Cidade é carente de área verde para lazer; enquanto algumas estão abandonadas, outras nem saíram do papel
POR PRISCILLA ALVESMoradoras de Guarus pescam no Parque da Lagoa do Vigário (Fotos: Silvana Rust)
Com seus mais de 4 mil km², Campos dos Goytacazes é o maior município em extensão territorial de todo o Estado do Rio de Janeiro, mas, apesar do tamanho, a cidade é carente de áreas verdes preservadas como opção de prática de esportes, contemplação da natureza e lazer. Atualmente, alguns locais poderiam cumprir esta função: o Parque Municipal da Lagoa do Vigário – que apesar de já ter estrutura para oferecer à população, está com aspecto de abandono; o Parque Natural Municipal do Taquaruçu, que mesmo com sua rica flora com remanescentes da Mata Atlântica, não emplacou desde 2004; e o Parque Ecológico Municipal, localizado na Arthur Bernardes e que também ainda não saiu do papel. Junto a estes, um quarto espaço a ser disponibilizado aos campistas é o antigo pátio da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), que pode ser cedido ao município e deve ter uma parte transformada em uma grande área de lazer.
Parque Municipal da Lagoa do Vigário
Dentre os quatro locais citados, o Parque Municipal da Lagoa do Vigário é o único já apto a receber visitantes. Localizado no Jardim Carioca, em Guarus, o espaço foi inaugurado em 2016 pela então prefeita Rosinha Garotinho com pista para caminhada, academia ao ar livre, parque infantil, banheiros e espaços para pescaria. Porém, no local atualmente há lixo, banheiros sujos e até cavalos pastando entre fezes.
Com seus mais de 4 mil km², Campos dos Goytacazes é o maior município em extensão territorial de todo o Estado do Rio de Janeiro, mas, apesar do tamanho, a cidade é carente de áreas verdes preservadas como opção de prática de esportes, contemplação da natureza e lazer. Atualmente, alguns locais poderiam cumprir esta função: o Parque Municipal da Lagoa do Vigário – que apesar de já ter estrutura para oferecer à população, está com aspecto de abandono; o Parque Natural Municipal do Taquaruçu, que mesmo com sua rica flora com remanescentes da Mata Atlântica, não emplacou desde 2004; e o Parque Ecológico Municipal, localizado na Arthur Bernardes e que também ainda não saiu do papel. Junto a estes, um quarto espaço a ser disponibilizado aos campistas é o antigo pátio da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), que pode ser cedido ao município e deve ter uma parte transformada em uma grande área de lazer.
Parque Municipal da Lagoa do Vigário
Dentre os quatro locais citados, o Parque Municipal da Lagoa do Vigário é o único já apto a receber visitantes. Localizado no Jardim Carioca, em Guarus, o espaço foi inaugurado em 2016 pela então prefeita Rosinha Garotinho com pista para caminhada, academia ao ar livre, parque infantil, banheiros e espaços para pescaria. Porém, no local atualmente há lixo, banheiros sujos e até cavalos pastando entre fezes.
Lagoa do Vigário em Guarus
“Aqui está pouco cuidado. As pessoas jogam lixo, bicho morto. Já há anos presenciamos esse abandono. Há alguns dias, meu filho limpou, colocou o lixo no carro dele e levou no lixão. Aqui, se fosse bem cuidado, a gente aproveitaria muito”, desabafou a doméstica Helena Moço.
“Aqui está pouco cuidado. As pessoas jogam lixo, bicho morto. Já há anos presenciamos esse abandono. Há alguns dias, meu filho limpou, colocou o lixo no carro dele e levou no lixão. Aqui, se fosse bem cuidado, a gente aproveitaria muito”, desabafou a doméstica Helena Moço.
Lixo e abandono na Lagoa do Vigário
A aposentada Penha Fidélis estava pescando na lagoa com a neta e também falou sobre a falta de cuidado. “Eu gosto de vir pescar. Pra mim, é uma terapia. É claro que se o local estivesse mais cuidado, seria melhor. Sempre que eu venho aqui, vejo alguma sujeira”, comentou.
Em nota, a Prefeitura informou que a Secretaria de Obras e Infraestrutura está estudando formas de recuperar o espaço e que a equipe da Subsecretaria de Limpeza Pública tem atuado para isso. “A pasta pede o apoio da população, evitando o descarte de lixo em locais inadequados. A Guarda Municipal também voltará a atuar no espaço”, informou.
Parque Natural Municipal do Taquaruçu
A aposentada Penha Fidélis estava pescando na lagoa com a neta e também falou sobre a falta de cuidado. “Eu gosto de vir pescar. Pra mim, é uma terapia. É claro que se o local estivesse mais cuidado, seria melhor. Sempre que eu venho aqui, vejo alguma sujeira”, comentou.
Em nota, a Prefeitura informou que a Secretaria de Obras e Infraestrutura está estudando formas de recuperar o espaço e que a equipe da Subsecretaria de Limpeza Pública tem atuado para isso. “A pasta pede o apoio da população, evitando o descarte de lixo em locais inadequados. A Guarda Municipal também voltará a atuar no espaço”, informou.
Parque Natural Municipal do Taquaruçu
Parque Natural Taquaruçu em Guarus com acesso inviável
O Parque Natural Municipal do Taquaruçu foi criado em 2004 pelo ex-prefeito Arnaldo Vianna e fica na mata de Bom Jesus, a cerca de 15 minutos da Ponte da Lapa, em Guarus. Com 65 hectares, o objetivo do espaço era “assegurar a preservação do remanescente florestal da Mata Atlântica, estimular o turismo ecológico, além de preservar espécies nativas da região”, segundo publicação no site oficial da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Ambiental de Campos. Porém, na prática, o espaço resume-se a uma área verde de mata fechada sem qualquer tipo de estrutura.
O Parque Natural Municipal do Taquaruçu foi criado em 2004 pelo ex-prefeito Arnaldo Vianna e fica na mata de Bom Jesus, a cerca de 15 minutos da Ponte da Lapa, em Guarus. Com 65 hectares, o objetivo do espaço era “assegurar a preservação do remanescente florestal da Mata Atlântica, estimular o turismo ecológico, além de preservar espécies nativas da região”, segundo publicação no site oficial da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Ambiental de Campos. Porém, na prática, o espaço resume-se a uma área verde de mata fechada sem qualquer tipo de estrutura.
Taquaruçu fica no entorno da Usina São João, em Guarus: abandono
“A ideia era que esse parque ecológico funcionasse como é o Itaóca hoje, cuidado pelo poder público e com acesso para visitantes. Ali, é possível a prática de contemplação da natureza, arvorismo, trilhas e ainda prática de atividades radicais. Há uns dez anos, chegaram a fazer uma portaria lá e eu até já visitei o espaço com alguns alunos para pesquisas. Depois, o parque foi abandonado de vez”, explicou o arquiteto e urbanista Renato Siqueira, que também integra o Grupo de Pesquisa Interinstitucional de Desenvolvimento Municipal e Regional (GPIDMR).
Ainda segundo Renato, as esperanças não estão perdidas, já que o parque consta como objeto de interesse do Plano Diretor Municipal de 2020 de Campos. “A área protege remanescente de floresta da Mata Atlântica, que foi praticamente dizimada na nossa região”.
“A ideia era que esse parque ecológico funcionasse como é o Itaóca hoje, cuidado pelo poder público e com acesso para visitantes. Ali, é possível a prática de contemplação da natureza, arvorismo, trilhas e ainda prática de atividades radicais. Há uns dez anos, chegaram a fazer uma portaria lá e eu até já visitei o espaço com alguns alunos para pesquisas. Depois, o parque foi abandonado de vez”, explicou o arquiteto e urbanista Renato Siqueira, que também integra o Grupo de Pesquisa Interinstitucional de Desenvolvimento Municipal e Regional (GPIDMR).
Ainda segundo Renato, as esperanças não estão perdidas, já que o parque consta como objeto de interesse do Plano Diretor Municipal de 2020 de Campos. “A área protege remanescente de floresta da Mata Atlântica, que foi praticamente dizimada na nossa região”.
Reprodução de Mapa em Guarus
Sobre o espaço, a Prefeitura de Campos informou que, de acordo com a Subsecretaria de Ambiente, o Parque Natural Municipal do Taquaruçu foi criado em uma área de assentamento e há um conflito com o Incra que deve ser resolvido antes da Prefeitura poder investir na área.
Parque público no pátio da antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA)
A área que compreende o pátio da antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA) tem 104 mil m² e fica na margem da Avenida 28 de Março, no bairro Parque São Caetano. O espaço pode ser transformado em um grande parque público verde aberto para visitação e lazer da população no que depender das negociações entre a Secretaria do Patrimônio da União (SPU), técnicos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (Dnit) – atualmente gestores do local –, a deputada federal Clarissa Garotinho e o prefeito Wladimir Garotinho. O município pede a cessão patrimonial do terreno e dos imóveis sob gestão desses órgãos federais para, além da criação do parque, instalar no local o Centro Administrativo da Prefeitura, levando para lá sedes de várias secretarias.
Sobre o espaço, a Prefeitura de Campos informou que, de acordo com a Subsecretaria de Ambiente, o Parque Natural Municipal do Taquaruçu foi criado em uma área de assentamento e há um conflito com o Incra que deve ser resolvido antes da Prefeitura poder investir na área.
Parque público no pátio da antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA)
A área que compreende o pátio da antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA) tem 104 mil m² e fica na margem da Avenida 28 de Março, no bairro Parque São Caetano. O espaço pode ser transformado em um grande parque público verde aberto para visitação e lazer da população no que depender das negociações entre a Secretaria do Patrimônio da União (SPU), técnicos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (Dnit) – atualmente gestores do local –, a deputada federal Clarissa Garotinho e o prefeito Wladimir Garotinho. O município pede a cessão patrimonial do terreno e dos imóveis sob gestão desses órgãos federais para, além da criação do parque, instalar no local o Centro Administrativo da Prefeitura, levando para lá sedes de várias secretarias.
Área da antiga Rede Ferroviária é reivindicada para criação de parque e sede administrativa municipal
“Visitei esse espaço, que está praticamente abandonado. É uma área que pode ser bem usada pela Prefeitura e pela população com a criação de uma área de lazer e a instalação de órgãos públicos importantes. A Prefeitura de Campos arcaria com a manutenção, e só isso já traria um grande ganho”, disse a deputada Clarissa Garotinho.
O subsecretário de Planejamento Urbano, Mobilidade e Meio Ambiente, Sérgio Mansur, está confiante de que a Prefeitura vai conseguir a autorização para cuidar do espaço. “Nós queremos implantar áreas de lazer para a população, mas é difícil falar em previsão, porque a gente ainda não sabe como vai ser esse processo de cessão. O que posso garantir é que há uma grande boa vontade de todos os lados. Quando tivermos a posse, a nossa secretaria de Planejamento irá implementar os projetos em toda a área de lazer”, adiantou.
A Prefeitura de Campos informou que a forma como o espaço será aproveitado está em fase de estudos. “O espaço da RFSSA, que está sendo negociado com o apoio da deputada Clarissa Garotinho, é de interesse do prefeito. A deputada sugere o uso da área aberta para a criação de um parque público para estimular o turismo”.
Parque Ecológico Municipal, na Arthur Bernardes
Em uma das margens da Arthur Bernardes, entre a rotatória da BR-101 e a Avenida José Alves de Azevedo (Beira-Valão), o Parque Ecológico Municipal foi instituído pelo ex-prefeito Rafael Diniz. O espaço tem 320 mil m² e o início da primeira etapa da construção foi publicado no Diário Oficial em 21 de maio de 2019 e orçado em R$ 214.267,44. Apesar disso, de já ter um projeto pronto e da área ter sido marcada e cercada, nada mais foi feito.
O autor do projeto, o arquiteto Aristides Marques, coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo do Isecensa e que doou o projeto para a instituição, deu detalhes de como seria o parque.
“Visitei esse espaço, que está praticamente abandonado. É uma área que pode ser bem usada pela Prefeitura e pela população com a criação de uma área de lazer e a instalação de órgãos públicos importantes. A Prefeitura de Campos arcaria com a manutenção, e só isso já traria um grande ganho”, disse a deputada Clarissa Garotinho.
O subsecretário de Planejamento Urbano, Mobilidade e Meio Ambiente, Sérgio Mansur, está confiante de que a Prefeitura vai conseguir a autorização para cuidar do espaço. “Nós queremos implantar áreas de lazer para a população, mas é difícil falar em previsão, porque a gente ainda não sabe como vai ser esse processo de cessão. O que posso garantir é que há uma grande boa vontade de todos os lados. Quando tivermos a posse, a nossa secretaria de Planejamento irá implementar os projetos em toda a área de lazer”, adiantou.
A Prefeitura de Campos informou que a forma como o espaço será aproveitado está em fase de estudos. “O espaço da RFSSA, que está sendo negociado com o apoio da deputada Clarissa Garotinho, é de interesse do prefeito. A deputada sugere o uso da área aberta para a criação de um parque público para estimular o turismo”.
Parque Ecológico Municipal, na Arthur Bernardes
Em uma das margens da Arthur Bernardes, entre a rotatória da BR-101 e a Avenida José Alves de Azevedo (Beira-Valão), o Parque Ecológico Municipal foi instituído pelo ex-prefeito Rafael Diniz. O espaço tem 320 mil m² e o início da primeira etapa da construção foi publicado no Diário Oficial em 21 de maio de 2019 e orçado em R$ 214.267,44. Apesar disso, de já ter um projeto pronto e da área ter sido marcada e cercada, nada mais foi feito.
O autor do projeto, o arquiteto Aristides Marques, coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo do Isecensa e que doou o projeto para a instituição, deu detalhes de como seria o parque.
Área destinada a parque na Avenida Artur Bernardes
“A criação desse espaço foi uma ideia da falecida Irmã Suraya, que me pediu que fizesse o projeto. Ele engloba a construção de um lago com 100 m², duas grandes ruas laterais para não congestionar a Avenida Arthur Bernardes, espaço para eventos ao ar livre, centro de convenções, restaurante e ainda a recuperação da mata. Enfim, seria uma grande área verde de lazer perto do centro urbano”, explicou Aristides.
Segundo o arquiteto, embora o projeto não tenha saído do papel, o fato dele ter sido incluído no Plano Diretor Municipal garante sua instalação, ainda que não haja um prazo determinado. Além disso, ele afirmou que o governo municipal atual já demonstrou interesse em dar continuidade ao projeto. “Foi um ganho muito grande para a população. Lá ainda vai ser esse parque, a gente só não sabe quando, mas vai ser. Tivemos evoluções com o novo governo, que nos informou estar buscando recursos para colocá-lo em prática”, explicou.
Segundo o secretário de Planejamento Urbano, Mobilidade e Meio Ambiente, Cláudio Valadares, atualmente a implantação do parque está em fase de estudo preliminar.
“A criação desse espaço foi uma ideia da falecida Irmã Suraya, que me pediu que fizesse o projeto. Ele engloba a construção de um lago com 100 m², duas grandes ruas laterais para não congestionar a Avenida Arthur Bernardes, espaço para eventos ao ar livre, centro de convenções, restaurante e ainda a recuperação da mata. Enfim, seria uma grande área verde de lazer perto do centro urbano”, explicou Aristides.
Segundo o arquiteto, embora o projeto não tenha saído do papel, o fato dele ter sido incluído no Plano Diretor Municipal garante sua instalação, ainda que não haja um prazo determinado. Além disso, ele afirmou que o governo municipal atual já demonstrou interesse em dar continuidade ao projeto. “Foi um ganho muito grande para a população. Lá ainda vai ser esse parque, a gente só não sabe quando, mas vai ser. Tivemos evoluções com o novo governo, que nos informou estar buscando recursos para colocá-lo em prática”, explicou.
Segundo o secretário de Planejamento Urbano, Mobilidade e Meio Ambiente, Cláudio Valadares, atualmente a implantação do parque está em fase de estudo preliminar.
Avenida Artur Bernardes em Campos
“Temos uma parceria nossa com o curso de Arquitetura do Isecensa no que tange um estudo conceitual e preliminar apresentado por eles e aceito por nós como proposta inicial. Esse estudo contempla um terço do espaço de Mata Atlântica e ainda outras áreas de lazer para a população. Ou seja, um espaço que proporcionará mais qualidade de vida para população”, explicou.
Além do secretário, a Subsecretaria de Comunicação Social também foi questionada sobre outros detalhes a respeito deste parque – assim como nos outros citados – mas o órgão não enviou resposta até o fechamento desta reportagem.
“Temos uma parceria nossa com o curso de Arquitetura do Isecensa no que tange um estudo conceitual e preliminar apresentado por eles e aceito por nós como proposta inicial. Esse estudo contempla um terço do espaço de Mata Atlântica e ainda outras áreas de lazer para a população. Ou seja, um espaço que proporcionará mais qualidade de vida para população”, explicou.
Além do secretário, a Subsecretaria de Comunicação Social também foi questionada sobre outros detalhes a respeito deste parque – assim como nos outros citados – mas o órgão não enviou resposta até o fechamento desta reportagem.
Fonte Terceira Via
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