domingo, 31 de julho de 2022

Falta de medicamentos deixa Saúde de Campos em alerta

Pasta vem recebendo de distribuidores quantidade menor de remédios de uso comum, como dipirona injetável
 Por Clícia Cruz

A falta de medicamentos diversos já pode ser considerada um problema de saúde pública mundial. A dificuldade vem ocorrendo no Brasil desde maio e, nas últimas semanas, tem preocupado mais as autoridades de saúde de Campos. O Departamento de Assistência Farmacêutica do município informou que o desabastecimento de insumos e medicamentos já está sendo um problema grave, diante do cenário de pandemia do novo coronavírus, mas que no município, até o momento, não houve notificação de fornecedor específico, sobre a suspensão no atendimento; porém a pasta informou que vem recebendo uma quantidade menor de medicamentos como, por exemplo, amoxicilina com clavulanato, soro fisiológico e dipirona em ampola, aguardando a regularização junto às distribuidoras.

O Jornal Terceira Via já fez diversas reportagens chamando a atenção para o problema, como no dia 1º de julho, com o título “Estudo aponta desabastecimento de remédios em todas as regiões do país” (Veja aqui), e em 17 de maio, com o título “Falta de medicamentos no mercado persiste desde o início da pandemia, tem reflexo em Campos” (Veja aqui).

A secretaria de Saúde também informou que, apesar da preocupação, não há desabastecimento da rede. Desde maio deste ano que o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde e o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Estado do Rio de Janeiro vêm alertando que a falta de medicamentos está relacionada, principalmente, à pandemia, onde foi registrado aumento de consumo, quebra na cadeia produtiva por falta de matéria-prima e consequente aumento dos custos.
“Vale ressaltar que ainda hoje vivemos as consequências dessa situação, pois o mercado não se estabilizou por completo. Outros fatores que têm dificultado a volta à normalidade é a guerra entre Rússia e Ucrânia, aumento do petróleo e do dólar, além das restrições (lockdown) na China, que é um dos maiores produtores de insumos para toda a indústria mundial”, disse em nota a Secretaria de Saúde.
Nas farmácias não é diferente, medicamentos utilizados no combate à gripe, resfriado e alergias respiratórias são os que mais estão em falta. “Vários antibióticos e corticóides, especialmente na apresentação infantil, estão em falta, o que tem tornado o tratamento de doenças respiratórias das crianças, por exemplo, mais difícil”, diz a farmacêutica Pillar Rust.

Ministério da Saúde foi notificado
A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde (SBRAFH) — enviaram um ofício relatando o desabastecimento ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Estas associações tomaram essa decisão após realizarem um levantamento entre os dias 21 e 27 de junho, que contou com a colaboração de respondentes, dentre eles médicos, farmacêuticos, enfermeiros, administradores e outros profissionais de saúde, de 25 estados e do Distrito Federal.
O desabastecimento de medicamentos imprescindíveis foi relatado por 97,4% dos profissionais, independentemente do tipo de serviço e porte da unidade.
“Os resultados indicam que as dificuldades têm sido vivenciadas por todas as regiões do país, atingindo os diferentes perfis de serviços de saúde. Diante do exposto, ratificamos nossa preocupação, pois o acesso a estes medicamentos é indispensável ao processo assistencial. É importante ressaltar que também foram relatadas dificuldades envolvendo outros medicamentos, além dos descritos na tabela, como Solução Fisiológica 0,9% (100ml, 250ml, 500ml ou 1000ml) e Metronidazol 5mg/ml bolsa 100ml, entre outros. O desabastecimento representa um sério fator de risco, que pode aumentar a ocorrência de complicações e de mortalidade nos estabelecimentos de saúde”, diz o ofício enviado ao ministro.

Fonte:Terceira Via 



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