sábado, 2 de março de 2024

Um ano de saudades e clamor por justiça

CATARINE BARRETO


Caso Letycia completa um ano neste sábado

“Hoje ter essa vida sem ela é uma dor que nunca vai passar, é um vazio que não se pode ser preenchido”. A declaração é de Cintia Fonseca, que há 1 ano vive sem a presença física de sua filha Letycia Peixoto Fonseca, engenheira assassinada em Campos aos 31 anos, grávida de 8 meses, no dia 2 de março de 2023. Nesse período, Cintia busca forças para lutar por Justiça pelo seu luto e se apega aos animais da filha para amenizar uma saudade. Letycia foi morta dentro do carro da empresa em que trabalha e estava próxima de sua mãe, que presenciou o crime e também acabou baleada na perna. A vítima esperava ganhar o seu filho Hugo, que chegou a nascer com vida, mas não resistiu. Atualmente, o então companheiro de Letycia e pai de Hugo, o professor universitário Diogo Viola de Nadai, suspeito de ser o mandante do crime, além de outros três envolvidos no caso, seguem presos e devem ir a júri popular. Familiares de Letycia e Hugo vão realizar um ato contra a violência doméstiva, neste sábado, no Centro de Campos, às 10h.

Cintia lembra que Letycia tinha ela como uma amiga e que faziam tudo juntas. “Ela sempre almoçava conosco, não abria mão disso, passava aqui depois que saia do serviço, final de semana me chamava para comer no apartamento dela, que era aqui perto. Nós fazíamos tudo juntas, compras, mercado e hoje ter essa vida sem ela é uma dor que nunca vai passar, é um vazio que não se pode ser preenchido, porque a rotina nunca mais será a mesma. Sempre faltará minha filha, que sei que não vai voltar nunca mais”, lamentou.

As poucas coisas de Letycia que sua mãe preferiu não se desfazer foram os animais, o vestido de formatura da engenheira, álbuns de fotografias e dois cubos que formam o nome do neto Hugo. O restante dos objetos pessoais, Cintia decidiu compartilhar com as amigas da jovem. “Penso que se você for dividir alguma coisa que você gosta, você vai fazer isso com as pessoas que fazem parte da sua vida. E essas amigas dela sempre foram uma parte dela, porque mesmo na correria do dia-a-dia, elas estavam sempre presentes na vida uma da outra. Guardei o vestido porque é a lembrança da conquista dela, de um dia onde ela estava extremamente feliz, e o nome do meu neto em cubos, que ela comprou para o quartinho dele”, comentou.
A paixão de Letycia pelos bichos, segundo Cintia, vem desde pequena, quando morou por aproximadamente 15 anos em uma fazenda na cidade de Guapimirim. “No apartamento dela, vivia o Frajola e o Tomas, mas aqui em casa tem a Lola, a Mel, o Frederico e a Marie, e ela tinha muito amor por eles, era a paixão da vida dela. Nós construímos um espaço nos fundos de casa para que eles pudessem ficar em segurança. E ela também adorava alimentar os gatos de rua, que vivem aparecendo aqui até hoje. Eu continuo cuidando deles por gostar e principalmente, por ela”, disse ao mencionar também a cadela Pepa.
Fonte:Fmanhã

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