domingo, 12 de março de 2023

Villa Maria como palco de elevação da cultura e economia solidária

De 30 de março a 1º de abril serão realizados Festivais de Economia Solidária e de Cultura Popular

POR THABATA FERREIRA
Villa Maria como palco de elevação da cultura e economia solidária

A Casa de Cultura Villa Maria foi o espaço escolhido, este ano, para receber o VII Festival de Economia Solidária e o I Festival de Cultura Popular e Tecnologias Sociais do Norte e Noroeste Fluminense. Na programação deste ano, além das diretrizes da comercialização colaborativa de produtos ambiental e socialmente sustentáveis, o Programa de Extensão Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Populares da Universidade Estadual do Norte Fluminense – Darcy Ribeiro (Itep/Uenf) vai trazer uma variedade de atividades culturais e muitas trocas de vivências, representadas através de cinco cirandas, que serão grandes tendas montadas por nichos temáticos. O evento vai ser do dia 30 de março a 1ª de abril, gratuito e para todas as idades.

“A gente vai valorizar artistas, valorizar a formação, a partir das cirandas. Vamos ter ciranda da economia solidária, duas cirandas de cultura, ciranda da terra, ciranda do artesanato, vamos ter desfile de moda para tentar resgatar um pouco essa problemática e perspectiva da cadeia produtiva da moda em Campos e região. Teremos um misto de evento que é justamente para que a gente possa conversar: universidades e sociedade. A incubadora, por exemplo, é um projeto de extensão tecnológica e tem como fim, justamente, conversar com a sociedade”, explicou Nilza Franco, que é assessora técnica do evento e faz parte da comissão de organização.

Toda a programação vai acontecer através de financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), apoio do Fórum de Economia Solidária de Campos dos Goytacazes e Casa de Cultura Villa Maria. O evento também vai acontecer das 14h às 21h, tudo para possibilitar que pessoas que trabalham no centro da cidade também possam visitar e participar do VII Festival de Economia Solidária e do I Festival de Cultura Popular e Tecnologias Sociais do Norte e Noroeste Fluminense.


As cinco cirandas
Nilza explica que as cirandas representam técnicas de educação popular que facilitam processos de vivências e relatos de práticas dos trabalhadores de economia solidária e produtores culturais. “Com relação à ciranda de economia solidária, vamos ter 13 educadoras populares que vão falar do processo de construção desse modo de produção, a partir dos próprios trabalhadores. Exemplificando, através de modelos práticos, como produzir, fazer renda e buscar espaço dentro da sociedade, a partir deste trabalho gerenciado por eles mesmos. Além disso, também teremos apresentações musicais e dança”, explica.


Já na ciranda cultural, um convidado vai falar sobre poesia, dança e cultura. E, ainda, sobre como fazer gestão da própria produção cultural e ampliar o assunto, dentro do modelo de economia solidária. “O modelo das cirandas também remete a um modelo de oficinas formativas e workshops”, exemplifica Nilza.

A ciranda da terra será voltada para agroecologia. “Vamos chamar pessoas que estão na luta há muito tempo com esse diálogo, como professores que trabalham com alguns assentamentos, e vamos ter representantes de organizações da terra. Estaremos falando dessa experiência de como é produzir no campo e ainda produzir alimento saudável para trazer para a cidade”, esclareceu Nilza.

Para fechar o ciclo, na ciranda de artesanato, Nilza explica a importância do tema dentro do contexto da região. “Principalmente na região, esse é um segmento da economia solidária que mais contribui para o movimento. Essa oficina vai discutir novas técnicas, discutir a importância do design para a confecção de novos produtos. Vamos falar sobre a dificuldade, muitas vezes, de participar de compras públicas. Falar do momento atual do artesanato e também teremos convidados especiais para afinar essa discussão”, ressalta.


Programação Geral
No contexto geral do evento, a comissão de organização confirma apresentações musicais e todo um ambiente de informação. Entre os cantores já confirmados estão Cris Raquel, Marcelo Benjá, além de Ed Ébano e banda, com uma grande roda de samba. “Teremos uma quantidade grande de atrações. Neste festival serão dez redes produtivas: a rede de alimentação, a rede de agroecologia, de tricô e crochê, de costura criativa, moda e vestuário, artesanato de madeira, vidro de sustentabilidade e linha bebê, por exemplo. Vamos ter as redes de produção voltadas a centenas de produtos disponíveis”, explica Nilza a respeito da comercialização dos produtos da economia solidária.

A programação está sendo fechada e será atualizada nos canais oficiais da Uenf.

“A economia solidária vê potencial enorme de autogestão junto à questão dos produtores culturais e, neste aspecto, nós estaríamos exercitando essa experimentação no Festival de Economia Solidária e no Festival de Cultura e Tecnologias Sociais”, explica.

Dentro do tema de tecnologias sociais, o evento busca resgatar a tecnologia social simples, como projetos de baixo custo, a partir do referencial que qualquer pessoa pode reproduzir. “Um dos exemplos destes trabalhos são o filetador de garrafa pet, minhocário de balde, a horta vertical, forno solar, ecobriquetes [uma espécie de lenha com aproveitamento de material descartado]. Além disso, haverá a participação de projetos de extensão que resgatam a questão de sustentabilidade”, finaliza Nilza.
Fonte:J3News

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