segunda-feira, 6 de maio de 2024

Rodrigo com Castro no TRE e Wladimir segue líder à reeleição

Nos tempos em que inauguraram uma pacificação hoje deixada para trás, os dois maiores políticos de Campos da sua geração: Rodrigo Bacellar e Wladimir Garotinho (Foto: Divulgação)

Semana de Rodrigo e Wladimir
A semana foi movimentada na política fluminense e goitacá. Na segunda (29), o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) rejeitou por unanimidade o pedido da defesa do presidente campista da Alerj, deputado Rodrigo Bacellar (União), para que seu processo no caso Ceperj, relativo à eleição de 2022, fosse desmembrado dos que respondem, pelo mesmo motivo, o governador Cláudio Castro (PL) e seu vice, Thiago Pampolha (MDB). Quatro dias depois, foi divulgada ontem (3) nova pesquisa Prefab Future à eleição a prefeito de Campos. Que confirmou a larga vantagem de Wladimir Garotinho (PP) à reeleição de prefeito. E a possibilidade de ele fechar a fatura já no 1º turno.

De Garotinho à defesa de Rodrigo
No último dia 5, em entrevista ao Folha no Ar, o próprio ex-governador Anthony Garotinho (REP) admitiu a possibilidade do seu rival Rodrigo chegar a governador, se Castro e Pampolha perdessem os cargos com o julgamento da “folha de pagamento secreto” da Fundação Ceperj. Agora, com a decisão do TRE, o que der para o governador e o vice, dará ao presidente da Alerj. “O que se buscou com o recurso foi garantir a ampla defesa, uma vez que o deputado Rodrigo Bacellar não participou das provas produzidas em uma das ações reunidas. O perfil do presidente da Alerj sempre foi marcado pela palavra e pela lealdade”, argumentou sua defesa.

Relator vota contra e cobra celeridade
Sustentada pela ex-ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Maria Claudia Bucchianeri Pinheiro, a tese da defesa de Rodrigo foi, no entanto, rejeitada pela Procuradoria Regional Eleitoral (PRE). Como pelo relator do caso no TRE, desembargador Peterson Barroso Simão: “Não posso protelar aquilo que, amanhã, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) pode me cobrar. Já estamos bastante atrasados. O princípio da celeridade processual é tudo o que não está acontecendo neste momento. Temos fatos semelhantes, oriundos do mesmo governo estadual. Não pode haver dois julgamentos sobre fatos oriundos do mesmo lugar”.

Nas próximas semanas?
A tese do relator pareceu prevalecer. Seu voto contra o desmembramento do processo de Rodrigo foi seguido pelos seis outros desembargadores presentes na sessão do TRE. A celeridade cobrada também parece ter prevalecido. A expectativa é que o julgamento tenha novidades já nas próximas semanas. Simão estipulou o prazo de 6 de maio, na próxima segunda-feira, para que a PRE apresente suas alegações finais. Em seguida, todas as defesas terão até 10 de maio, na próxima sexta, para se manifestarem. Castro, Pampolha e Rodrigo são acusados de abuso de poder político e econômico, e conduta vedada ao agente público.

Wladimir no 1º turno?
Feita a partir de entrevistas presenciais com 1.002 eleitores de Campos, no último dia 26 (sexta retrasada), com margem de erro de 3,1 pontos para mais ou menos e registrada no TSE sob o número RJ-04536/2024, a pesquisa Prefab projetou a reeleição de Wladimir em sua consulta estimulada com 64,5% dos votos válidos. Ou seja, venceria já no 1º turno, se a eleição de 6 de outubro, daqui a exatos 5 meses e 3 dias, fosse hoje. Ele viria seguido nos votos válidos pela deputada estadual Carla Machado (PT), com 22,4%; pela Delegada Madeleine (União), com 8,1%; e pelo deputado estadual Thiago Rangel (PMB), com 3,0%.
(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

Das intenções de voto à aprovação de governo
Os outros prefeitáveis citados na consulta induzida não chegaram a 1 ponto: o odontólogo Alexandre Buchaul (Novo) e o Professor Jefferson de Azevedo (PT) tiveram, cada um, 0,7% nos votos válidos; enquanto o ex-vereador Jorge Magal (SD) teve 0,6%. A quem entende algo de eleição, mais que as intenções de voto, no entanto, interessa a aprovação de governo. E o de Wladimir apareceu aprovado na Prefab por 70,5% da população, contra 14,9% que desaprovam e outros 14,6% que não souberam avaliar. E por que é isso que, de fato, definirá a eleição a prefeito de Campos em 6 de outubro?

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

Gordura de 20 pontos a turno único
A questão é matemática: Wladimir teve 42,96% dos votos válidos no 1º turno de 2020. Só não liquidou a eleição ali, tendo que disputar o 2º turno para derrotar seu hoje aliado Caio Vianna (MDB), por 7,04% mais um voto. Isso quando ele não tinha a máquina na mão. Agora, com ela e aprovada por 70,5% dos campistas, subtraídos destes os 42,96% que votaram nele já no 1º turno de 2020, o prefeito só precisa encontrar os 7,04% mais um voto entre os outros 27,54% que aprovam seu governo. Ou seja, o atual chefe do Executivo goitacá tem gordura potencial de mais de 20 pontos para definir a eleição em turno único.

William Passos, geógrafo com especialização doutoral em estatística pelo IGBE

Análise do especialista
“A pesquisa sinaliza grande possibilidade de reeleição em 1º turno de Wladimir, favorecida por mais de 70% de aprovação e pela rejeição abaixo de 10%. O cenário de 2024 é completamente diferente daquele de quatro anos atrás, quando os eleitores campistas foram às urnas no 1º turno com um prefeito mal avaliado (Rafael Diniz, Cidadania). Na segunda colocação em intenção, importante destacar, aparece Carla Machado, que independentemente da confirmação da candidatura, exibe força eleitoral”, analisou o geógrafo William Passos, com especialização doutoral em estatística pelo IBGE.
Fonte:Fmanhã

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