quinta-feira, 29 de julho de 2021

Frente fria chega a Campos anunciando massa de ar polar que deixará a temperatura ainda mais baixa

Defesa Civl faz alerta para ressaca no mar do Farol e Arteris Fluminense se preocupa com neblina nas estradas

POR GIRLANE RODRIGUES
(Foto: Carlos Grevi)

A massa de ar polar que chegou ao Brasil nesta quarta-feira (28) também se aproxima de Campos, acompanhando a frente fria que já se instalou na cidade nesta tarde, fazendo despencar a temperatura. O professor e técnico em meteorologia Carlos Augusto Souto explicou a diferença entre os dois fenômenos. “A frente fria já chegou caracterizada pelo vento e pela nebulosidade e que pode trazer chuva fraca. Ela vem com uma queda relativa de temperatura em relação a temperatura que estava antes. Ou seja, se antes era registrado 35 graus e, com a frente fria, a temperatura reduziu para 20, chamamos de frente fria. Mesmo 20 graus não sendo frio, por exemplo, na Finlândia, país de grande altitude do hemisfério Norte, pois lá as temperaturas negativas são muito comuns. Já a massa de ar polar que também deve chegar a Campos, é muito frio, pois é uma massa que se origina no Sul da Argentina, região da Patagônia, perto do continente Antártico”, disse.

Nos próximos dias, porém, a massa de ar polar deve baixar os termômetros em Campos para 11 ou até 10 graus, sendo que o vento e a umidade relativa do ar podem deixar a sensação de ainda mais frio, segundo o especialista.


Segundo Souto, este frio extremo pode ter relação com a mudança climática global, que gera calor e frio em excesso, numa compensação da natureza. “Tanto que no Hemisfério Norte, a população está sofrendo com onda de calor extrema, onde até mortes são esperadas em decorrência das altas temperaturas. A Europa sofreu há poucos dias com tempestade amazônica, o que não era esperado, mas a natureza sempre busca o equilíbrio. Aqui também, estamos experimentando frio extremo, que não estávamos acostumados. A última onde de frio deste nível registrada em Campos, que eu me lembro, foi há 27 anos. Agora, temos que observar se a prevalência deste frio extremo irá acontecer em menor intervalo de tempo”, questiona o professor.

Outro fator que pode estar gerando esta oscilação nas temperaturas é o desmatamento na Amazônia, região considerada como um filtro natural do gás carbônico. “Sem este filtro, falta equilíbrio, gerando descompensações e, consequentemente, a busca forçada deste meio termo pela natureza”, conta didaticamente o professor.

Souto acrescenta que o frio intenso pode trazer consequências para o campista, como aumento de doenças respiratórias virais. Para evitar isto, segundo ele, é necessário que, apesar do frio, haja circulação de ar. “Portas e janelas devem ser mantidas abertas pelo maior tempo possível, pois as contaminações virais acontecem por aerossóis”, alerta.
Praia do Farol de São Thomé

Ressaca

A Defesa Civil, em Campos, está em alerta com a possibilidade de chegada da massa de ar polar.Para a Defesa Civil, a previsão é que a temperatura fique entre 14º e 20º, com chuvas fracas e isoladas. No início da próxima semana, há previsão de ainda mais frio, segundo o órgão. Além disso, a Defesa Civil faz alerta sobre uma ressaca na praia do Farol de São Thomé, com base em dados emitidos pela Marinha e pelo Instituto nacional de Meteorologia (Inmet). “A Secretaria de Defesa Civil alerta pescadores, surfistas e moradores do Farol de São Thomé sobre a agitação do mar e ressaca, com ondas de até 3,5 metros na faixa litorânea, entre a manhã desta quinta-feira (29) e a noite da próxima sexta-feira (30). Diante dos riscos iminentes, trabalhadores e banhistas devem evitar entrar no mar. O fenômeno, provocado pela alteração das condições meteorológicas e os fortes ventos previstos, também poderá causar transtornos na estrada litorânea nos dois extremos: nos trechos que dão acesso à Barra do Furado e ao Açu. Há possibilidade de ventos costeiros de potencial perigo entre a tarde desta quarta-feira (28) e a tarde de quinta-feira (29). Informações do Centro de Hidrografia da Marinha (CHM) apontam a possibilidade de ventos com intensidade de até 75 km/h (40 nós) na faixa litorânea do município”, afirma a nota da prefeitura.

Xexé — Se a previsão se confirmar, a ressaca poderá causar novos impactos na estrada litorânea que liga o Xexé ao Açu, em São João da Barra, onde a estrada já foi completamente erodida. Já na localidade de Gaivota, no trecho que dá acesso à Barra do Furado, a areia do mar pode voltar a invadir a pista. Motoristas devem estar atentos e evitar o trecho neste período.
Foto: divulgação

Alerta nas estradas

A Arteris Fluminense, concessionária que administra a BR-101 RJ entre Niterói e a divisa dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo alerta que a baixa visibilidade provocada pela neblina pode causar acidentes, tanto leves quanto graves, e por isso o motorista deve ter muito cuidado ao trafegar.

O nevoeiro que se forma com a umidade do ar pode limitar a visão do motorista. Mesmo para quem conhece o trajeto, a Neblina é traiçoeira e a falta de visibilidade faz com que o condutor perca a referência.

Sob neblina, muito comum nessa época do ano, o motorista deve reduzir a velocidade com segurança, observando a distância entre o veículo que vem logo atrás; acender a luz baixa do farol (e o neblina, se houver) e aumentar a distância entre o veículo à sua frente. Ao longo do trecho sob concessão, a concessionária disponibiliza bases SOS Usuário, com local adequado para uma pausa na viagem, banheiros, fraldários e água.

Curiosidade– nevoeiros ocorrem geralmente durante a madrugada. Vento fraco ou calmaria (falta de vento) e baixa temperatura são condições importantes para formação do fenômeno.

Atenção também à fumaça

O inverno também pede atenção com relação à fumaça na pista, causada pelo tempo mais seco. Quando o motorista se depara com fumaça na pista, a direção se torna um verdadeiro desafio, com baixíssima visibilidade, o que é extremamente perigoso. A Arteris, que promove ações de conscientização de direção segura, destaca algumas orientações para ajudar motoristas ao se depararem com focos de fumaça na pista.

Adote uma direção defensiva – Ao avistar fumaça, reduza a velocidade e respeite sempre os limites de velocidade da via. Em caso de baixa visibilidade, reduza a velocidade a níveis ainda mais seguros de direção. Assim, é possível ter mais tempo de reação no caso de ser surpreendido por outro veículo, pessoa ou animal.
Foto: divulgação

Cuide da qualidade do seu ar – Feche os vidros do veículo, para que ninguém respire a fumaça. Se o ar-condicionado estiver ligado, ative a recirculação do ar.

Mantenha distância – Cuide para manter e/ou aumentar a distância do veículo à frente, o que trará mais segurança em uma frenagem de emergência.

Faróis baixos – Use sempre os faróis baixos, conforme determina o Código de Trânsito Brasileiro. Em casos de baixa visibilidade por fumaça, nunca ligue o farol alto, pois ele se reflete nas pequenas gotículas do ar e fuligem, e ofusca ainda mais o motorista do veículo que vier no sentido contrário.

Nunca pare na via; no acostamento, só se não houver opção – Em nenhuma hipótese o motorista deve parar o carro na via ou utilizar o pisca-alerta com o veículo em movimento. O acostamento só deve ser utilizado em caso de emergência e com o pisca-alerta ligado.

Pisca-alerta, só com o carro parado – Jamais use o pisca-alerta em movimento, somente quando estiver com o veículo parado no acostamento. Acione o pisca-alerta apenas em caso de emergência ou pane. Caso contrário, isso causará confusão para o motorista que estiver atrás, que poderá ter a impressão de que o seu veículo está parado na pista de rodagem ou sinalizando uma mudança de pista, o que aumenta o risco de acidente.

Evite se expor à fumaça – Se for possível observar que um trecho à frente está comprometido com fumaça, busque um lugar seguro, como postos de serviços. Ao trafegar, se conseguir enxergar através da fumaça, dirija devagar e com os faróis e lanternas ligados. Não se arrisque. Se a visibilidade estiver muito prejudicada, busque um local para estacionar e espere a condição da via melhorar. Procure ainda saber as condições prévias da via. Você pode conferir as condições da BR-101 RJ/Norte pelo Twitter no perfil @Arteris_AFL.

Manutenção em dia – Faça a revisão do veículo. Verifique, além da pressão dos pneus, o alinhamento e balanceamento das rodas, níveis de óleo do motor e da água no radiador, o sistema elétrico e as luzes.

Faça sua parte

É possível fazer sua parte contra as queimadas. A maioria dos acidentes começa com pequenas fogueiras, muitas vezes iniciadas por bitucas de cigarro jogadas pela janela dos veículos. Algumas medidas simples podem ajudar a prevenir mais incêndios.

Em caso de fumaça na rodovia, procure um local seguro para parar e comunique à Arteris Fluminense por meio do telefone gratuito 0800 282 0101, assim como ao Corpo de Bombeiros (telefone: 193) e à Polícia Rodoviária, informando o local ou proximidade da queimada.

Não solte balões, não faça fogueiras no período de seca nem atire bituca de cigarro acesas pela janela do veículo. Pequenas ações podem gerar grandes desastres.

Se tiver uma propriedade rural, sempre obtenha as autorizações legais com os órgãos competentes antes da realização de queimadas controladas.
Fonte Terceira Via

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