Apesar de restrições no Rio, lotação dos transportes tem sido um dos desafios durante a pandemia de Covid-19 Foto: Brenno Carvalho em / Agência O Globo/Luiz Ernesto Magalhães
A prefeitura do Rio decidiu flexibilizar as medidas restritivas que vinha mantendo na capital desde então. O relaxamento de suspensão e alteração em serviços de bares, restaurantes e outras atividades é o tema da divulgação do novo boletim epidemiológico sobre a Covid-19 no município do Rio apresentado pela prefeitura nesta manhã.Com a mudança está previsto o funcionamento presencial de bares e restaurantes, até as 21h. Já as praias continuam proibidas, não podendo haver ambulantes (fixo ou itinerante), aula e prática de esportes coletivos, permanecer na areia e estacionamento na orla (com exceção de moradores, idosos, pessoas com deficiência e hóspedes de hotéis). Essas restrições também valem para parques e cachoeiras.
De acordo com o município, as restrições tiveram impacto no número de atendimentos na rede básica, que teve indicativo de queda. Mas o número de óbitos continua a subir na rede pública. O prefeito Eduardo Paes destacou que 'não é momento de relaxar". Confira o que muda e o que é mantido:
Voltam a funcionar:
Até as 21h
Bares
Lanchonetes
Restaurantes
Quiosques da orla
Foi estipulada uma hora de tolerância para o efetivo encerramento dos serviços nestes locais.
Clubes sociais e esportivos (as áreas de lazer a partir das 11h)
Do meio-dia às 21h:
Museus
Galerias
Bibliotecas
Cinemas
Teatros casas de festa
Salas de apresentação
Salas de concerto
Salões de jogos
Circos
Recreação infantil
Parques de diversões, temáticos e aquáticos
Pontos turísticos
Exposição de arte
Aquários
Jardim Zoológico
Demais atividades de prestação de serviço
Das 10h às 18h:
Comércio
Das 8h às 17h:
Órgãos não essenciais da administração pública
O que continua suspenso:
Boates
Casas de espetáculo
Ambulantes nas praias
Feiras especiais, feiras de ambulantes, feiras de antiquários
Rodas de Samba
Festas em áreas públicas e particulares
A permanência nas vias, áreas e praças públicas das 23h às 5h
Praias, parques e cachoeiras
Tendência de queda
O subsecretário de Vigilância em Saúde, Márcio Garcia, disse na apresentação de um novo balanço da prefeitura sobre a evolução da Covid-19 no Rio. Ele diz que nesta semana se confirmou a tendência de queda de atendimentos na rede básica. Mas o número de óbitos continua a subir na rede pública da cidade.
— Essa queda na rede básica tende a se refletir nos próximos balanços de internações que devem entrar em queda.
Nesta quinta, a taxa de ocupação de leitos em todo o estado do Rio, era de 90,8%. Nos hospitais públicos da capital era de 95%. A fila de espera por um leito de UTI teve a primeira queda depois de três dias de alta: passou de 674 para 643 pacientes, um número ainda alto.
O prefeito Eduardo Paes ressaltou que houve aplicação de medidas restritivas mesmo num período em que a cidade apresentava queda na média móvel de óbitos e na de internações:
— Há cinco semanas estabelecemos o toque de recolher e restrições de atividades. A população não entendia o motivo, pois a realidade da cidade era diferente do restante do país onde as ocorrências estavam em alta. Preferimos trabalhar com antecipação. Na hora que você tem as pessoas chegando nas unidades básicas de saúde, nas clínicas da família, nas unidades de pronto-atendimento, nas UPAs com sintomas da gripe, o que a gente estava observando é que, provavelmente, mesmo sem confirmação de que aqueles casos eram de Covid, que virariam Covid — disse Paes.
Apesar disso, o prefeito alertou que esse não é o momento de relaxar.
— As medidas mais duras funcionaram. A gente sabe do sofrimento dos comerciantes e da população. A queda na procura da rede mostra que isso vai começar a se refletir nas internações. O dado da morte é um índice que está atrasado já que as mortes se dão a partir de 20 dias — disse Paes.
O prefeito ressaltou que por conta do índice de infecção apesar de algumas medidas de flexibilização outras serão mantidas como o previsto, inclusive as restrições de circulação noturna.
— Essa é uma resposta para quem acha que restrições não adiantam nada ao impedimos festinhas e aglomerações. Lockdown nossa realidade não permite. Mas não é momento de relaxar. Quando estabelecemos que bares não podem servir de pé e a permanência das praias o recado é que o Rio ainda não voltou ao normal — disse o prefeito.
Ele lembrou que 40% dos internados em estado grave morrem. Paes também disse que quase 70% dos idosos já foram vacinados da cidade. A meta é terminar a vacinação até os 60 anos na próxima semana. Ao todo cerca de 1 milhão de pessoas já foram vacinadas o que equivale a 15% da população da cidade.
Paes anunciou que com a decisão de manter as praias fechadas para o banho de sol, vai renovar a ajuda aos ambulantes da orla. Seria concedido um novo auxílio de R$ 500.
— A secretaria municipal de Saúde avalia se vai liberar a prática esportiva coletiva em áreas públicas. A decisão deve ser divulgada em nota técnica — disse o prefeito.
Soranz revelou que a curva de transmissão chegou na cidade há quase 4. Hoje está entre 1,2 e 1,0 mas esse não e o único parâmetro adequado para decidir as restrições.
Paes diz que a flexibilização das medidas não significa um liberou geral na cidade.
— Esperamos que os comerciantes de bares, restaurantes, shoppings nos ajudem a fiscalizar.
Vacinação na capital
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, disse que está avaliando se haverá doses suficientes para manter o calendário de vacinação na próxima semana.
— Temos estoques até sábado. Aguardamos a chegada de mais vacinas para a primeira dose para confirmar — disse Soranz.
Paes, por sua vez, ressaltou que há doses de reserva para atender quem já recebeu a primeira dose e vai tomar agora a segunda dose.
Paes disse que independente de decisão judicial que suspendeu decreto do governador em exercício Cláudio Castro, que priorizou forças policiais para a imunização, manterá o calendário da prefeitura que prevê imunizar uma série de categorias inclusive pessoas com comorbidades com 45 anos ou mais até o fim de maio num calendário conjunto com Niterói, Marica e Itaguaí. O estado está recorrendo.
— O que pode mudar o calendário é se não houver vacina — disse o prefeito.
Fonte Extra
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