sábado, 13 de janeiro de 2024

Saúde do Estado simula respostas e ações em caso de epidemia de dengue no Rio de Janeiro

O objetivo é promover uma atuação integrada no combate e controle de arboviroses, como dengue e chikungunya

Secretária estadual de Saúde, Cláudia Mello

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) promoveu nos últimos dois dias um evento simulado de epidemia de dengue e chikungunya para integrar ações de diferentes setores da instituição. Os exercícios foram ministrados pela Organização Panamericana de Saúde (Opas) e contaram com a participação da secretária de Estado de Saúde, Cláudia Mello, além de subsecretários e profissionais de saúde de diversas áreas. O principal objetivo foi prepará-los para oferecerem respostas rápidas à população do Estado do Rio de Janeiro, em diferentes cenários epidêmicos, desde a chegada dos pacientes às unidades para análise clínica à coleta de exames enviados ao laboratório.

Os consultores da Opas simularam quatro cenários epidemiológicos diferentes para identificar eventuais lacunas na preparação e resposta do sistema de saúde do estado. As equipes tiveram que apresentar planos de contingência, diretrizes operacionais e procedimentos padrão por meio de exercícios teóricos e debates sobre as ações sugeridas para cada situação.

“Este simulado é importante para garantirmos eficiência desde a investigação de casos ao atendimento aos pacientes com suspeita de dengue em nossas unidades. Integrar os diversos setores em um cenário de epidemia é fundamental”, disse a secretária Claudia Mello.
Dados do Governo do Rio de Janeiro

O consultor de Vigilância, Preparação e Resposta a Emergências e Desastres do escritório da Opas e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil, Rodrigo Said, enfatizou a importância da parceria com o Estado para o fortalecimento das ações de saúde. Said pontuou ainda que o manejo clínico correto dos pacientes, por exemplo, é eficaz para minimizar o número de mortes.

“Precisamos pensar em processo de aperfeiçoamento contínuo. Perceber se o paciente foi hidratado, ficar atento à classificação de risco, valorizar os sinais de alarme. O nosso objetivo é sempre reduzir a letalidade”, disse.

Ao longo da capacitação foram levantadas questões como quais indicadores devem ser selecionados para avaliar o cenário epidemiológico; as medidas de controle vetorial; veículos, equipamentos de proteção individual e equipes de campo a serem enviadas para os municípios; estratégias de gestão intersetoriais e interinstitucionais a serem desenvolvidas; os principais aspectos da linha de cuidado ao paciente com dengue ou chikungunya; investigação dos óbitos; coleta, acondicionamento, transporte, análise e disponibilização dos resultados de amostras para as arboviroses em contexto de emergência; gestão de insumos estratégicos; fluxos assistenciais e regulação de leitos; entre outros aspectos. O treinamento também abrangeu as seguintes áreas: assistência farmacêutica, atenção primária, urgência, emergência, regulação, gestão hospitalar e controle laboratorial.

“Vale a pena pensar nas estratégias de discussão ampliada da rede para melhorar a coordenação e colaboração e esclarecer funções e responsabilidades”, completou Roberto Said.

Silvana Pereira, representantes da rede assistencial da secretaria, destacou que a participação no simulado trouxe novo olhar para um trabalho já realizado, mas com possibilidade de aprimoramento.

“Importante dizer que a oportunidade de aprendizado e atualização proporciona uma melhoria contínua na assistência integral e segurança do paciente, identificando sinais e sintomas e evitando agravo à saúde do paciente atendido”, pontuou.

Renato Dantas, assessor técnico da Coordenação de Vigilância Ambiental da SES-RJ, fez um balanço da sua participação no simulado.

“O treino proporcionou uma visão clara das áreas em que podemos aprimorar nossos processos e capacidade de resposta rápida. Foi revelador constatar que muitas das atividades propostas pela OPAS já estavam sendo executadas pela nossa equipe. Agora, estamos embarcando em um processo de aperfeiçoamento e ajustes do nosso Plano de Contingência Estadual para as Arboviroses”, analisou.
Agentes do CCZ de combate ao mosquito da dengue em Campos (Arquivo)

Silvia Carvalho, superintendente de Emergências em Saúde Pública da SES-RJ, destacou que a reestruturação do órgão tem como premissa promover respostas coordenadas por meio da articulação e da integração dos atores envolvidos, permitir a análise dos dados e informações para subsidiar a tomada de decisão dos gestores e técnicos, entre outras ações.

“A partir desses meios podemos definir estratégias e ações adequadas e oportunas para o enfrentamento de emergências sempre de maneira modular e flexível”, ressaltou.

Na aula ministrada pelo consultor da OPAS Rodrigo Frutuoso, foi pontuado que o manejo de um cenário de emergência é composto por três níveis de resposta: alerta, perigo iminente e emergência em saúde pública (ESP). Luciane Velasque, superintendente de Informação Estratégica em Vigilância e Saúde da SES-RJ, afirmou que novos protocolos serão estabelecidos a partir de agora.

“Esse foi um encontro divisor de águas. Vamos reorganizar nossos processos, ou seja, traremos nossos indicadores epidemiológicos e assistenciais para as análises de dados. Já a partir da próxima semana teremos novos encontros intersetoriais para que os avanços e aprendizados sejam colocados em prática”, contou.

Ao fim do evento, foi acordado que um novo Plano de Contingência, com novas recomendações sobre o fortalecimento dos sistemas, será entregue à OPAS.

Fonte: Ascom

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