ligando os dois lados da Lagoa de Cima faz parte da discussão de viabilidade
Por Ocinei Trindade
Mais segurança | Secretarias de Agricultura, Pecuária e Pesca e de Obras vão substituir 36 pontes de madeira por pontes de concreto na área rural
Campos dos Goytacazes possui 14 pontes somente em sua área urbana. Em estradas da zona rural são 47, segundo dados da Prefeitura. As que mais se destacam cruzam o Rio Paraíba do Sul. As pequenas pontes sobre os canais da área central e bairros como Jóquei Clube e Flamboyant, às vezes, nem são notadas. A necessidade de construir e de substituir pontes ganhou repercussão nas últimas semanas, após o prefeito Wladimir Garotinho cogitar erguer uma estrutura ligando margens da Lagoa de Cima. O tema está sob análise técnica para saber se há viabilidade. Há quem critique a iniciativa.
Questionada sobre a possibilidade de construir uma ponte em Lagoa de Cima, a Prefeitura de Campos foi objetiva na resposta. Por meio de nota, a assessoria de Wladimir informou, sem maiores detalhes, que “a proposta apresentada durante reunião na CDL Campos foi encaminhada às secretarias de Obras e Infraestrutura e Planejamento, Mobilidade e Meio Ambiente para estudo de viabilidade”. O governo está priorizando no momento a recuperação das estruturas que estavam sem manutenção há mais de quatro anos. Na área rural, pontes de madeira têm sido substituídas por pontes de concreto.
“A Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca, em parceria com a Secretaria de Obras, está trabalhando para substituir pelo menos 36 pontes de madeira por pontes de concreto, garantindo maior durabilidade e segurança para a população da área rural do município. Essas pontes atingem todas as regiões e localidades do município. Para a pasta, tal ação é fundamental para alavancar a Agricultura, a Pecuária e a Pesca e o Agroturismo”, destaca a nota do governo.
Ao saber da cogitação da Prefeitura em edificar uma ponte em Lagoa de Cima, o ambientalista Aristides Soffiati pediu explicações ao governo sobre a proposta. “Fiquei espantado. A ponte teria um quilômetro e meio. Essa extensão daria para cruzar o rio Paraíba do Sul algumas vezes. A Ponte da Integração, entre São João da Barra e São Francisco de Itabapoana, terá uma extensão bem menor e nunca fica pronta. Uma ponte sobre a Lagoa de Cima seria uma obra faraônica que consumiria muitos recursos públicos, e não seria nada útil aos usuários, além de causar impactos ambientais intensos”, considera.
Sofiatti diz ser relevante o investimento em pontes na zona rural, mas pondera. “As prefeituras insistem ainda em adaptar a natureza às suas obras, em vez de adaptar suas obras à natureza. As pontes na zona serrana de Campos (onde fica a Lagoa de Cima) são necessárias para acesso da população e escoamento da produção. Elas devem ser construídas sobre os rios Imbé, Urubu, Preto e Ururaí, que são estreitos. E pontes de material durável para reduzir o desgaste natural do uso e do tempo”, sugere.
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Manutenção de pontes urbanas
O engenheiro civil Carlos Faria integrou o Departamento Nacional de Obras de Saneamento, extinto DNOS. Em 1982, ele acompanhou obras de pontes em Campos, como na Avenida Alberto Lamego, Rua Agnaldo Machado, Rua Ricardo Quitete, Av. Presidente Kennedy, Rua Rossine Quintanilha e Av. Newton Guaraná, nos bairros Jóquei e Penha. “Realizei vistoria em 2018. Elas se encontram em bom estado, mas merecem outra vistoria da prefeitura, pois nunca houve nenhuma manutenção”, afirma.
Carlos Faria considera as pontes Alair Ferreira e Leonel Brizola sobre o Rio Paraíba em excelente estado, por serem construções com menos de 20 anos. Ele observa que a antiga ponte Barcelos Martins, que já sofreu abalos em um conjunto de pilares nos anos 1980, foi recuperada mas necessita sempre ser vistoriada. Em 2007, durante uma enchente, o vão central da Ponte General Dutra desabou. Em 2008, uma nova estrutura foi inaugurada com investimentos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). “Após 15 anos, há vários pontos de corrosão na estrutura metálica. Precisa de manutenção periódica”, diz. A ponte Saturnino de Brito (Lapa), inaugurada em 1951, requer maior atenção, segundo o engenheiro:
“É uma ponte muito antiga que recebeu até hoje reparos ou manutenções sobre o tabuleiro. Em 2018, fiz uma visita embaixo dela e o que vi foi algo assustador. Ferros expostos, concreto da laje descamando, aparelhos de apoio desalinhados. Acumular problemas traz transtornos. Manutenção preventiva é a palavra de ordem”, conclui.
Fonte: Terceira Via
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