quarta-feira, 17 de julho de 2024

Zezé Motta e Arlete Sendra recebem homenagens da Universidade Estadual do Norte Fluminense

Atriz e cantora ganhará título de Doutora Honoris Causa, e, a dramaturga, o título de Professora Emérita

Atriz e cantora Zezé Motta, e a dramaturga e professora aposentada, Arlete Sendra

O Conselho Universitário da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Consuni) aprovou a concessão do título de Doutora Honoris Causa para a atriz e cantora Zezé Motta. Zezé Mota é a primeira personalidade a receber este título na Uenf. O Conselho Universitário também aprovou a concessão do título de Professora Emérita da Uenf à dramaturga e professora aposentada do Centro de Ciências do Homem (CCH) Arlete Parrilha Sendra. As homenagens serão entregues em 16 de agosto de 2024, durante a Sessão Solene de aniversário da instituição.

A atriz Zezé Motta se manifestou após saber da homenagem. “Eu fico muito feliz em saber que sirvo de referência. Penso que valeu a pena todas as batalhas que enfrentei até aqui como mulher preta, como atriz e cantora. Tenho muito orgulho em ser uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial no Brasil. Neste 2024 essa homenagem vem com um sabor ainda melhor, pois estou comemorando meus 80 anos de vida e 40 anos de criação do CIDAN (Centro de Informação e Documentação do Artista Negro) no Brasil. Estou viva, em atividade, lúcida e com prestígio. Ando com a agenda cheia de trabalho. Isso tudo é uma benção, todo dia eu agradeço — disse a artista.

De acordo com o artigo 83 do Regimento Interno da Uenf, o título de Professor Emérito é atribuído a “ex-professores que tenham alcançado posição eminente no ensino ou na pesquisa”. Já o título de Doutor Honoris Causa pode ser concedido a “personalidades que se tenham distinguido, seja pelo saber, seja pela contribuição fundamental à consolidação da instituição acadêmica, seja pela atuação em prol das Artes, das Ciências, da Filosofia, das Letras ou de melhor entendimento entre os povos”.

Arlete Sendra disse que foi tomada por “intensa e profunda emoção” ao saber do título honorífico. Contou que trabalhar na Uenf foi um sonho que virou realidade:

“Aprendi com este “emérita” que sonhos são passaportes . Parei de processar a busca de razões e deixei livre o fluir das sensações de alegria. Fiz um turismo pelos meus sessenta e dois anos de magistério. Meu passaporte – carimbo PUC/Rio – me abria possibilidades de escolhas de rotas . A Uenf era minha meta. A intensidade da emoção ainda vibra em mim. Um renascer de vida me envolveu. E é com a palavra, este instrumento que penetra nos escaninhos de nosso pensar e lavra ideias, desperta imaginários que agradeço à Uenf a honraria que me foi conferida: muito obrigada. E para vivê-la mais intensamente, recordo colegas e alunas e alunos que comigo caminharam e com eles compartilho esta nobre distinção”, disse.

“A concessão do título de Doutora Honoris Causa a Zezé Motta reflete o compromisso da UENF com a valorização de figuras que, através de suas obras e ações, contribuem significativamente para o enriquecimento cultural e a promoção da justiça social. Zezé Motta representa os valores de excelência, integridade e dedicação que nossa universidade preza e promove”, disse a reitora da Uenf, professora Rosana Rodrigues.

A proposta de concessão do título de Doutora Honoris Causa a Zezé Motta foi feita pela Diretoria de Cultura da Uenf. A homenagem reflete, segundo o diretor de Cultura, Giovane Nascimento, a preocupação da Universidade em reconhecer os talentos de Campos que, mesmo não abandonando suas raízes, muitas vezes não são identificados como campistas.

“É importante destacar ainda a relevância dela como mulher preta que sai de uma cidade que, lamentavelmente, ainda carrega as feridas da escravidão — assim como o restante do país —, e se coloca como um ícone de uma sociedade. Toda sua luta contra o racismo, a favor da população menos favorecida, dá o total brilho dessa nossa homenagem e nos deixa cada vez mais seguros em relação a esta indicação — disse Giovane.

Fonte: Ascom

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