terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Motos nas dunas de Atafona provocam queixas entre moradores

Veículos em alta velocidade oferecem riscos aos pedestres e ao meio ambiente, observa especialista


Dunas de Atafona, em São João da Barra (Foto: Arquivo)

Moradores de Atafona, em São João da Barra, reclamam da ocupação das dunas e da vegetação de restiga na praia, feita por motociclistas que descumprem orientações de preservação ambiental. Turistas também se queixam da insegurança no local, já que os veículos transitam em alta velocidade. Um morador registrou em vídeo, a circulação de um motociclista que também abusa do barulho do veículo. “É uma cidade sem lei”, denuncia. A Prefeitura de SJB foi procurada para falar sobre o combate ao problema.

As dunas de Atafona, assim como a vegetação da restinga das praias do litoral brasileiro, são áreas de preservação ambiental permantente. A bióloga Sonia Guimarães considera graves o danos causados à fauna local.

“É preciso observar que a vegetação existente ali ajuda a manter as dunas, a não se moverem tão rapidamente. Ao danificar a restinga, as areias se espalham com maior velocidade, acelerando o processo. As dunas, naturalmente, avançam para a área urbana. No entanto, com a agressão de motos e carros, isto tende a piorar”, comenta.


Sonia Guimarães

Ainda de acordo com a bióloga, outro problema é a insegurança do local, pois muitas pessoas transitam pelas areias para terem acesso à praia.

“As pessoas ficam vulneráveis e há riscos de acidente, sobretudo motos em alta velocidade. É preciso maior educação das pessoas que ignoram a preservação ambiental. Vi que a prefeitura instalou tocos de madeira na margem da rodovia à beira-mar para dificultar o acesso de carros, mas as motos passam com facilidade. Mudas de árvores e vegetação nativa foram plantas recentemente e estão ameaçadas pelos veículos. É preciso reformçar a fiscalização da guarda ambiental”, cita Sonia.

Um morador que preferiu não se identificar gravou um vídeo com a ocupação das dunas em Atafona feita por um motociclista. “Aqui há vários abusos. Além do barulho das motos, há também carros com volume de som altíssimo. Quem mora perto não consegue dormir devido aos ruídos. O poder público não tem fiscalizado e combatido o problema”, diz.

O estudante Gabriel Marques costuma passar o verão em São João da Barra. Ele evita passar pelas dunas de Atafona por temer ser atingido por motocicletas em alta velocidade. “Elas surgem sem a gente menos esperar. Tenho medo de ser atropelado. Tento não andar por ali, embora seja o único acesso até o mar”, comenta.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de São João da Barra para comentar sobre a situação das dunas e da restinga de Atafona, além da falta de fiscalização apontada por moradores e turistas. Por meio de nota foi informado:

“A Prefeitura de São João da Barra atua na fiscalização dos 32 km de orla com o Grupamento Ambiental da Guarda Civil Municipal e policiais militares do Proeis, com patrulhamento em quadriciclos. Em 2021, houve colocação de mourões para impedir a entrada de veículos na faixa de areia e na área de restinga. O tráfego de veículos pela orla marítima é proibido pelo Código de Trânsito Brasileiro, pela Portaria IBAMA nº 10/1995 e Lei Federal nº 9.605/1998 – Crimes Ambientais. É importante a conscientização da população e dos visitantes. Denúncias podem ser feitas pelos telefones (22) 99915- 3153, (22) 2741-1199 e (22) 3199-9631 – Ramal: 310/311”
Terceira Via/Show Francisco

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