terça-feira, 13 de abril de 2021

Ministério da Saúde alerta que 1,5 milhão de pessoas perderam prazo da segunda dose da vacina contra a Covid-19

Vacinação contra a Covid-19 em Xerém, em Duque de Caxias, Rio de Janeiro, para quem tomou a primeira dose da vacina Coronavac Foto: Fabiano Rocha/Melissa Duarte e Paula Ferreira

O Ministério da Saúde alertou nesta terça-feira que 1,5 milhão de pessoas deixaram de tomar a segunda dose da vacina contra a Covid-19 no Brasil. Essa parcela da população tomou a primeira dose tanto de CoronaVac, como de Oxford/Astrazeneca, mas não completou o esquema vacinal. Só uma dose não oferece proteção suficiente contra a doença.

— Mesmo que se vença o prazo, a orientação é que se complete o esquema vacinal — afirmou a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Francieli Fontana.

A pasta estuda estratégias junto ao Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e ao Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) para completar e ampliar a cobertura. Perguntado sobre o prazo para imunizar todos os brasileiros acima de 18 anos, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, tergiversou. “Eu sou cardiologista”, respondeu. O PNI também não definiu data.

O ministro afirmou, ainda, que a pasta vai elaborar uma diretriz para estabelecer protocolos para o transporte público. Segundo o secretário executivo da pasta, Rodrigo Cruz, a discussão é feita em conjunto com Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR) para emissão de um documento sobre o tema. A pasta cogita ainda aplicar uma estratégia de testagem direcionada ao uso do transporte coletivo, onde dificilmente se evitam aglomerações, com utilização de testes de antígeno, que apresentam resultado mais rápido.

— São medidas para evitar que chegue em cenários extremos. O Brasil é um país continental e uma medida linear, no país inteiro, seguramente não vai funcionar. (Precisamos) disciplinar determinadas condutas. O uso de máscaras de uma maneira rigorosa, outra medida disciplinar dos transportes urbanos. Vai ao metrô para você ver. Será que a gente não pode melhorar?— disse.

Além da diretriz, a pasta pretende fazer uma campanha sobre o tema. O secretário executivo explicou que a medida não será uma determinação e sim uma publicação para orientar os municípios.

— Em caráter orientativo, o governo federal não tem competência para poder determinar as regras dos transportes urbanos, isso fica a critério dos municípios. Estamos discutindo qual a melhor a estratégia, mas é uma testagem para retomada da mobilidade, estamos vendo as melhores práticas para a partir disso definir quem seria testado, motoristas, alguns passageiros, isso a gente ainda está estudando — afirmou Cruz.

Ele afirma que a pasta ainda avalia se o documento será uma portaria conjunta com o MDR, um manual ou apenas uma orientação a ser fixada no site do Ministério da Saúde. Questionado se a pasta pretende orientar a redução da ocupação dos veículos, Cruz disse que o tema é visto com cautela.

— Todas as medidas restritivas de capacidade geram um ônus para os transportadores, então, em função disso, a gente avalia com muita cautela — disse.

O ministro afirmou, no entanto, que as medidas podem gerar redução da lotação das frotas:

— Precisamos disciplinar. Naturalmente, essa disciplina às vezes resulta em reduzir o número de pessoas dentro de transportes públicos, porque se a gente não fizer isso a doença tende a se disseminar. Então vamos procurar disciplinar para ter um resultado melhor.

Queiroga voltou a dizer que a vacinação é prioridade do Ministério e afirmou que tem avaliado estratégias para aquisição de mais vacinas. Para o ministro, há um bom diálogo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) para o reforço da quantidade enviada ao país por meio do consórcio Covax Facility. A entidade, no entanto, já afirmou que não há como definir prazo para a chegada das 8 milhões de doses, previstas para até 31 de maio.

De acordo com o ministro, a capacidade de vacinação nacional é de 2,4 milhões de doses diárias em todo o país, sem a adoção de estratégias adicionais, como aumento no horário de vacinação. No entanto, faltam vacinas. Juntos, o Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) conseguem produzir 2 milhões de unidades por dia se houver Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) suficiente.

— A gente tem capacidade de vacinação. Se a gente tiver vacina, conseguimos vacinar.
Fonte Extra

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