quarta-feira, 31 de maio de 2023

Usinas preveem queda de 10% nesta safra em relação ao ano passado

DORA PAULA PAES 
Safra de cana-de-açúcar / Divulgação - Agência Brasil

A moagem da safra de cana-de-açúcar 2022-2023 ainda não está a pleno vapor na região. Dos quatro parques fabris com potencialidade para esmagar a produção, apenas duas iniciaram o processo industrial, em maio: a Canabrava, entre Campos e São Francisco de Itabapoana, e a Paineiras, no Espírito Santo. A previsão do setor sucroalcooleiro é de uma safra com queda de 10% em relação ao ano passado, quando foram esmagadas 2 milhões de toneladas de cana.
A grande expectativa é para a abertura da moagem da Cooperativa Agroindustrial do Estado (Coagro-Unidade Sapucaia), a maior usina de produção de açúcar e etanol do estado. Existe ainda a previsão de que a unidade Coagro-Unidade Paraíso também inicie os trabalhos, em junho. As datas, no entanto, ainda não foram confirmadas.

O presidente da AssociaçãoFluminense dos Plantadores de Cana (Asflucan), Tito Inojosa, informou que Canabrava iniciou a moagem de maneira tímida. “A Coagro trabalha para operar no início do mês de junho”, disse ele.
Trabalhando em maior volume neste primeiro momento, a usina Paineiras, que fica na divisa dos dois estados, mas do lado do Espírito Santo, compete com as usinas fluminense na atração do fornecedor, principalmente, os do município de São Francisco de Itabapoana.

De certo, sobre essa safra, a previsão da Asflucané que o campo ofereça 1.8 milhão de toneladas de cana para a indústria moer, volume que as usinas terão que dividir. Uma quantidade que não satisfaz, de jeito nenhum, o setor sucroalcooleiro, que deixou para trás tempos gloriosos e tenta se reinventar. Somente a Coagro-Sapucaia, que passou por investimentos vultosos nos últimos anos, tem condição de esmagar 2 milhões de toneladas em seu parque industrial, para se ter uma ideia clara da situação da produção de cana no campo.

Aumentar o volume de cana, por exemplo, é o desafio da Coagro-Unidade Paraíso. O presidente da Coagro, Frederico Paes, já havia informado que a fusão tem como princípio fomentar o plantio de cana. Até o ano passado, havia uma previsão de investimento no plantio de R$ 5 milhões e outros R$ 30 milhões na recuperação do parque industrial.
Segundo Tito, a cultura da cana-de-açúcar está subjugada às condiçõesclimáticas. “Essa queda no volume de cana em 10% em relação ao ano passado, se deve a falta de chuva. A estiagem comprometeu a produção no campo”, disse.

Para melhorar a produção, a Asflucan tem colocado em prática ações. No último dia 27 de maio, realizou-se em São Francisco de Itabapoana, o VI Seminário da Cana-de-açúcar. O evento discutiu as novidades tecnológicas do setor sucroalcooleiro e as estimativas de produção para os próximos anos. O encontro, que reuniu produtores, fornecedores e empresários do ramo do agronegócio, contou ainda com a presença de autoridades políticas da região e a presença do subsecretário de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, Felipe Brasil, que representou o Governo do Estado.

A prefeita Francimara Barbosa Lemos, que participou da abertura do seminário, destacou que o município é um dos que mais produz cana-de-açúcar no interior do Estado do Rio. “São Francisco é um dos municípios que mais produz cana no interior. Anualmente cerca de um milhão de toneladas de cana são colhidas nas lavouras espalhadas em nossas terras. Posso considerar que somos hoje a capital do agronegócio”, afirmou Francimara.

Preço da tonelada - Produtores rurais de São Francisco informam que neste primeiro momento a indústria está oferecendo até R$ 95,00 pela tonelada de cana-de-açúcar.
Fonte:Fmanhã

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