Campos de 2024 entre Wladimir Garotinho, Jefferson Manhães de Azevedo, Sérgio Mendes, Caio Vianna, Thiago Rangel e Marquinho Bacellar (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Wladimir e JeffersonO prazo para filiação partidária vai até 6 de abril do próximo ano, com convenções em julho, a todos que quiserem disputar as eleições municipais de 6 de outubro de 2024, daqui a 16 meses. Mas, em Campos, as movimentações já começaram às disputas a vereador e prefeito. Nesta, salvo o imponderável, dois nomes hoje parecem certos: Wladimir Garotinho (PP), na tentativa natural de reeleição, e o professor Jefferson Manhães de Azevedo (PT), reitor do IFF. O ex-prefeito Sérgio Mendes (Cidadania) também pretende disputar novamente o cargo, mas precisa pontuar nas pesquisas. Além destas, todos os demais nomes dependem da conjuntura.
Segundo turno?
A coluna conversou com quatro articuladores políticos da cidade, que habitam no primeiro escalão do grupo dos Garotinho, dos Bacellar no Rio de Janeiro e em Campos, e do PT. São fontes de alta qualidade e conhecimento, que terão as identidades preservadas. Mas não suas informações, que são de interesse público. A todos, Wladimir aparece como franco favorito à reeleição. Se a eleição fosse hoje e tivesse que ser disputada no segundo turno, isso já seria considerado uma vitória da oposição. Na qual o perfil de Jefferson como gestor, além da sua preparação para debates, causa preocupação aos líderes do grupo político da Lapa.
Do IFF à Carla
No PT de Campos, ao Rio, à Brasília, a candidatura de Jefferson a prefeito é considerada certa. Puxada por ela, a intenção é montar uma nominata forte à Câmara Municipal, para o partido reconquistar uma cadeira. Reitor do IFF, ele não vai tratar publicamente da eleição de 2024 até que a da sua sucessão na maior instituição de ensino do município e da região esteja definida, provavelmente entre outubro e novembro de 2023. O deputado federal Lindbergh Farias (PT/RJ) já lançou, no Folha no Ar de 18 de abril, o nome de Jefferson. Mas este terá que conversar antes com a deputada estadual Carla Machado (PT), ex-prefeita de SJB.
PT/PSD?
Sondada há algumas eleições a prefeita de Campos, Carla não pode tentar o cargo em 2024, pois a legislação eleitoral veda participação em pleitos consecutivos de municípios vizinhos. Mas ela tem capital eleitoral nos dois, além de ser a única dona de mandato do PT na região. A potencial candidatura de Jefferson poderia ser beneficiada se o PT-RJ oficializar seu apoio à tentativa de reeleição a prefeito da cidade do Rio de Eduardo Paes. Cujo PSD, partido também do deputado federal Caio Vianna e do vereador Bruno Vianna, poderia em troca apoiar o hoje reitor do IFF a prefeito de Campos. Chapa que, não se descarta, Caio poderia integrar.
Caio e Thiago
Caio tem o recall da eleição a prefeito de 2020, quando disputou um segundo turno duríssimo vencido por Wladimir. Mas ficou aquém do esperado em sua votação na cidade a deputado federal em 2022. E só conseguiu assumir mandato agora graças à ginástica de Eduardo Paes com os suplentes. O filho do ex-prefeito Arnaldo Vianna não está fora da disputa à Prefeitura de Campos em 2024. Inclusive, a depender da conjuntura, com apoio dos Bacellar. Assim como o deputado estadual Thiago Rangel (de saída do Podemos ao Republicanos). Sobre Caio, no entanto, há consenso em todos os grupos políticos da cidade que seu nome já teve mais força.
Os Bacellar
Se Caio e Thiago aumentariam qualquer chance com o apoio do grupo liderado pelo presidente da Alerj, deputado Rodrigo Bacellar (PL), este espera para saber como andará no pleito a prefeito de Campos em 2024. Para ter uma ideia mais clara, deve fazer três pesquisas, em julho, setembro e dezembro. Na última, feita em março pelo instituto GPP e divulgada pela Folha, o presidente da Câmara Municipal, Marquinho Bacellar (SD), ficou em terceiro lugar na consulta estimulada. Com 5,8% das intenções de voto, veio atrás de Wladimir (50,4%) e Caio (18,1%). Mas estes já disputaram a Prefeitura, Marquinho nunca.
Com e sem pacificação
Rodrigo deve sua ascensão meteórica na política fluminense à sua capacidade de articulação. Não entrará numa eleição majoritária em sua cidade natal, sobretudo em apoio ao irmão, se não enxergar pragmaticamente chance de vitória. Um dos seus principais nomes no Rio acha que Marquinho a prefeito, hoje, “seria uma aventura”. Enquanto um dos principais nomes do grupo em Campos só vê uma possibilidade do presidente da Câmara disputar com Wladimir em 2024: “se a pacificação azedar”. Caso se mantenha, não está nem descartado que os Bacellar apoiem a reeleição do prefeito de Campos. O que poderia ser, na prática, garanti-la.
Tudo, inclusive nada
Reconhecido como favorito, Wladimir teria como pior cenário em 2024 uma oposição pulverizada em duas ou três candidaturas com densidade eleitoral, além de Jefferson. No PP, o prefeito deve ter sua filiação oficializada por Arthur Lira, o poderoso presidente da Câmara de Deputados, em 7 de julho. Tem outro apoio de peso no governador Cláudio Castro (PL), aliado também de Rodrigo. Enquanto os três assim se mantiverem, a pacificação entre Garotinhos e Bacellar tende a durar. E favorece à reeleição. Só que a urna é daqui a 1 ano e 4 meses. Até lá, no sábio dito do ex-vice-presidente Marco Maciel: “tudo pode acontecer, inclusive nada”.
Publicado hoje na Folha da Manhã.
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