quinta-feira, 8 de julho de 2021

Rateio dos ganhos com concessão da Cedae vai sacudir reunião de prefeitos

Por: Berenice Seara


Reunião de Cláudio Castro com prefeitos Foto: Luis Alvarenga / Divulgação / Governo do RJ

Os embates esperados para a reunião da Câmara Metropolitana prometem abalar, nesta quinta-feira (08), as estruturas do Palácio Guanabara.

O governador Cláudio Castro (PL) convocou o encontro para discutir a divisão do ágio (o que foi arrecadado acima do valor original) da concessão da Cedae.

Pelo que estava acertado, tudo o que o governo conseguisse além do valor inicial previsto no leilão da companhia seria dividido, meio a meio, entre estado e municípios. E a parte das cidades, rateada entre elas na proporção da população de cada uma.

Isso foi aprovado, na era Wilson Witzel, e está registrado em ata.

Mas, agora...

Um grupo — capitaneado pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD) — quer mudar os critérios. E dividir de acordo com o ágio obtido por cada bloco.

Paes e seus amigos querem pôr a nova proposta em votação na reunião de hoje.

Mas vai precisar passar por cima do prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB) — e de todos os defensores do que já estava acordado.

Os efeitos da virada

O prefeito de Caxias, Washington Reis (MDB), é o mais nervoso com a tentativa de mudança na divisão do ágio da Cedae. Pelas regras atuais, sua cidade receberá R$ 630 milhões. Se virarem a mesa, levará pouco mais de R$ 300 milhões.

Já a capital, de Eduardo Paes (PSD), embolsaria algo em torno de mais R$ 500 milhões com a brincadeira.

E Paes teria convencido prefeitos de outras cidades, como o de São Gonçalo (cujo quinhão pularia de R$ 800 milhões para mais de R$ 1 bilhão) a ficar do seu lado.

“Não tem essa conversa de lote. Lote foi a metodologia que o governo criou para para atrair compradores. A distribuição do ágio está em ata. Não vai ter votação”, protesta Washington.
Fonte Extra

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