quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Risco de epidemia de dengue preocupa autoridades de saúde de Campos

Em 2023 foram confirmados mais de três mil casos de dengue segundo a prefeitura

POR CÍNTIA BARRETO

Mutirão da dengue realizado pelo CCZ em Campos Foto: Arquivo J3News

O número de casos confirmados de dengue de janeiro até o dia 27 de dezembro de 2023, segundo a prefeitura de Campos, é preocupante. Ao todo, foram contabilizados 3.160 casos. Os dados chamam atenção sobre a necessidade de conscientização da população quanto aos cuidados e prevenção para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
Charbell Kury, subsecretário de Vigilância em Saúde. Foto: Arquivo J3News

Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde, o infectologista Charbell Kury, Campos pode viver uma epidemia de dengue em 2024. “Esperamos uma epidemia de dengue este ano, visto que o sorotipo 3 já chegou no estado do Rio de Janeiro e leva a quadros de hepatites. Já o tipo dois, que está com a gente há dois anos, leva a serosites, lesão pleural, lesão abdominal e choque, que é a principal preocupação por dengue”, alertou o médico.

Além do crescimento do número de casos de dengue, outra preocupação, segundo Charbell, é com a gravidade que a doença tem causado. “De 2021 para cá, período pós-covid, temos acompanhado casos com maior morbidade. Ou seja, mais número de casos e casos mais graves, principalmente nos extremos, ou seja, crianças com idade de 4 anos e pacientes mais velhos, com 50, 60 anos de idade. Isso posto, nós temos observado um número muito alto de mortes por dengue nesses últimos três anos”.

O Ministério da Saúde divulgou que a partir de fevereiro de 2024 será ofertada a Qdenga, vacina contra a dengue, mas, neste primeiro momento não estará acessível para toda população, ficará focada em público e regiões prioritárias.

Sintomas da dengue:

O infectologista alerta sobre os sintomas da doença que são febre, de moderada a alta, por, no máximo uma semana, dor de cabeça e dor atrás dos olhos, náuseas, dor muscular e nas juntas, e falta de apetite. “Em casos mais graves, o paciente pode evoluir para dor na região abdominal intensa, diarreia, vômitos, sangramentos e choque. Em caso desses sintomas, é necessário procurar ajuda médica imediatamente”, alertou.

A população precisa fazer a sua parte

Os cuidados para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti são sabidos pela população, mas, de acordo com o infectologista, é preciso de mais esforços individuais, pois 80 por cento dos focos do mosquito estão dentro das casas. “É importante verificar diariamente os locais que podem armazenar água nos quintais, assim como evitar de jogar lixos em terrenos baldios. A prefeitura tem feito mutirões, mas não adianta só ela fazer. A população precisa fazer a parte dela também”, alertou o infectologista Charbel Kury.

Segundo o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), de janeiro a dezembro de 2023, o CCZ realizou 83 mutirões, sendo 92.004 visitas domiciliares com 2.120 focos do mosquito eliminados.
Fonte: J3News

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