Professor Jefferson Manhães / Folha Manhã/Arquivo
"Não estamos mais discutindo a qualidade da educação, estamos discutindo a manutenção do funcionamento mínimo institucional do Instituto Federal Fluminense (IFF)", adianta o reitor Jefferson Manhães, caso o governo Jair Bolsonaro leve à frente a decisão do bloqueio linear de 14,5% do orçamento da rede federal de educação. Segundo ele, a medida vai prejudicar o pagamento de contas básicas da instituição como água, luz, limpeza e segurança. O corte deve afetar mais de um milhão de estudantes. Somente no interior fluminense são 11 campi do IFF: Bom Jesus do Itabapoana, Cabo Frio, Campos Centro, Campos Guarus, Itaperuna, Macaé, Quissamã, Santo Antônio de Pádua, Avançado Cambuci, Avançado Maricá e Avançado São João da Barra.
O bloqueio – estimado em R$ 350 milhões para a rede e um montante que ultrapassa R$ 1 bilhão, se somado com as universidades federais – comprometerá as atividades dos 38 institutos federais (inclusive os polos de Campos), dos dois Cefets e do Colégio Pedro II.
— Com certeza isso implica em um comprometimento grande do nosso orçamento. Se não conseguirmos reverter esse bloqueio, dificilmente a gente consegue pagar todas as contas, todos os nossos compromissos até o final do ano — disse o reitor, muito preocupado.
No sábado (28), o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) divulgou uma nota externando seu posicionamento contrário ao bloqueio.
De acordo com Jefferson, o orçamento já estava extremamente justo e vem de um processo de grande contenção. "Hoje, nós não temos muita margem para poder retomar toda a presencialidade das ações e os compromissos que nós temos. Nesses dois anos de pandemia tivemos aulas remotas e, agora, intensificamos as aulas presenciais, ter uma perda orçamentária de quase 15% compromete profundamente. Estou falando de pagamento de coisas básicas da instituição como água, luz, limpeza, segurança. É muito preocupante", disse ele.
Fmanhã
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