e crescimento generalizado dos preços.
A professora Priscila Fernandes, moradora do Jockey Club, viu o valor da conta de água aumentar. “Tomei um susto quando recebi a minha última conta de água e estou até agora sem entender por qual motivo ela veio o dobro do valor que sempre pago. Não gasto água em excesso na minha casa. Além disso, tive alguns dias de férias no último mês e passei um tempo fora da cidade. Gostaria muito de entender qual o critério para essa cobrança tão alta”, disse a professora.
Beneficiada por um aumento de 7% nos valores das tarifas de água e esgoto, concedido pelo ex-prefeito Rafael Diniz (CDN) no penúltimo dia de seu mandato, a concessionária Águas do Paraíba cobra R$ 46,33 pelo consumo de até 10 metros cúbicos.
Em comparação, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), que abastece as demais cidades da região Norte Fluminense, cobra R$ 52,30 por até 15 metros cúbicos. Com isso, as famílias de Campos que consomem dentro do limite da faixa mínima pagam R$ 1,15 — ou 33% — a mais por metro cúbico em relação ao montante cobrado em municípios vizinhos.
Como se não bastasse, o contrato de concessão assinado entre a Prefeitura e a empresa autoriza a cobrança de tarifa sobre a coleta e tratamento do esgoto sanitário, o que não acontece a maior parte dos municípios atendidos pela Cedae.
Os moradores são tarifados pelo serviço de esgotamento em valor equivalente ao cobrado pelo fornecimento de água, o que acaba dobrando o valor final da conta.
“Nem toda água que se gasta em uma casa vai diretamente para a rede de esgoto. Eu, por exemplo, reaproveito a água da máquina de roupas para lavar varanda e quintal. Mas, eles dobram a cobrança, como se houvesse coleta de tudo aquilo que passa pelo hidrômetro”, diz Priscila.
Reclamações são constantes
Segunda empresa em número de reclamações no Procon, de acordo com a Prefeitura de Campos, a concessionária Águas do Paraíba é alvo de reclamações constantes por parte da população. Moradores de bairros e distritos denunciam com frequência problemas no fornecimento de água.
O pintor escalador Jean Francisco Soares reside na rua Miguel do Carmo Silva, no bairro Novo Jóquei, e afirma que a falta d’água é um problema para quem vive na região.
“Pagamos normalmente a Águas do Paraíba e não recebemos água encanada em nossas casas. É um serviço que bancamos, mas que não usufruímos em nada”, desabafa Jean, que completa: “É revoltante”.
Queixas nas redes sociais
Mas, as reclamações dos clientes são numerosas, também, nas redes sociais, canais pelos quais muitos internautas acabam externando suas insatisfações.
Nas redes sociais do Jornal Terceira Via, moradores reclamam de problemas que vão de aumentos abusivos a vazamentos de esgoto, passando cobranças relacionadas à taxa mínima e à instalação e substituição de hidrômetros.
“Na minha rua tem um vazamento de esgoto há uns três meses e até hoje não resolveram. O problema é na rua, mas eles falam que só atendem se abrir uma ordem de serviço, aí vem cobrando cerca de 200 reais na conta. Sendo que o problema é da calçada para fora, ou seja, na rua. Já vieram uma vez, foi faturado na conta da pessoa que solicitou, não resolveu e agora querem que abra outra ordem de serviço. Absurdo isso. E o esgoto está jorrando na rua Arthur Emiliano Costa”, diz uma das postagens
Concessionária responde
Em nota encaminhada ao Jornal Terceira Via, a concessionária Águas do Paraíba informou que “todos os reajustes de tarifas acontecem, fielmente, de acordo com o contrato vigente e seguindo com critérios técnicos e econômicos pactuados com o poder concedente, desde o início das atividades da empresa em 1999, perfeitamente adequados às normas existentes para quaisquer e todas as concessionárias desses serviços, em nível nacional, e definidos em equação paramétrica”.
A empresa afirma, ainda, que “cada concessionária define a forma de valores de cobrança e de reajuste em suas respectivas bases de concessão, respeitando rigorosamente as regras determinadas na licitação pública quando da assunção aos serviços”.
Disse, também, que “não é responsavel pela recepção e destinação de água de chuva ou drenagem, nem por calçadas (a não ser as que sofrem intervenções pontuais realizadas pela empresa para ligações de água ou de esgoto). Eventuais discordâncias ou solicitações de descontos por eventuais vazamentos ou parcelamento de contas podem ser negociados normalmente através dos canais de comunicação informados”.
O aumento do consumo de água durante o isolamento imposto pela pandemia do novo coronavírus vem pesando no bolso do consumidor. Em Campos, município que é atendido há mais de 20 anos pela Águas do Paraíba, as tarifas são as mais caras da região Norte Fluminense e vêm sendo revisadas constantemente com a concordância da Prefeitura, que concede reajustes periódicos à concessionária acima da inflação. Como se isso não fosse suficiente, moradores relatam cobrança de valores incompatíveis com o uso do serviço, o que pressiona ainda mais os orçamentos familiares em um momento de recessão econômica e crescimento generalizado dos preços.
A professora Priscila Fernandes, moradora do Jockey Club, viu o valor da conta de água aumentar. “Tomei um susto quando recebi a minha última conta de água e estou até agora sem entender por qual motivo ela veio o dobro do valor que sempre pago. Não gasto água em excesso na minha casa. Além disso, tive alguns dias de férias no último mês e passei um tempo fora da cidade. Gostaria muito de entender qual o critério para essa cobrança tão alta”, disse a professora.
Beneficiada por um aumento de 7% nos valores das tarifas de água e esgoto, concedido pelo ex-prefeito Rafael Diniz (CDN) no penúltimo dia de seu mandato, a concessionária Águas do Paraíba cobra R$ 46,33 pelo consumo de até 10 metros cúbicos.
Em comparação, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), que abastece as demais cidades da região Norte Fluminense, cobra R$ 52,30 por até 15 metros cúbicos. Com isso, as famílias de Campos que consomem dentro do limite da faixa mínima pagam R$ 1,15 — ou 33% — a mais por metro cúbico em relação ao montante cobrado em municípios vizinhos.
Como se não bastasse, o contrato de concessão assinado entre a Prefeitura e a empresa autoriza a cobrança de tarifa sobre a coleta e tratamento do esgoto sanitário, o que não acontece a maior parte dos municípios atendidos pela Cedae.
Os moradores são tarifados pelo serviço de esgotamento em valor equivalente ao cobrado pelo fornecimento de água, o que acaba dobrando o valor final da conta.
“Nem toda água que se gasta em uma casa vai diretamente para a rede de esgoto. Eu, por exemplo, reaproveito a água da máquina de roupas para lavar varanda e quintal. Mas, eles dobram a cobrança, como se houvesse coleta de tudo aquilo que passa pelo hidrômetro”, diz Priscila.
Reclamações são constantes
Segunda empresa em número de reclamações no Procon, de acordo com a Prefeitura de Campos, a concessionária Águas do Paraíba é alvo de reclamações constantes por parte da população. Moradores de bairros e distritos denunciam com frequência problemas no fornecimento de água.
O pintor escalador Jean Francisco Soares reside na rua Miguel do Carmo Silva, no bairro Novo Jóquei, e afirma que a falta d’água é um problema para quem vive na região.
“Pagamos normalmente a Águas do Paraíba e não recebemos água encanada em nossas casas. É um serviço que bancamos, mas que não usufruímos em nada”, desabafa Jean, que completa: “É revoltante”.
Queixas nas redes sociais
Mas, as reclamações dos clientes são numerosas, também, nas redes sociais, canais pelos quais muitos internautas acabam externando suas insatisfações.
Nas redes sociais do Jornal Terceira Via, moradores reclamam de problemas que vão de aumentos abusivos a vazamentos de esgoto, passando cobranças relacionadas à taxa mínima e à instalação e substituição de hidrômetros.
“Na minha rua tem um vazamento de esgoto há uns três meses e até hoje não resolveram. O problema é na rua, mas eles falam que só atendem se abrir uma ordem de serviço, aí vem cobrando cerca de 200 reais na conta. Sendo que o problema é da calçada para fora, ou seja, na rua. Já vieram uma vez, foi faturado na conta da pessoa que solicitou, não resolveu e agora querem que abra outra ordem de serviço. Absurdo isso. E o esgoto está jorrando na rua Arthur Emiliano Costa”, diz uma das postagens
Concessionária responde
Em nota encaminhada ao Jornal Terceira Via, a concessionária Águas do Paraíba informou que “todos os reajustes de tarifas acontecem, fielmente, de acordo com o contrato vigente e seguindo com critérios técnicos e econômicos pactuados com o poder concedente, desde o início das atividades da empresa em 1999, perfeitamente adequados às normas existentes para quaisquer e todas as concessionárias desses serviços, em nível nacional, e definidos em equação paramétrica”.
A empresa afirma, ainda, que “cada concessionária define a forma de valores de cobrança e de reajuste em suas respectivas bases de concessão, respeitando rigorosamente as regras determinadas na licitação pública quando da assunção aos serviços”.
Disse, também, que “não é responsavel pela recepção e destinação de água de chuva ou drenagem, nem por calçadas (a não ser as que sofrem intervenções pontuais realizadas pela empresa para ligações de água ou de esgoto). Eventuais discordâncias ou solicitações de descontos por eventuais vazamentos ou parcelamento de contas podem ser negociados normalmente através dos canais de comunicação informados”.
Por fim, orientou que “eventuais ocorrências, vazamentos ou extravasamentos devem ser comunicados diretamente à empresa, através do próprio cliente proprietário do imovel ou pelo locador, através dos seguintes canais de comunicação: 0800 772 0422, 21 9721 18064 (whatsapp), www.aguasdoparaiba.com.br, chat interativo (disponível no site e no aplicativo Cliente Águas).
Critérios dos reajustes
O Jornal Terceira Via questionou a Prefeitura de Campos sobre os critérios utilizados para conceder reajustes nas tarifas de água e esgoto praticadas pela Águas do Paraíba e como é determinado o percentual do aumento. Porém, não houve resposta até o fechamento desta edição.
Fonte Terceira Via
Nenhum comentário:
Postar um comentário