Descarte irregular tem dificultado escoamento da água da chuva; Defesa Civil e Vital fazem alerta e pedem consciência à população
POR GIRLANE RODRIGUESO período de chuvas fortes revelou, em Campos, um problema antigo e que tem provocado outros. Descartar lixo nas ruas tem contribuído, segundo autoridades, para entupimento de bueiros, valas e canais que deveriam dar rápida vazão às águas pluviais. No entanto, o excesso de entulho espalhado pela cidade é arrastado pela força da água, provocando estragos. Foi o que alertou o secretário de Defesa Civil de Campos, coronel Alcemir Pascoutto. O órgão identificou que as volumosas chuvas das últimas semanas — que se aproximaram de 100 milímetros em poucas horas — têm demorado de quatro a oito horas para escoar com destino à Lagoa Feia e ao oceano. O período de chuvas costuma se estender até o mês de março.
Pascoutto conceitua que o relevo predominante em Campos é a planície. “Por isso, todas as valas e canais têm papel importante na nossa infraestrutura. O acúmulo de lixo está tão intenso que tem dificultado o escoamento da água da chuva, porque esse material é arrastado para os bueiros e depois para as galerias pluviais, para as valas e os canais que foram construídos com essa finalidade também. Os canais desembocam, por fim, em pequenos lagos, na Lagoa Feia e toda essa água vai para o oceano. Este é o curso natural da água da chuva em Campos, que está comprometido por causa do lixo descartado irregularmente pela população”, esclareceu Pascoutto.
De acordo com o secretário, Campos possui vários Pontos de Entrega Voluntária de Entulhos (Peves) e, apesar disso, a população insiste em jogar restos de obras, móveis, pneus, colchões e outros entulhos em terrenos baldios ou simplesmente deixam em frente às casas. “E é exatamente este lixo que é levado pela água da chuva e provoca entupimentos, dificultando a vazão da água. Para tentar resolver este problema, a Defesa Civil está promovendo limpeza das valas. Estamos atuando em várias frentes, como nos bairros Rio Branco, Santa Clara, Custodópolis, Chatuba, Novo Jóquei, Tapera, Tarcísio Miranda, Parque Imperial, entre outros”, acrescentou o secretário.
Outro problema identificado em Campos pela Defesa Civil é o furto dos tampões de ferro que cobrem galerias. “Por ali entra o lixo levado pelo vento e também pela água da chuva, provocando novos estragos. O esgoto, que também é lançado de forma irregular nas galerias pluviais, provoca a proliferação de vegetais, o que torna o escoamento da água ainda mais lento. Precisamos debater, discutir e buscar soluções. Fazemos trabalho de conscientização nas comunidades e utilizamos as redes sociais para informar os problemas e conversar com os moradores”, finalizou Pascoutto.
Alerta, conscientização e cidadania
Para minimizar esses impactos, a população deve dispensar o lixo doméstico próximo ao horário de passagem do caminhão de coleta, conforme alerta o engenheiro sanitarista e ambiental Paulo Henrique Pereira de Souza. Além disso, deve fazer a entrega de entulhos nos entulhódromos. A empresa Vital mantém equipes espalhadas pela cidade para promover limpeza de bueiros e operação de limpeza nos bairros, como roçada, capina, varrição, raspagem das sarjetas e recolhimento do material gerado.
“Ao todo, temos 100 setores que ficam nos principais corredores da cidade, sendo 73 na margem direita, 22 na esquerda e cinco setores noturnos na margem direita, sendo executados em frequências diárias, alternadas e bissemanais. Esta área é o quadrilátero que compreende a Rua dos Goitacazes, a Avenida Alberto Torres e a Avenida 28 de Março até o cruzamento com a Avenida Alberto Torres, no Parque Leopoldina. São locais de grande circulação de pessoas em que a todo momento são gerados pequenos lixos. Antes, essa área ficava restrita e agora será ampliada em 50%”, Paulo Henrique.
Equipe Padrão
A cada quatro meses, os bairros de Campos recebem a equipe da limpeza padrão para roçar o mato, capinar, raspar a sarjeta, além de varrer as ruas dos bairros. Em seguida, outra equipe recolhe o material gerado e outros entulhos encontrados pelos bairros. O engenheiro Paulo Henrique explica a divisão dos trabalhos:
“A margem direita da cidade, que é a área central, recebe duas equipes que ficam circulando e, a cada 100 dias, em média, retornam. Desta forma também acontece na margem esquerda, que compreende bairros como Aeroporto e Canaã. Já a região da Baixada Campista espera em média 160 dias para receber os serviços públicos, assim como no interior, em distritos e localidades como Morro do Coco, Lagoa de Cima, Ibitioca”, disse.
A empresa também é responsável pela administração e ampliação dos entulhódromos de Campos, Aterro de Resíduos de Construção Civil, Aterro Sanitário, transbordo, autoclave, entre outras atividades da cidade.
Fonte>Terceira Via
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