Peregrinação se consolida e ganha repercussão nacional
POR DANIELA ABREUA Festa de Santo Amaro chega à sua 290ª edição este ano e toda fé em torno do padroeiro da Baixada Campista, ao longo destes quase três séculos, é o combustível para o Circuito Caminhos de Fé, que será a porta de entrada de Campos para o turismo religioso nacional. Idealizado pelo Sebrae e feito em parceria com a Prefeitura, a Diocese de Campos, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e a Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), o projeto será lançado nesta segunda-feira (9). Ele tem como objetivo ampliar o Caminho de Santo Amaro, revelando a história sacra e movimentando a atividade turística e religiosa no município para além do 15 de janeiro.
“O Caminho de Santo Amaro já é histórico em Campos. Entendendo essa potencialidade de turismo religioso e todo esse legado histórico existente, nós, por meio de especialistas e da nossa consultoria de projetos e de turismo, desenvolvemos e idealizamos todo o programa do Circuito Caminhos de Fé”, disse Guilherme Reche, coordenador do Sebrae na região.
Guilherme Reche
O bispo diocesano de Campos, Dom Roberto Ferrería Paz, explicou que o Caminho de Santo Amaro é feito pelos fiéis, da Basílica Menor do Santíssimo Salvador (a Catedral de Campos) até o distrito do padroeiro; e ainda que há outro, saindo de Farol de São Thomé. O Circuito Caminhos de Fé incluirá uma rota alternativa, em direção a Santo Amaro, saindo de Mussurepe.
Além de uma nova rota para o Caminho de Santo Amaro, a novidade é que no dia de São Bento, 11 de julho, uma peregrinação será feita de Mussurepe ao Mosteiro de São Bento, que foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural do Estado do Rio de Janeiro (Inepac), em novembro de 2021. A construção passava por reforma e agora recebe monges beneditinos do Mosteiro Nossa Senhora da Mãe Ternura, na cidade de Formosa, em Goiânia, no estado de Goiás. Junto com o monge Dom Bernardo, eles darão sequência às atividades religiosas do mosteiro.
Dom Roberto explicou ainda que há três caminhos peregrinos reconhecidos no Brasil. O “Caminho da Fé”, que vai da cidade de Piedade, em Minas Gerais, até ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida, em São Paulo (495 km concluído em 16 a 19 dias); o “Caminho das Missões”, no Rio Grande do Sul, que é tombado pela Unesco (São 338 km percorridos em 14 dias); e também o “Caminho de Anchieta”, no Espírito Santo, que refaz os passos de Anchieta (são 100 km em quatro dias). Já o tradicional Caminho de Santo Amaro, do Centro até o distrito, tem 39 km.
“Nós estamos dando relevância a este quarto caminho, que não é menos importante, tem uma tradição histórica de 290 anos e queremos que não seja somente algo pontual no dia 15 de janeiro ou na noite do dia 14, com o começo da caminhada. O que se quer também é ampliar e oficializar outros caminhos, de Farol de São Thomé até Santo Amaro e de Mussurepe até Santo Amaro”, esclareceu o bispo.
Potencial
Além das 22 igrejas mapeadas no Circuito Caminhos de Fé, outras 40 construções religiosas históricas de Campos constarão no programa turístico. O levantamento contou com pesquisa da Uenf, que também ajudou a traçar as rotas alternativas, como o caminho para o Mosteiro de São Bento. Todos os trajetos contarão com sinalização e pontos com QR code, que possibilita informações online sobre os pontos históricos.
“De maneira estruturada nós conseguimos integrar outros segmentos que fazem parte do trade turístico. Uma vez que o turista vai visitar esse caminho, em qualquer momento, vão ter sinalizações no ambiente, assim como ele vai poder consultar as informações históricas no ambiente digital, por exemplo, além de comprar um souvenir ou ainda um produto de um artesão local; haverá também o consumo de comidas e bebidas. Ou seja, vamos agregar valor também à gastronomia local. Temos todo um desdobramento que faz com que o turista tenha uma experiência e vivência dentro do próprio ambiente histórico de Campos, de uma maneira muito eficiente e satisfatória”, disse Guilherme Reche.
Para o bispo, seguindo o exemplo de outros países, a tradição religiosa local tem potencial para atrair turistas e beneficiar Campos e região. “É como, por exemplo, o Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, ou o Santuário de Lourdes, na França, que são peregrinações permanentes. Nós queremos, com o setor público e o setor empresarial, fazer uma atividade duradoura. Isso gera cadeia produtiva, no aspecto socioeconômico e cultural e beneficia a todos”, aponta.
O presidente da CDL, Edvar Chagas, reafirma que o objetivo é formalizar a atividade religiosa da mesma forma como ocorre em caminhos peregrinos em outras partes do mundo. “O turismo religioso movimenta o mundo inteiro. Estas ações serão um incentivo para que empresários, não somente da Baixada, mas de toda a região, comecem a comercializar camisas, mapas e uma infinidade de produtos. Será criada uma série de oportunidades a partir desta formalização”, comemora.
Patrimônio do município
Em novembro do ano passado o Circuito Caminho de Santo Amaro foi considerado patrimônio imaterial de Campos, por meio da Lei Municipal 9.234/22, de autoria do vereador Fábio Ribeiro, reconhecendo o percurso de 39 quilômetros, abrangendo a rodovia RJ-216, um trecho da estrada que Goitacazes a Poço Gordo, a estrada do Alto do Eliseu e as demais vias onde estão localizadas as 22 igrejas católicas nesta região.
A tradição de caminhar até a igreja de Santo Amaro no dia dedicado ao padroeiro começou há 290 anos e atualmente a peregrinação acontece por diferentes motivos.
“Eu já fiz a caminhada dois anos seguidos. No ano passado não pude fazer porque estava com Covid, mas este ano estarei de volta. É um trajeto que passa por vários pontos turísticos e eu tenho uma atenção especial com o turismo da nossa cidade e região, que cria muitas oportunidades para o empreendedorismo. Eu tenho fé católica, quis participar e agora não consigo mais parar. Já fiz o caminho de Vitória a Anchieta, o de Campos e agora estou mais feliz ainda com a oportunidade de lançar o Circuito Caminhos de Fé, não só até Santo Amaro, mas também até São Bento”, disse Edvar Chagas.
Bispo de Campos, Dom Roberto Ferrería Paz
O bispo diocesano de Campos, Dom Roberto Ferrería Paz, explicou que o Caminho de Santo Amaro é feito pelos fiéis, da Basílica Menor do Santíssimo Salvador (a Catedral de Campos) até o distrito do padroeiro; e ainda que há outro, saindo de Farol de São Thomé. O Circuito Caminhos de Fé incluirá uma rota alternativa, em direção a Santo Amaro, saindo de Mussurepe.
Além de uma nova rota para o Caminho de Santo Amaro, a novidade é que no dia de São Bento, 11 de julho, uma peregrinação será feita de Mussurepe ao Mosteiro de São Bento, que foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural do Estado do Rio de Janeiro (Inepac), em novembro de 2021. A construção passava por reforma e agora recebe monges beneditinos do Mosteiro Nossa Senhora da Mãe Ternura, na cidade de Formosa, em Goiânia, no estado de Goiás. Junto com o monge Dom Bernardo, eles darão sequência às atividades religiosas do mosteiro.
Caminho de Santo Amaro
Dom Roberto explicou ainda que há três caminhos peregrinos reconhecidos no Brasil. O “Caminho da Fé”, que vai da cidade de Piedade, em Minas Gerais, até ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida, em São Paulo (495 km concluído em 16 a 19 dias); o “Caminho das Missões”, no Rio Grande do Sul, que é tombado pela Unesco (São 338 km percorridos em 14 dias); e também o “Caminho de Anchieta”, no Espírito Santo, que refaz os passos de Anchieta (são 100 km em quatro dias). Já o tradicional Caminho de Santo Amaro, do Centro até o distrito, tem 39 km.
“Nós estamos dando relevância a este quarto caminho, que não é menos importante, tem uma tradição histórica de 290 anos e queremos que não seja somente algo pontual no dia 15 de janeiro ou na noite do dia 14, com o começo da caminhada. O que se quer também é ampliar e oficializar outros caminhos, de Farol de São Thomé até Santo Amaro e de Mussurepe até Santo Amaro”, esclareceu o bispo.
Potencial
Além das 22 igrejas mapeadas no Circuito Caminhos de Fé, outras 40 construções religiosas históricas de Campos constarão no programa turístico. O levantamento contou com pesquisa da Uenf, que também ajudou a traçar as rotas alternativas, como o caminho para o Mosteiro de São Bento. Todos os trajetos contarão com sinalização e pontos com QR code, que possibilita informações online sobre os pontos históricos.
“De maneira estruturada nós conseguimos integrar outros segmentos que fazem parte do trade turístico. Uma vez que o turista vai visitar esse caminho, em qualquer momento, vão ter sinalizações no ambiente, assim como ele vai poder consultar as informações históricas no ambiente digital, por exemplo, além de comprar um souvenir ou ainda um produto de um artesão local; haverá também o consumo de comidas e bebidas. Ou seja, vamos agregar valor também à gastronomia local. Temos todo um desdobramento que faz com que o turista tenha uma experiência e vivência dentro do próprio ambiente histórico de Campos, de uma maneira muito eficiente e satisfatória”, disse Guilherme Reche.
Para o bispo, seguindo o exemplo de outros países, a tradição religiosa local tem potencial para atrair turistas e beneficiar Campos e região. “É como, por exemplo, o Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, ou o Santuário de Lourdes, na França, que são peregrinações permanentes. Nós queremos, com o setor público e o setor empresarial, fazer uma atividade duradoura. Isso gera cadeia produtiva, no aspecto socioeconômico e cultural e beneficia a todos”, aponta.
O presidente da CDL, Edvar Chagas, reafirma que o objetivo é formalizar a atividade religiosa da mesma forma como ocorre em caminhos peregrinos em outras partes do mundo. “O turismo religioso movimenta o mundo inteiro. Estas ações serão um incentivo para que empresários, não somente da Baixada, mas de toda a região, comecem a comercializar camisas, mapas e uma infinidade de produtos. Será criada uma série de oportunidades a partir desta formalização”, comemora.
Patrimônio do município
Em novembro do ano passado o Circuito Caminho de Santo Amaro foi considerado patrimônio imaterial de Campos, por meio da Lei Municipal 9.234/22, de autoria do vereador Fábio Ribeiro, reconhecendo o percurso de 39 quilômetros, abrangendo a rodovia RJ-216, um trecho da estrada que Goitacazes a Poço Gordo, a estrada do Alto do Eliseu e as demais vias onde estão localizadas as 22 igrejas católicas nesta região.
A tradição de caminhar até a igreja de Santo Amaro no dia dedicado ao padroeiro começou há 290 anos e atualmente a peregrinação acontece por diferentes motivos.
“Eu já fiz a caminhada dois anos seguidos. No ano passado não pude fazer porque estava com Covid, mas este ano estarei de volta. É um trajeto que passa por vários pontos turísticos e eu tenho uma atenção especial com o turismo da nossa cidade e região, que cria muitas oportunidades para o empreendedorismo. Eu tenho fé católica, quis participar e agora não consigo mais parar. Já fiz o caminho de Vitória a Anchieta, o de Campos e agora estou mais feliz ainda com a oportunidade de lançar o Circuito Caminhos de Fé, não só até Santo Amaro, mas também até São Bento”, disse Edvar Chagas.
Edvar Júnior
O presidente da CDL lembra que a caminhada oficial começa na Praça do Santíssimo Salvador, mas muitas pessoas iniciam o percurso da Avenida 28 de Março. Segundo ele, por todo o trajeto, pessoas, católicas ou não, se unem em apoio aos caminhantes com doação de frutas e água.
A prefeitura de Campos terá quatro pontos oficiais de apoio, um no Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv), antes de Donana; outro na Vila Romana, em Bugalho; um terceiro em Mineiros e o último em Baixa Grande. Haverá, além da distribuição de água e frutas, equipe de enfermagem com aferição de pressão arterial e ambulância para casos de necessidade de socorro.
Festa de Fé
As comemorações religiosas para Santo Amaro já começaram no último dia 3, com carreata saindo do Mosteiro de São Bento com destino à primeira missa das festividades, em Santo Amaro. Até o dia 15 haverá ainda novenário com terço, ladainha e missas em diversos horários. A procissão às 18h, no dia do padroeiro, encerra a programação.
O presidente da CDL lembra que a caminhada oficial começa na Praça do Santíssimo Salvador, mas muitas pessoas iniciam o percurso da Avenida 28 de Março. Segundo ele, por todo o trajeto, pessoas, católicas ou não, se unem em apoio aos caminhantes com doação de frutas e água.
A prefeitura de Campos terá quatro pontos oficiais de apoio, um no Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv), antes de Donana; outro na Vila Romana, em Bugalho; um terceiro em Mineiros e o último em Baixa Grande. Haverá, além da distribuição de água e frutas, equipe de enfermagem com aferição de pressão arterial e ambulância para casos de necessidade de socorro.
Festa de Fé
As comemorações religiosas para Santo Amaro já começaram no último dia 3, com carreata saindo do Mosteiro de São Bento com destino à primeira missa das festividades, em Santo Amaro. Até o dia 15 haverá ainda novenário com terço, ladainha e missas em diversos horários. A procissão às 18h, no dia do padroeiro, encerra a programação.
J3News
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