Nos dois primeiros meses de 2023, já são mais de 300 casos confirmados
POR DANIELA ABREU.Dengue provoca mortes e volta a preocupar campistas
De janeiro até o dia 23 de fevereiro deste ano, Campos registrou 334 casos positivos para dengue, incluindo a morte de um paciente de 84 anos, morador do distrito de Travessão. A Secretaria de Saúde ainda aguarda exames para determinar se a morte de uma campista, ocorrida no domingo de Carnaval, em São João da Barra, tem relação com a doença. Já no mesmo período do ano passado (dois primeiros meses), Campos não registrou qualquer caso de dengue; apenas duas ocorrências de chikungunya, que também é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. A presença do vetor no município também aumentou de 2022 para 2023: o primeiro Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) deste ano, feito em janeiro, apontou índice de infestação predial de 5.2% (alto risco), enquanto o último LIRAa do ano passado, realizado em outubro, mostrou índice de 2.8% (médio risco). Na volta do Carnaval, Campos, que prepara novas ações de combate ao mosquito, também viu aumentar o número de atendimentos no Centro de Referência da Dengue e Pós-Covid Dr. Jayme Tinoco Netto (CRDPC).
Coordenador do CRDPC e pesquisador ativo da dengue, há mais de 20 anos, o médico Luiz José de Souza disse que houve aumento de casos e de buscas por atendimento na unidade, como já era esperado. Somente na quinta-feira após o Carnaval, foram 70 atendimentos no órgão, sendo 48 para primeiro atendimento e 22 casos de retorno. Segundo Luiz José, muitos desses casos apresentavam sintomas e foram encaminhados para a hidratação.
De janeiro até o dia 23 de fevereiro deste ano, Campos registrou 334 casos positivos para dengue, incluindo a morte de um paciente de 84 anos, morador do distrito de Travessão. A Secretaria de Saúde ainda aguarda exames para determinar se a morte de uma campista, ocorrida no domingo de Carnaval, em São João da Barra, tem relação com a doença. Já no mesmo período do ano passado (dois primeiros meses), Campos não registrou qualquer caso de dengue; apenas duas ocorrências de chikungunya, que também é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. A presença do vetor no município também aumentou de 2022 para 2023: o primeiro Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) deste ano, feito em janeiro, apontou índice de infestação predial de 5.2% (alto risco), enquanto o último LIRAa do ano passado, realizado em outubro, mostrou índice de 2.8% (médio risco). Na volta do Carnaval, Campos, que prepara novas ações de combate ao mosquito, também viu aumentar o número de atendimentos no Centro de Referência da Dengue e Pós-Covid Dr. Jayme Tinoco Netto (CRDPC).
Coordenador do CRDPC e pesquisador ativo da dengue, há mais de 20 anos, o médico Luiz José de Souza disse que houve aumento de casos e de buscas por atendimento na unidade, como já era esperado. Somente na quinta-feira após o Carnaval, foram 70 atendimentos no órgão, sendo 48 para primeiro atendimento e 22 casos de retorno. Segundo Luiz José, muitos desses casos apresentavam sintomas e foram encaminhados para a hidratação.
Procura | Busca por atendimento no Centro de Referência de Campos aumentou no período após o Carnaval
“Hoje (quinta, dia 23) nós tivemos cerca de 70 atendimentos. Isso é normal, por conta da demanda reprimida do feriado, e vai aumentar certamente, porque houve circulação de pessoas, não só na região de Campos. Isso aumenta a probabilidade de a pessoa ser infectada pelo mosquito e adquirir o vírus na viagem. Então, não tenha dúvidas de que vai haver aumento de casos. Além disso, nós temos tudo favorável para isso, como calor, chuva acumulada, muita gente fora de casa e, portanto, não fiscalizando seus quintais” disse.
O médico explicou ainda que o sorotipo 2, que é bastante agressivo, está presente na maioria das testagens positivas. Além dele, o sorotipo 1 também circula. “O sorotipo que está circulando mais é o 2. Um vai se sobressair sobre o outro e somente um deles vai ficar em circulação, e deve ser o 2, porque ele tem mais virulência”, analisou Luiz José, lembrando, ainda, que a última circulação do sorotipo 2 ocorreu em 2010, portanto, há grande parcela da população vulnerável ao vírus, além daqueles que nunca testaram positivo para ele.
“Hoje (quinta, dia 23) nós tivemos cerca de 70 atendimentos. Isso é normal, por conta da demanda reprimida do feriado, e vai aumentar certamente, porque houve circulação de pessoas, não só na região de Campos. Isso aumenta a probabilidade de a pessoa ser infectada pelo mosquito e adquirir o vírus na viagem. Então, não tenha dúvidas de que vai haver aumento de casos. Além disso, nós temos tudo favorável para isso, como calor, chuva acumulada, muita gente fora de casa e, portanto, não fiscalizando seus quintais” disse.
O médico explicou ainda que o sorotipo 2, que é bastante agressivo, está presente na maioria das testagens positivas. Além dele, o sorotipo 1 também circula. “O sorotipo que está circulando mais é o 2. Um vai se sobressair sobre o outro e somente um deles vai ficar em circulação, e deve ser o 2, porque ele tem mais virulência”, analisou Luiz José, lembrando, ainda, que a última circulação do sorotipo 2 ocorreu em 2010, portanto, há grande parcela da população vulnerável ao vírus, além daqueles que nunca testaram positivo para ele.
Sintoma | Com muitas dores no corpo, Maria Helena e a filha foram encaminhadas para a sala de hidratação do CRD
Moradora do Parque Vicente Dias, em Guarus, Maria Helena Drumond, de 80 anos, foi uma das que buscou o atendimento após o Carnaval. Ela e a filha apresentaram sintomas da doença ainda antes do feriado. “Estava trabalhando em casa e comecei a passar mal, com tontura, dor no corpo, vômito e tosse. Ontem fomos no HGG e de lá encaminharam a gente para o CRD. Tem várias pessoas com o mesmo sintoma onde eu moro” disse ela, que é moradora da Rua Isalvo Lima e, após exames no Centro de Referência, foi encaminhada com a filha para a hidratação.
O médico alerta que ao apresentar os sintomas que são febre, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores nas articulações, músculos e cansaço, a pessoa deve procurar atendimento médico imediatamente. Luiz José destaca também que o agravamento da doença pode causar náusea, falta de apetite, dor abdominal, diarreia e apresentar manchas avermelhadas na pele.
Moradora do Parque Vicente Dias, em Guarus, Maria Helena Drumond, de 80 anos, foi uma das que buscou o atendimento após o Carnaval. Ela e a filha apresentaram sintomas da doença ainda antes do feriado. “Estava trabalhando em casa e comecei a passar mal, com tontura, dor no corpo, vômito e tosse. Ontem fomos no HGG e de lá encaminharam a gente para o CRD. Tem várias pessoas com o mesmo sintoma onde eu moro” disse ela, que é moradora da Rua Isalvo Lima e, após exames no Centro de Referência, foi encaminhada com a filha para a hidratação.
O médico alerta que ao apresentar os sintomas que são febre, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores nas articulações, músculos e cansaço, a pessoa deve procurar atendimento médico imediatamente. Luiz José destaca também que o agravamento da doença pode causar náusea, falta de apetite, dor abdominal, diarreia e apresentar manchas avermelhadas na pele.
CRD | Luiz José estima que número de casos deve aumentar em Campos
O CRDPC funciona anexo ao Hospital Plantadores de Cana (HPC), das 8h às 18h.
Primeiro óbito e caso suspeito
O primeiro óbito por dengue no Estado do Rio, em 2023, aconteceu em Campos, no dia 21 de janeiro. O paciente, de 84 anos, morador de Travessão, deu entrada no Hospital dos Plantadores de Cana (HPC) no dia 18 de janeiro, com sintomas característicos da doença e acabou não resistindo e falecendo três dias depois. O bairro da vítima está entre os que têm mais registros positivos da doença. A confirmação da causa foi feita por exame laboratorial processado pelo Laboratório Central Noel Nutels (Lacen-RJ).
Este é o único óbito registrado até o momento no município, que aguarda ainda o resultado da sorologia de Vaneska Barcelos Miranda, de 48 anos, que morreu no domingo de Carnaval, no Centro Municipal de Emergência de São João da Barra, com suspeita da doença.
A Secretaria Municipal de Saúde de São João da Barra informou que “foi realizado teste rápido que deu positivo para dengue. A amostra foi encaminhada para o Lacen-RJ, referência em epidemiologia, para a confirmação do diagnóstico”.
A Secretaria de SJB informou ainda que, “conforme protocolo, no mesmo dia do óbito (domingo, 19), a Secretaria Estadual de Saúde foi comunicada, e o município vai proceder a investigação em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde de Campos, que foi notificada nesta quinta-feira, 23”.
Já a SMS de Campos disse que a “Subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde (Subpav), iniciou a investigação epidemiológica na quinta-feira (23), junto ao município de São João da Barra. As medidas cabíveis serão adotadas mediante a investigação e notificação que é feita via Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan)”.
LIRAa
O Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) é o mapeamento rápido dos índices de infestação por Aedes aegypti que identifica os criadouros predominantes e a situação de infestação do município.
O CRDPC funciona anexo ao Hospital Plantadores de Cana (HPC), das 8h às 18h.
Primeiro óbito e caso suspeito
O primeiro óbito por dengue no Estado do Rio, em 2023, aconteceu em Campos, no dia 21 de janeiro. O paciente, de 84 anos, morador de Travessão, deu entrada no Hospital dos Plantadores de Cana (HPC) no dia 18 de janeiro, com sintomas característicos da doença e acabou não resistindo e falecendo três dias depois. O bairro da vítima está entre os que têm mais registros positivos da doença. A confirmação da causa foi feita por exame laboratorial processado pelo Laboratório Central Noel Nutels (Lacen-RJ).
Este é o único óbito registrado até o momento no município, que aguarda ainda o resultado da sorologia de Vaneska Barcelos Miranda, de 48 anos, que morreu no domingo de Carnaval, no Centro Municipal de Emergência de São João da Barra, com suspeita da doença.
A Secretaria Municipal de Saúde de São João da Barra informou que “foi realizado teste rápido que deu positivo para dengue. A amostra foi encaminhada para o Lacen-RJ, referência em epidemiologia, para a confirmação do diagnóstico”.
A Secretaria de SJB informou ainda que, “conforme protocolo, no mesmo dia do óbito (domingo, 19), a Secretaria Estadual de Saúde foi comunicada, e o município vai proceder a investigação em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde de Campos, que foi notificada nesta quinta-feira, 23”.
Já a SMS de Campos disse que a “Subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde (Subpav), iniciou a investigação epidemiológica na quinta-feira (23), junto ao município de São João da Barra. As medidas cabíveis serão adotadas mediante a investigação e notificação que é feita via Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan)”.
LIRAa
O Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) é o mapeamento rápido dos índices de infestação por Aedes aegypti que identifica os criadouros predominantes e a situação de infestação do município.
Equipes | Mutirões com 10 secretarias envolvidas percorrem os bairros em busca de focos do Aedes aegyti
O último Levantamento de 2022 apontou 2,8%, sendo considerado médio risco com relação à transmissão da doença causada pelo mosquito. Já o primeiro deste ano, divulgado em janeiro, apontou que apontou índice de 5,2%, considerado alto risco.
O Ministério da Saúde classifica os dados em três categorias: até 1% o nível é satisfatório, de 1% a 3,9% a situação é de alerta, superior a 4% há risco de surto de dengue.
O próximo LIRAa está previsto para ser realizado na primeira quinzena de maio.
Combate ao vetor
Os mutirões de combate ao Aedes aegypti começaram no ano passado e seguem acontecendo, mobilizando vários órgãos municipais. Este ano, a partir da divulgação do último Índice de Infestação, os trabalhos foram intensificados.
De acordo com a Prefeitura de Campos, Tapera, Parque Prazeres, Centro, Travessão, Parque Aurora e Jockey Club são os bairros com mais notificações de casos de dengue. Dentre os bairros com maior índice larvário, estão Campo Limpo, Goitacazes, Donana, Penha, Pecuária, São José, Tapera, São Clemente, Vista Alegre, Bela Vista, São Salvador, Zuza Mota e XV de Novembro.
Todos esses bairros estão sendo contemplados com mutirões semanais, que tiveram início no dia 20 de janeiro e se estenderão até o dia 31 de março. O primeiro foi realizado em Travessão, onde ocorreu o primeiro óbito pela doença. O último mutirão foi realizado na quinta-feira (24).
Diretor do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) em Campos, Carlos Morales diz que a situação é de alerta e que todos devem adotar medidas em suas casas.
O último Levantamento de 2022 apontou 2,8%, sendo considerado médio risco com relação à transmissão da doença causada pelo mosquito. Já o primeiro deste ano, divulgado em janeiro, apontou que apontou índice de 5,2%, considerado alto risco.
O Ministério da Saúde classifica os dados em três categorias: até 1% o nível é satisfatório, de 1% a 3,9% a situação é de alerta, superior a 4% há risco de surto de dengue.
O próximo LIRAa está previsto para ser realizado na primeira quinzena de maio.
Combate ao vetor
Os mutirões de combate ao Aedes aegypti começaram no ano passado e seguem acontecendo, mobilizando vários órgãos municipais. Este ano, a partir da divulgação do último Índice de Infestação, os trabalhos foram intensificados.
De acordo com a Prefeitura de Campos, Tapera, Parque Prazeres, Centro, Travessão, Parque Aurora e Jockey Club são os bairros com mais notificações de casos de dengue. Dentre os bairros com maior índice larvário, estão Campo Limpo, Goitacazes, Donana, Penha, Pecuária, São José, Tapera, São Clemente, Vista Alegre, Bela Vista, São Salvador, Zuza Mota e XV de Novembro.
Todos esses bairros estão sendo contemplados com mutirões semanais, que tiveram início no dia 20 de janeiro e se estenderão até o dia 31 de março. O primeiro foi realizado em Travessão, onde ocorreu o primeiro óbito pela doença. O último mutirão foi realizado na quinta-feira (24).
Diretor do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) em Campos, Carlos Morales diz que a situação é de alerta e que todos devem adotar medidas em suas casas.
CCZ | Diretor do órgão, Carlos Morales pede que população fiscalize casas
“Nosso trabalho é preventivo para que não chegue a uma epidemia. Lembrando sempre que 80% dos focos do mosquito estão dentro das residências. Eu dependo do trabalho de todos. O CCZ está fazendo a parte dele com os mutirões e 10 secretarias em conjunto. O mais importante é frisar para a população que, se ela não fizer a parte dela, a dengue chega”, alertou.
Identificação dos agentes
Muitas pessoas têm receio de abrir as portas para os agentes de combate a endemias, temendo situações de assalto. O diretor do CCZ informa que há meios de checagem.
“Todos os agentes trabalham com crachá e QR code. Leia o código e no site do CCZ é possível conferir todas as informações sobre esse agente. E abra suas portas para que possamos realizar nosso trabalho”, finalizou Morales.
“Nosso trabalho é preventivo para que não chegue a uma epidemia. Lembrando sempre que 80% dos focos do mosquito estão dentro das residências. Eu dependo do trabalho de todos. O CCZ está fazendo a parte dele com os mutirões e 10 secretarias em conjunto. O mais importante é frisar para a população que, se ela não fizer a parte dela, a dengue chega”, alertou.
Identificação dos agentes
Muitas pessoas têm receio de abrir as portas para os agentes de combate a endemias, temendo situações de assalto. O diretor do CCZ informa que há meios de checagem.
“Todos os agentes trabalham com crachá e QR code. Leia o código e no site do CCZ é possível conferir todas as informações sobre esse agente. E abra suas portas para que possamos realizar nosso trabalho”, finalizou Morales.
Fonte:J3News
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