sábado, 24 de fevereiro de 2024

Com risco iminente de epidemia, Campos ainda aguarda vacina contra dengue

CATARINE BARRETO 


Agente de endemias do CCZ

Em meio ao crescimento de casos de dengue em Campos, e em um cenário de epidemia no Estado do Rio, o município ainda não tem uma previsão do Ministério da Saúde para receber a vacina contra a doença transmitida pelo Aedes aegypti. Até essa quinta-feira (22), Campos confirmou 587 casos de dengue e 25 de chikungunya. Segundo a Prefeitura, o crescimento sustentado dos casos de dengue tem aumentado os riscos de epidemia, que deve ser decretada muito em breve. Enquanto não há certeza de quando chegará o imunizante, a Prefeitura segue com mutirões como forma de combate ao mosquito transmissor. Nessa sexta-feira (23), a secretaria municipal de Saúde informou que município está adotando o diagnóstico clínico-epidemiológico para a dengue, sem a necessidade de exames.

O Governo do Estado do Rio recebeu, nessa quinta, o primeiro lote de vacinas contra a dengue, enviado pelo Ministério da Saúde. Foram 231.928 doses. Essa primeira remessa foi destinada a crianças de 10 e 11 anos, em cidades da Região Metropolitana I, que inclui a capital e 11 municípios da Baixada Fluminense.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), não há previsão, por enquanto, de envio de vacinas para cidades do Norte Fluminense, incluindo Campos.

A equipe de reportagem entrou em contato com o Ministério da Saúde, para saber se há alguma previsão para que o imunizante chegue a Campos, mas nenhuma resposta foi dada até o fechamento da edição.

Mutirões - Nessa sexta, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) fez mutirões no IPS, em Goitacazes e na Tapera. No IPS, cerca de 30 agentes atenderam uma média de 1.016 imóveis.

A aposentada Amélia Lima, de 73 anos, abriu as portas de sua casa. “Eu sabia do mutirão pela mídia e estava no aguardo deles. Sempre vigio o quintal, os ralos, mas é importante deixar que os agentes entrem e nos auxilie”, disse.

Tratamento - O diagnóstico clínico-epidemiológico será feito por um médico a partir da apresentação de sintomas claros da doença no paciente. O diretor de Vigilância em Saúde, o infectologista Rodrigo Carneiro, explicou como funciona o critério. “A partir do aumento mantido no número de casos, além do risco de epidemia da doença, não é mais uma condição essencial a confirmação laboratorial. Um caso de dengue pode ser detectado com uma confirmação clínico-epidemiológica, isso ajuda no diagnóstico precoce e acelera o tratamento da doença”, disse.
Norte Fluminense tem 1.698 casos prováveis da doença
Com quase 50 mil casos, o Governo do Estado decretou epidemia de dengue na última quarta-feira (21). Desse total, 1.698 casos prováveis da doença estão concentrados na região Norte Fluminense.

Segundo a SES-RJ, até 22 de fevereiro, foram registrados 566 casos prováveis de dengue em Macaé; 544 casos em Campos; 466 em São Francisco do Itabapoana; 35 em São João da Barra; 32 em São Fidélis; 24 em Quissamã; 22 em Conceição de Macabu; e 9 em Carapebus.

“Os sorotipos identificados no estado, nos casos de contaminação pelos vírus, são dos tipos 1 e 2, sendo o 1 o prevalente. Em 2024, até o momento, foram registrados, na Região Norte, 16 casos de chikungunya. Não há registro de casos de zika este ano”, informou a pasta.

Por conta do avanço da doença, o estado criou um Centro de Operações de Emergência (COEs) Dengue para ampliar e agilizar a organização de estratégias de vigilância contra a doença. O COEs fica na sede da Secretaria Estadual de Saúde (SES), no Rio Comprido, na Zona Norte.

Agora, o objetivo é unir todos os setores de saúde, inclusive a Vigilância Sanitária, para dar uma resposta rápida para os municípios. Além disso, haverá ampliação de salas de hidratação em 22 Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) municipais e estaduais.
Fonte: Fmanhã

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