Inscrição estadual da empresa está embargada por 60 dias
Manifestantes interromperam o fluxo de veículos na altura do distrito de Travessão de Campos (Foto: Carlos Grevi)
Os funcionários e fornecedores da Usina Canabrava fecharam a BR-101, na altura do km 47 da rodovia, que fica no distrito de Travessão de Campos, na tarde desta sexta-feira (2), em protesto pela suspensão da moagem da empresa. O processo fabril foi interrompido porque a inscrição estadual da usina foi suspensa por 60 dias. A manifestação causou retenção de cerca de quatro quilômetros em cada um dos sentidos da rodovia, segundo a Polícia Rodoviária Federal. O trânsito foi restabelecido por volta das 16h40.
Os funcionários e fornecedores da Usina Canabrava fecharam a BR-101, na altura do km 47 da rodovia, que fica no distrito de Travessão de Campos, na tarde desta sexta-feira (2), em protesto pela suspensão da moagem da empresa. O processo fabril foi interrompido porque a inscrição estadual da usina foi suspensa por 60 dias. A manifestação causou retenção de cerca de quatro quilômetros em cada um dos sentidos da rodovia, segundo a Polícia Rodoviária Federal. O trânsito foi restabelecido por volta das 16h40.
Policiais rodoviários acompanham a manifestação (Fotos: Carlos Grevi)
“Durante esse tempo de suspensão, a empresa continuou produzindo, mas o limite de estoque esgotou. Com isso, a usina não pode mais operar, já que não há onde estocar os produtos. Se isso não for resolvido de imediato, corre o risco de a empresa ter que fazer demissão em massa”, explicou o gerente agrícola da Canabrava, Edilásio Manhães Tavares.
Ainda de acordo com o gerente agrícola, atualmente a Canabrava possui cerca de 1.500 funcionários contratados de forma direta e outros cerca de três mil colaboradores indiretos.
“Nosso temor é ficar desempregado. Essa situação também representa um grande problema para os fornecedores, já que há a possibilidade da cana não ser processada por causa da suspensão da moagem”, pontuou Edilásio.
“Durante esse tempo de suspensão, a empresa continuou produzindo, mas o limite de estoque esgotou. Com isso, a usina não pode mais operar, já que não há onde estocar os produtos. Se isso não for resolvido de imediato, corre o risco de a empresa ter que fazer demissão em massa”, explicou o gerente agrícola da Canabrava, Edilásio Manhães Tavares.
Ainda de acordo com o gerente agrícola, atualmente a Canabrava possui cerca de 1.500 funcionários contratados de forma direta e outros cerca de três mil colaboradores indiretos.
“Nosso temor é ficar desempregado. Essa situação também representa um grande problema para os fornecedores, já que há a possibilidade da cana não ser processada por causa da suspensão da moagem”, pontuou Edilásio.
Congestionamento chegou a quase oito quilômetros, segundo a PRF
Os manifestantes usaram pneus e galhos de árvores queimados para impedir a passagem de veículos na rodovia, e também nos acessos aos bairros do distrito de Travessão. Nas ruas locais, houve congestionamento de caminhões e carretas, principalmente usados pelos fornecedores e prestadores de serviços da companhia. “Queremos trabalhar” foi uma das frases mais usadas no protesto pelos participantes.
Fornecedores e prestadores de serviço descontentes
De acordo com o agricultor Francisco Carlos Oliveira, um dos muitos fornecedores de cana para a usina, a situação econômica na região vive uma de suas piores fases.
Os manifestantes usaram pneus e galhos de árvores queimados para impedir a passagem de veículos na rodovia, e também nos acessos aos bairros do distrito de Travessão. Nas ruas locais, houve congestionamento de caminhões e carretas, principalmente usados pelos fornecedores e prestadores de serviços da companhia. “Queremos trabalhar” foi uma das frases mais usadas no protesto pelos participantes.
Fornecedores e prestadores de serviço descontentes
De acordo com o agricultor Francisco Carlos Oliveira, um dos muitos fornecedores de cana para a usina, a situação econômica na região vive uma de suas piores fases.
Carretas lotadas de cana fecharam diversos acessos ao distrito de Travessão; houve congestionamento
“Os tambores de álcool estão todos cheios. estamos sem dinheiro, devendo a mais de dez funcionários que estão em situação de fome. Eles nunca definem quando vão autorizar a saída do álcool. É sempre amanhã e depois. O governo está segurando tudo, prendendo. Tem cana na roça secando e nós precisando sair dessa. Não tem necessidade disso. Precisamos de apoio do prefeito Wladimir e do Estado. Estamos sem ninguém, abandonados”, disse.
Morador de São Francisco de Itabapoana, Alberto Barreto presta serviços a Canabrava há vários anos. “Se tem algo na justiça para resolver, que assim seja. Há dez moagens sempre ocorre alguma polêmica, mas Deus nunca deixou Canabrava fechar. A atual direção assumiu dívidas e a própria usina. Eu sobrevivi à Covid e com coragem para trabalhar. É o que todos queremos”, comentou.
Antes de a pista ser liberada pelos manifestantes, um dos fornecedores de cana, Wellington Teixeira, disse que a partir deste sábado (3), eles pretendem retornar à BR-101 para continuarem o protesto contra o governo estadual.
“Queremos que o governador e o prefeito agilizem o processo para a gente voltar às nossas atividades e moer cana. Caminhões, máquinas, tratores, famílias virão para a pista. A pressa não é nossa em liberar a rodovia”, comentou.
Posicionamento da empresa
De acordo com a assessoria do diretor da Usina Canabrava, Rodrigo Oliveira, a suspensão da inscrição estadual impede que a empresa emita nota fiscal.
“Nestes 60 dias, nós mantivemos a produção fabril até quinta-feira (1). Nossos estoques chegaram ao limite operacional, então suspendemos a moagem. Dentro de todos os prazos que regem a legislação tributária, entramos com um recurso e aguardamos a manifestação da Secretaria de Fazenda. Foi uma atitude arbitrária sem nos dar o direito do contraditório e de defesa. Creio que esse protesto pode dar celeridade ao processo de liberação de inscrição. Sem isto, pode haver um impacto severo na região pelo número de empregados e fornecedores”, informou a assessoria de comunicação.
A reportagem do Terceira Via entrou em contato com governo estadual por meio da Secretaria de Fazenda. Uma nota foi enviada à redação.
“Após Auditores Fiscais da Receita Estadual identificarem indícios de descumprimento da legislação fiscal, um Procedimento Administrativo para Cancelamento de Inscrição Estadual (PCAN) foi instaurado, no dia 5 de maio. A companhia teve 30 dias para apresentar recurso. A Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz-RJ) tem agora 30 dias para se posicionar. A Sefaz-RJ ainda está dentro do prazo legal e vai se posicionar no período determinado”, conclui.
Galeria de imagens
“Os tambores de álcool estão todos cheios. estamos sem dinheiro, devendo a mais de dez funcionários que estão em situação de fome. Eles nunca definem quando vão autorizar a saída do álcool. É sempre amanhã e depois. O governo está segurando tudo, prendendo. Tem cana na roça secando e nós precisando sair dessa. Não tem necessidade disso. Precisamos de apoio do prefeito Wladimir e do Estado. Estamos sem ninguém, abandonados”, disse.
Morador de São Francisco de Itabapoana, Alberto Barreto presta serviços a Canabrava há vários anos. “Se tem algo na justiça para resolver, que assim seja. Há dez moagens sempre ocorre alguma polêmica, mas Deus nunca deixou Canabrava fechar. A atual direção assumiu dívidas e a própria usina. Eu sobrevivi à Covid e com coragem para trabalhar. É o que todos queremos”, comentou.
Antes de a pista ser liberada pelos manifestantes, um dos fornecedores de cana, Wellington Teixeira, disse que a partir deste sábado (3), eles pretendem retornar à BR-101 para continuarem o protesto contra o governo estadual.
“Queremos que o governador e o prefeito agilizem o processo para a gente voltar às nossas atividades e moer cana. Caminhões, máquinas, tratores, famílias virão para a pista. A pressa não é nossa em liberar a rodovia”, comentou.
Posicionamento da empresa
De acordo com a assessoria do diretor da Usina Canabrava, Rodrigo Oliveira, a suspensão da inscrição estadual impede que a empresa emita nota fiscal.
“Nestes 60 dias, nós mantivemos a produção fabril até quinta-feira (1). Nossos estoques chegaram ao limite operacional, então suspendemos a moagem. Dentro de todos os prazos que regem a legislação tributária, entramos com um recurso e aguardamos a manifestação da Secretaria de Fazenda. Foi uma atitude arbitrária sem nos dar o direito do contraditório e de defesa. Creio que esse protesto pode dar celeridade ao processo de liberação de inscrição. Sem isto, pode haver um impacto severo na região pelo número de empregados e fornecedores”, informou a assessoria de comunicação.
A reportagem do Terceira Via entrou em contato com governo estadual por meio da Secretaria de Fazenda. Uma nota foi enviada à redação.
“Após Auditores Fiscais da Receita Estadual identificarem indícios de descumprimento da legislação fiscal, um Procedimento Administrativo para Cancelamento de Inscrição Estadual (PCAN) foi instaurado, no dia 5 de maio. A companhia teve 30 dias para apresentar recurso. A Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz-RJ) tem agora 30 dias para se posicionar. A Sefaz-RJ ainda está dentro do prazo legal e vai se posicionar no período determinado”, conclui.
Galeria de imagens
Fonte Terceira Via
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