terça-feira, 14 de março de 2023

Pouco antes de ser assassinada, Letycia troca mensagens com suspeito pelo crime

"Estou de olho no senhor, mocinho", enviou a vítima para Nadai, por áudio, às 18h16

As mensagens do celular foram disponibilizadas por Cintia Pessanha Fonseca, mãe de Letycia, que testemunhou o crime (Imagem: Reprodução/ Arquivo Pessoal)

Pouco antes de ser assassinada, a engenheira Letycia Peixoto, grávida de 8 meses e morta a tiros no último dia 2, no Parque Aurora, trocou mensagens com o professor Diogo Viola Nadai, pai de seu filho Hugo e que foi preso pelo crime no último dia 7. “Estou de olho no senhor, mocinho”, enviou a vítima para Nadai, por áudio, às 18h16. Diogo respondeu um minuto depois, com uma foto do painel do seu carro e a legenda: “Indo para sala agora”. Ele se referia a uma aula que daria naquela noite no Instituto Federal Fluminense (IFF), onde trabalhava. Às 20h58, Letycia foi morta a tiros. Estas informações foram divulgadas, nesta segunda-feira (13), pelo Jornal Extra.

Segundo a reportagem, as mensagens do celular foram disponibilizadas por Cintia Pessanha Fonseca, mãe de Letycia, que testemunhou o crime. De acordo com Cintia, Nadai foi carinhoso com a vítima no dia do crime. Apontado pela polícia como mandante do assassinato, ele se relacionava há oito anos com a vítima e, ao mesmo tempo, era casado com outra mulher. Nadai e mais quatro pessoas já foram presas suspeitas de participarem do assassinato.

“Na quinta, ela que acordou o Diogo e ele foi até a geladeira, pegou o bolo que estava no pote e quis dar um pedaço na boca dela. Ela disse que não queria, ele insistiu e ela aceitou. Depois, ele pegou outro pedaço e insistiu novamente para ela comer: ‘esse é do Hugo’, disse ele. Só no terceiro pedaço que ele foi comer”, relata.

Em seguida, conta Cintia, Diogo começou a apertar e alisar a barriga de Letycia.

“‘Huguinho, Huguinho, Huguinho’, ele falava. Eu lembro perfeitamente que ele disse três vezes o nome do bebê e disparou: ‘meu filho, Dona Cintia’. Aquilo, na hora, me pareceu uma despedida. Eu senti um aperto e um nó na garganta”, diz.

Em depoimento à polícia, Diogo contou que ficou com Letycia em casa até às 15h30, quando a jovem saiu para comprar uma meia de compressão e o Diogo foi ao banco. Mais tarde, por volta das 16h, ele disse que voltou a se encontrar com Letycia em uma padaria para lancharem juntos, onde permaneceram até às 17h, quando ele saiu para ir para o IFF de Guarus, onde ministra aulas. De acordo com Diogo, essa foi a última vez que ele viu Letycia. Após sair, eles trocaram as mensagens pelo WhatsApp.

O Crime- A engenheira foi morta com cinco tiros na Rua Simeão Schremeth, no bairro Parque Aurora, às 20h58. Mãe e filha chegavam em casa de carro, com a vítima ao volante, quando dois homens numa moto se aproximaram e atiraram.

Em depoimento à polícia, Diogo diz que recebeu diversas ligações durante a aula, mas que não atendeu. Como as chamadas continuaram, ele pediu licença aos alunos e ligou para o cunhado, que mandou o professor correr para o hospital. De acordo com Diogo, foi lá que ele soube que Letycia havia sido baleada.

De acordo com a família, a frieza de Diogo com a notícia levantou suspeita desde o primeiro momento que ele entrou no hospital. A mãe de Letycia conta que mesmo após ter sido baleada na perna e ter visto a filha ser assassinada, estava lúcida e convicta do envolvimento do genro ao adentrar o Hospital Ferreira Machado.

“O motivo do crime eu não sei, e espero que a investigação me diga. Mas eu quero que ele pague pela frieza. Ele é um monstro” diz Cintia.

A investigação sobre o assassinato de Letycia Peixoto, grávida de 8 meses, revelou uma trama com diversos envolvidos. Cinco pessoas já foram presas suspeitas de participarem no crime, entre eles Diogo Viola Nadai. Apontado pela Polícia como mandante do assassinato, ele se relacionava há 8 anos com a vítima e vivia outro relacionamento com uma mulher de Campos com quem era casado.
Fonte: Jornal Extra/Show Francisco

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