Custo da gasolina aumentou o valor da viagem e diminuiu a margem de lucro dos motoristas
POR YURI RAMOS (ESTAGIÁRIO)Foto: divulgação
O aumento do preço dos combustíveis está impactando diretamente na prestação de serviço de aplicativos de transporte. Parte dos motoristas dos carros encontra dificuldades de trabalhar diante do faturamento mensal, que não tem compensado os gastos com abastecimento e manutenção dos veículos. Outra reclamação da categoria é que as tarifas pagas pelas empresas donas dos aplicativos não têm sido reajustadas. Por isso, a margem de lucro dos motoristas ficou ainda menor.
Júlio Cesar Moreira, que é motorista de aplicativo em Campos, relata sua dificuldade em trabalhar com os altos valores dos combustíveis: “O aumento da gasolina interfere muito, porque a tarifa das corridas não é reajustada. O aplicativo não tem acompanhando os aumentos da gasolina e do gás”. Ele revela, ainda, que foi preciso aumentar o número de horas trabalhadas para fechar as contas no fim do mês. O motorista de Uber, que antes fazia 30 corridas diariamente, hoje precisa fazer 40 para compensar seus gastos. Apesar de pouco compensadora, Júlio Cesar continua na atividade. “Eu vivo do aplicativo, o carro é o meu único ganha-pão”, ressalta.
Outro motorista de aplicativo que reclama do preço dos combustíveis é Ricardo Pereira. Na lista dos problemas apontados pela categoria, ele acrescenta o mau estado de conservação das ruas de Campos, que causa danos aos veículos. “O valor da gasolina desestimula trabalhar, porque o combustível faz parte do nosso custo. Outra questão que atrapalha é a falta de infra-estrutura da cidade. Eu já tive um prejuízo de R$ 600 com danos com buracos nas ruas. Com isso, é preciso fazer manutenção do carro constantemente”, relatou.
Longa espera
Do outro lado, passageiros relatam dificuldades de conseguir condutores para corridas do dia a dia e do preço da viagem. “Normalmente eu pago pelas corridas em torno de R$25 da minha casa até o Centro de Campos, e está muito caro. Normalmente tenho muita dificuldade para conseguir um carro, muitos cancelam as corridas, é um transtorno”, relatou Lívia Alves, que é auxiliar de supervisão e mora em Ururaí.
Raysa Terra, que é estudante universitária, não esconde sua insatisfação com os carros de aplicativos. Para ela, os valores cobrados aos fins de semana são muito elevados. “Em um sábado ou domingo os preços costumam triplicar, fica caro utilizar esses aplicativos”, disse. Durante suas experiências com os aplicativos, a estudante se queixa de um problema corriqueiro para ela, que são as informações diferentes de motoristas no momento do embarque. “Além dos valores altos, quando chamo um carro, os motoristas não são os mesmo que aparecem na foto apresentada antes da chamada”, relatou.
Preço alto nos postos
De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, no Brasil o preço da gasolina subiu 32,9% desde março do ano passado, com preço médio de revenda no país passando de R$4,46 para R$5,93. O Estado do Rio de Janeiro teve um aumento de 27,8% no preço do litro.
O economista Sandro Figueiredo explica o motivo das constantes altas no valor dos combustíveis: “É por causa da política de preço que a Petrobras adotou desde 2016, onde ela faz um cálculo chamado de dolarização do petróleo, que são somados os custos logísticos de navio, de todo o transporte entre outros encargos, por mais que o Brasil produza uma parte do petróleo.” E opinou: “O Brasil é produtor de petróleo, não existe a necessidade de seguir um preço internacional e fazer essa política de preço dos combustíveis”, relatou o economista.
Figueiredo relata que o valor cobrado pela gasolina pode aumentar ainda mais este ano, com a interferência da moeda americana. “O aumento do dólar interfere nesse processo, a moeda está muito valorizada no mercado e até o final do ano a gasolina pode aumentar ainda mais, podendo chegar a até R$ 7,40 por litro”, concluiu.
O economista ainda deixou uma dica para economizar neste momento da alta da inflação. “Atualmente é preciso cortar gastos, escolher transportes alternativos, ou usar os carros de aplicativo em promoções e que dão descontos. São medidas que podem ajudarr”, finalizou.
Notas
Sobre o valor das tarifas, a Uber informou que: “No passado, a taxa de serviço cobrada dos motoristas parceiros pela intermediação de viagens era fixa em 25%, mas desde 2018 ela se tornou variável para que a Uber tivesse maior flexibilidade para usar esse valor em descontos aos usuários e promoções aos parceiros. Em qualquer viagem, o motorista parceiro sempre fica com a maior parte do valor pago pelo usuário – há dúvidas entre os parceiros sobre o valor da taxa porque em algumas viagens ele pode aumentar enquanto, em outras, pode diminuir. É por isso que todos os motoristas parceiros ativos recebem semanalmente, por e-mail, um compilado sobre os seus ganhos que mostra quanto ele pagou de taxa Uber naquela semana”.
A equipe de reportagem pediu nota à Prefeitura de Campos sobre a reclamação do motorista em relação ao estado de conservação das ruas. Mas o órgão não se manifestou.
O aumento do preço dos combustíveis está impactando diretamente na prestação de serviço de aplicativos de transporte. Parte dos motoristas dos carros encontra dificuldades de trabalhar diante do faturamento mensal, que não tem compensado os gastos com abastecimento e manutenção dos veículos. Outra reclamação da categoria é que as tarifas pagas pelas empresas donas dos aplicativos não têm sido reajustadas. Por isso, a margem de lucro dos motoristas ficou ainda menor.
Júlio Cesar Moreira, que é motorista de aplicativo em Campos, relata sua dificuldade em trabalhar com os altos valores dos combustíveis: “O aumento da gasolina interfere muito, porque a tarifa das corridas não é reajustada. O aplicativo não tem acompanhando os aumentos da gasolina e do gás”. Ele revela, ainda, que foi preciso aumentar o número de horas trabalhadas para fechar as contas no fim do mês. O motorista de Uber, que antes fazia 30 corridas diariamente, hoje precisa fazer 40 para compensar seus gastos. Apesar de pouco compensadora, Júlio Cesar continua na atividade. “Eu vivo do aplicativo, o carro é o meu único ganha-pão”, ressalta.
Outro motorista de aplicativo que reclama do preço dos combustíveis é Ricardo Pereira. Na lista dos problemas apontados pela categoria, ele acrescenta o mau estado de conservação das ruas de Campos, que causa danos aos veículos. “O valor da gasolina desestimula trabalhar, porque o combustível faz parte do nosso custo. Outra questão que atrapalha é a falta de infra-estrutura da cidade. Eu já tive um prejuízo de R$ 600 com danos com buracos nas ruas. Com isso, é preciso fazer manutenção do carro constantemente”, relatou.
Longa espera
Do outro lado, passageiros relatam dificuldades de conseguir condutores para corridas do dia a dia e do preço da viagem. “Normalmente eu pago pelas corridas em torno de R$25 da minha casa até o Centro de Campos, e está muito caro. Normalmente tenho muita dificuldade para conseguir um carro, muitos cancelam as corridas, é um transtorno”, relatou Lívia Alves, que é auxiliar de supervisão e mora em Ururaí.
Raysa Terra, que é estudante universitária, não esconde sua insatisfação com os carros de aplicativos. Para ela, os valores cobrados aos fins de semana são muito elevados. “Em um sábado ou domingo os preços costumam triplicar, fica caro utilizar esses aplicativos”, disse. Durante suas experiências com os aplicativos, a estudante se queixa de um problema corriqueiro para ela, que são as informações diferentes de motoristas no momento do embarque. “Além dos valores altos, quando chamo um carro, os motoristas não são os mesmo que aparecem na foto apresentada antes da chamada”, relatou.
Preço alto nos postos
De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, no Brasil o preço da gasolina subiu 32,9% desde março do ano passado, com preço médio de revenda no país passando de R$4,46 para R$5,93. O Estado do Rio de Janeiro teve um aumento de 27,8% no preço do litro.
O economista Sandro Figueiredo explica o motivo das constantes altas no valor dos combustíveis: “É por causa da política de preço que a Petrobras adotou desde 2016, onde ela faz um cálculo chamado de dolarização do petróleo, que são somados os custos logísticos de navio, de todo o transporte entre outros encargos, por mais que o Brasil produza uma parte do petróleo.” E opinou: “O Brasil é produtor de petróleo, não existe a necessidade de seguir um preço internacional e fazer essa política de preço dos combustíveis”, relatou o economista.
Figueiredo relata que o valor cobrado pela gasolina pode aumentar ainda mais este ano, com a interferência da moeda americana. “O aumento do dólar interfere nesse processo, a moeda está muito valorizada no mercado e até o final do ano a gasolina pode aumentar ainda mais, podendo chegar a até R$ 7,40 por litro”, concluiu.
O economista ainda deixou uma dica para economizar neste momento da alta da inflação. “Atualmente é preciso cortar gastos, escolher transportes alternativos, ou usar os carros de aplicativo em promoções e que dão descontos. São medidas que podem ajudarr”, finalizou.
Notas
Sobre o valor das tarifas, a Uber informou que: “No passado, a taxa de serviço cobrada dos motoristas parceiros pela intermediação de viagens era fixa em 25%, mas desde 2018 ela se tornou variável para que a Uber tivesse maior flexibilidade para usar esse valor em descontos aos usuários e promoções aos parceiros. Em qualquer viagem, o motorista parceiro sempre fica com a maior parte do valor pago pelo usuário – há dúvidas entre os parceiros sobre o valor da taxa porque em algumas viagens ele pode aumentar enquanto, em outras, pode diminuir. É por isso que todos os motoristas parceiros ativos recebem semanalmente, por e-mail, um compilado sobre os seus ganhos que mostra quanto ele pagou de taxa Uber naquela semana”.
A equipe de reportagem pediu nota à Prefeitura de Campos sobre a reclamação do motorista em relação ao estado de conservação das ruas. Mas o órgão não se manifestou.
Fonte: Terceira Via
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