segunda-feira, 7 de junho de 2021

Safra começa e vai render R$ 650 milhões

Coagro/Sapucaia e Canabrava vão gerar cinco mil empregos diretos e outros 1,5 mil indiretos na moagem deste ano

POR ALOYSIO BALBI


Na safra passada, o setor sucroalcooleiro de Campos movimentou meio bilhão de reais. Na deste ano, que acaba de começar, as usinas Coagro/Sapucaia e Nova Cana Brava devem ampliar essa monetização, faturando R$ 650 milhões, o que ilustra bem a força que esse segmento representa para a economia do Município.
A estimativa de R$ 650 milhões foi feita pelo diretor-presidente da Coagro/Sapucaia, Frederico Paes. Segundo ele, isso se deve a uma maior oferta de matéria-prima, a cana-de-açúcar, consequência do bom período de chuvas e da expansão da lavoura. Este ano, deverão ser esmagados 2 milhões e 200 toneladas de cana.

A título de comparação, o orçamento da prefeitura de Campos para este ano é de R$ 1,5 bilhão, o que mostra o bom desempenho do centro do agronegócio municipal, que deve receber um investimento bem mais expressivo este ano por parte da Prefeitura, por meio de emendas parlamentares. No último ano, o Município havia investido tímidos R$ 200 mil na agricultura. Agora, o investimento no agronegócio poderá passar de R$ 10 milhões.

Safra focada no etanol

Frederico Paes (Foto: Carlos Grevi)

Frederico Paes afirmou que, a exemplo do ano passado, a safra deste ano deverá ser predominantemente de etanol, pelo bom preço do produto no mercado interno. A Coagro deverá ter sua produção de 80% de etanol e 20% de açúcar. A usina Nova Canabrava só produz etanol.
O presidente do Sindicato das Usinas do Rio de Janeiro e também presidente da Coagro, Frederico Paes, disse que, no ano passado, foi esmagado 1,7 milhão de tonelada de cana-de-açúcar. Porém, cerca de 300 mil toneladas produzidas no norte do município e também em São Francisco de Itabapoana foram para o Estado do Espírito Santo, por questões de logística. Isso significa que, na safra passada, foram produzidos dois milhões de toneladas de cana-de-açúcar.

Perto dos 50 mil hectares
Um recorte importante da safra passada, destacada por Frederico Paes, se refere à inversão da tradicional safra açucareira para etanol, ou seja, que as duas usinas — Coagro e Canabrava — produziram mais etanol em consequência do valor atrativo.
Na verdade, a Coagro destinou 90% de sua safra para a produção de etanol e 10% para o açúcar, enquanto a Canabrava produziu somente etanol.
“Estamos muito perto de termos 50 mil hectares de cana-de-açúcar plantados, o que é animador. Estimo que em cinco anos a produção da matéria-prima, a cana, pode chegar a três milhões de toneladas, e assim sairemos, como já estamos saindo, da chamada capacidade ociosa do parque fabril”, disse Frederico Paes.

Usina Canabrava

Safra gera 6,5 mil empregos
O setor também vai aquecer o mercado de trabalho em plena crise da pandemia, no seu segundo ano consecutivo. Somente a Coagro deve gerar, no curso da safra, três mil empregos diretos, embora parte disso tenha sido terceirizada. A Canabrava irá gerar dois mil postos de trabalho. Outros 1,5 mil empregos indiretos estão previstos, computando serviços como os de mecânicos, eletricistas, borracheiros e outros.
“Sem dúvida, o setor está entre os dois ou três maiores geradores de empregos do município. É certo que parte deles são de períodos de safra. Mas estamos pensando em médio prazo para os próximos cinco anos, quando esperamos ter mais cana e, quem sabe, poder dilatar o período de safra”, disse Frederico.


Segunda safra da pandemia
A pandemia também alterou a rotina das usinas, assim como aconteceu com todos os setores. De acordo com Paulo Bastos, a Coagro precisou investir em protocolos de segurança com orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para garantir a saúde dos trabalhadores. Ele lembra que houve custo para implantar tais protocolos de saúde e que todos os cuidados são necessários para que a empresa não pare, o mesmo tempo em que protege as pessoas.
Fonte Terceira Via

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