O presidente Jair Bolsonaro fala sobre fraude nas urnas em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada 02/07/2021 Foto: Reprodução/Daniel Gullino
Em desvantagem em pesquisas, o presidente Jair Bolsonaro voltou a colocar em dúvida a segurança das eleições nesta sexta-feira, novamente sem apresentar provas. Bolsonaro repetiu que há a chance de não serem realizadas eleições em 2022 e chamou de "idiota" e "imbecil" o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso.— Não tenho medo de eleições. Entrego a faixa a quem ganhar. No voto auditável. Nessa forma, corremos o risco de não termos eleição no ano que vem. Porque é o futuro de vocês que está em jogo — disse Bolsonaro, em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada.
Uma pesquisa do Datafolha divulgada na quinta-feira mostrou que rejeição a Bolsonaro atingiu 51%, maior taxa desde início do governo. No mês passado, um levantamento do Ipec apresentou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderando a disputa eleitoral do próximo ano.
De acordo com o presidente, os institutos de pesquisas participariam de uma fraude ao lado do TSE para beneficar Lula:
— Daí vem os institutos de pesquisas, fraudados também, botando ali o nove dedos lá em cima. Para que? Para ser confirmado o voto fraudado no TSE — disse, acrescentando depois: — Já está certo quem vai ser presidente no ano que vem. A gente vai deixar entregar isso?
Bolsonaro defende que é preciso imprimir um registro do voto, após a votação na urna eletrônica. Ele, contudo, nunca de nunca ter apresentado nenhuma prova de fraude no modelo atual.
O presidente também atacou Barroso, dizendo que os argumentos dele contra a proposta de voto impresso são de um "imbecil" e "idiota":
— É uma resposta de um imbecil. Eu lamento falar isso de uma autoridade do Supremo Tribunal Federal. Só um idiota para fazer isso aí.
Bolsonaro também voltou a dizer, sem provas, que houve irregularidade nas eleições de 2014, quando Dilma Rousseff (PT) venceu Aécio Neves (PSDB), e disse que "a fraude está no TSE". De acordo com Bolsonaro, a evolução dos votos, minuto a minuto, não permitiria a vitória de Dilma.
— Em 2014 se mostrou a apuração minuto a minuto. Obviamente vocês não tiveram acesso. E minuto a minuto, no segundo turno, Aécio Neves, começou o Aécio Neves lá em cima e a Dilma lá embaixo. Com o tempo, essas curvas foram se cruzando até que se estabilizaram na horizontal com a Dilma na frente — disse. — Depois que as curvas se tocaram, ou momentos antes das curvas se tocarem, era Dilma ganhou, Aécio ganhou, Dilma ganhou, Aécio ganhou. Por 271 (mil) vezes. É você jogar uma moeda 217 (mil) vezes para cima e dar cara, coroa, cara, coroa, cara, coroa.
Para Bolsonaro, isso significa que houve "fraude" e "roubalheira". Em 2014, depois das eleições presidenciais, o PSDB pediu uma auditoria no sistema de votação, alegando falta de transparência. A auditoria foi realizada, mas não foram encontradas irregularidades.
Fonte Extra
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