segunda-feira, 12 de julho de 2021

Nova Canabrava garante meta da safra 2021

Se usina não moesse, mais de 30% da cana-de-açúcar poderia ser perdida ou encaminhada a outro estado

POR ALOYSIO BALBI

Foto: Carlos Grevi

O setor privado que mais gerou recursos em 2020 passou a última semana em sobressaltos com a expectativa da Usina Nova Canabrava não moer nesta safra por questões relacionadas a processos fiscais com o Estado. Se isso viesse a acontecer, a meta de gerar mais de R$ 500 milhões e 7 mil empregos diretos e indiretos estaria comprometida. Isso porque a Coagro, que se dispôs a absorver a matéria-prima dos fornecedores da Canabrava, não teria condições de moer toda a cana-de-açúcar. Mais de 30% da cana produzida no município poderia se perder ou ir para o Espírito Santo.

No final da semana passada, a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz-RJ) emitiu uma nota à Imprensa informando que a inscrição estadual da Usina Canabrava seria reativada e o setor respirou aliviado. Segundo a secretaria, a liberação do registro da empresa tem a ver com uma resolução publicada no Diário Oficial, permitindo o retorno da inscrição estadual. A medida vale também para outras empresas que estão na mesma situação.

“Pela Resolução Sefaz 241/2021, contribuintes que tenham entrado com recurso contra a abertura de um Procedimento Administrativo para Cancelamento de Inscrição Estadual (PCAN) terão o direito a manter ativa sua inscrição, até que saia a decisão definitiva de processo administrativo instaurado para apreciar o recurso contra o auto de infração”.

No final de junho, o parque fabril da usina Canabrava foi fechado em plena produção da safra 2021, e ocorreram protestos de trabalhadores e de fornecedores, inclusive, cercando a usina de barricadas de fogo. A empresa ficaria impedida de emitir notas fiscais e, com isso, não poderia receber matéria-prima de fornecedores, nem comercializar os produtos. Na mesma semana, a Coagro divulgou um “Fato Relevante” afirmando que a paralisação da Canabrava poderia comprometer a expansão do setor.

Meta é reafirmada
Na safra passada, o setor sucroalcooleiro de Campos movimentou meio bilhão de reais. Na deste ano, que acaba de começar, as usinas Coagro/Sapucaia e Canabrava devem ampliar essa monetização, faturando R$ 650 milhões, o que ilustra bem a força que esse segmento representa para a economia do município.

A estimativa de R$ 650 milhões foi feita pelo diretor-presidente da Coagro/Sapucaia, Frederico Paes. Segundo ele, isso se deve a uma maior oferta de matéria-prima, a cana-de-açúcar, consequência do bom período de chuvas e da expansão da lavoura. Este ano, deverão ser esmagados 2.2 milhões de toneladas de cana.

A título de comparação, o orçamento da prefeitura de Campos para este ano é de R$ 1,5 bilhão, o que mostra o bom desempenho do centro do agronegócio municipal, que deve receber um investimento bem mais expressivo este ano por parte da prefeitura, por meio de emendas parlamentares. No último ano, Campos havia investido tímidos R$ 200 mil na agricultura. Agora, o investimento no agronegócio poderá passar de R$ 10 milhões.

Frederico Paes, diretor da Coagro (Foto: Carlos Grevi)

Quase sete mil empregos
O setor também vai aquecer o mercado de trabalho em plena crise da pandemia, no seu segundo ano consecutivo. Somente a Coagro deve gerar, no curso da safra, três mil empregos diretos, embora parte disso tenha sido terceirizada. A Canabrava irá gerar dois mil postos de trabalho. Outros 1,5 mil empregos indiretos estão previstos, computando serviços como os de mecânicos, eletricistas, borracheiros e outros.

“Sem dúvida, o setor está entre os dois ou três maiores geradores de empregos do município. É certo que parte deles são de períodos de safra. Mas estamos pensando em médio prazo para os próximos cinco anos, quando esperamos ter mais cana e, quem sabe, poder dilatar o período de safra”, disse Frederico.
Fonte Terceira Via

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