Raphael Sepulcri lembra que o mês de julho é voltado para campanhas de prevenção e combate à doença
Por Ocinei Trindade 
Raphael Sepulcri é cirurgião de cabeça e pescoço (Foto: Silvana Rust)
No Brasil, os dados referentes ao diagnóstico de cânceres de cabeça e pescoço são alarmantes. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), em média, 76% dos casos só são diagnosticados em estágio avançado. Isto dificulta o tratamento e eleva a taxa de mortalidade. O mês de julho é destacado para combate e prevenção desse tipo de câncer. O cirurgião de cabeça e pescoço, Raphael Sepulcri, atua no Hospital Geral Dr. Beda, em Campos. Segundo ele, “informação, prevenção e conscientização são as melhoras práticas para enfrentar a doença”. O médico faz alertas sobre câncer de cabeça e pescoço:
“Precisamos conscientizar a população com informações sobre esse tipo de câncer. É preciso alertar, pois vem crescendo muito o câncer de garganta, de orofaringe, que chamamos. O vírus HPV é um dos fatores para esse tipo de câncer, além do uso abusivo de cigarros eletrônicos e cigarros comuns”, cita.
Com 20 anos dedicados ao tratamento e cirurgia de cabeça e pescoço, Raphael Sepulcri chama à atenção para os principais sintomas da doença: 
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“Pacientes que são tabagistas (fumantes) e etilistas crônicos (uso excessivo de bebidas alcoólicas); que aparecem com uma ferida na boca de difícil cicatrização; dor ao engolir e dificuldade de engolir; perda de peso; rouquidão por mais de duas semanas; aparecimento de um caroço no pescoço. Qualquer destes sintomas, o paciente deverá procurar um especialista, um oncologista ou cirurgião de cabeça e pescoço”, explica o médico.
A propagação do vírus HPV por meio de relações sexuais promíscuas e sem proteção é um fator que preocupa especialistas em relação ao câncer de cabeça e pescoço. “São necessário cuidados com a prática do sexo oral, pois tem crescido muito o índice de HPV. Isto envolve boca, garganta, pele, glândula tireóide, glândulas salivares, seios da face. O câncer de lábio e de pele também tem bastante ligação com exposição aos raios ultravioletas. É preciso usar protetor e evitar ficar muito exposto ao sol”, destaca Sepulcri. 
Consumo de cigarros contribui para casos de câncer de boca (Ilustração/Arquivo)
Os cânceres de cabeça e pescoço englobam tumores da cavidade oral, faringe, laringe e cavidade nasal. Segundo o Inca, estes ocorrem predominantemente em homens acima de 40 anos. O cigarro e a bebida alcoólica são responsáveis por 70% dos casos dessa neoplasia. Em 2019, segundo dados do INCA, 20.722 pessoas morreram no Brasil por câncer de cabeça e pescoço. O alto índice de mortalidade se deve aos pacientes chegarem para o tratamento já com a doença avançada. Com diagnóstico precoce o paciente tem, em média, 80% de sobreviver. Ainda segundo o Inca, são recomendadas consultas periódicas ao dentista, pois este profissional pode identificar lesões em estágios iniciais na cavidade oral.
Fonte:Terceira Via
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