O delegado Maurício Demétrio foi demitido da Polícia Civil do RJ. O decreto foi publicado nesta segunda-feira (16) no Diário Oficial do Estado. Ele está preso desde 2021 (veja abaixo mais detalhes).
A demissão foi assinada pelo governador Cláudio Castro na última sexta-feira (13).
Em janeiro, uma decisão do juiz Bruno Monteiro Rulière, da 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa do Rio, já havia determinado a perda da função pública. Na mesma decisão, ele foi condenado a quase 10 anos de prisão por obstrução de justiça em regime fechado.
O que dizia a sentença:
condenação a 9 anos, 7 meses e 6 dias de prisão;
condenação a 52 dias-multa, totalizando R$ 367.120;
cumprimento da pena em regime fechado;
perda do cargo de delegado e qualquer outra função;
imediata demissão;
negado o direito de recorrer em liberdade.
O g1 entrou em contato com a defesa de Maurício Demétrio, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
A reportagem também entrou em contato com o governo do estado para saber por que a demissão só foi publicada no fim deste ano.
A Polícia Civil informou que a Corregedoria investigou as transgressões e elaborou relatório recomendando a demissão (veja a nota completa mais abaixo).
Preso em 2021 e réu por outros crimes
Demétrio foi preso na Operação Carta de Corso por suspeita de comandar um esquema que exigia propina de lojistas da Rua Teresa, em Petrópolis, para permitir a venda de roupas falsificadas.
Segundo o Ministério Público, as extorsões aconteciam quando ele era titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial.
As investigações começaram em 2019 com o depoimento de uma lojista de Petrópolis que se recusou a pagar propina de R$ 250 por semana. Dias depois de se rebelar, sua loja foi alvo de operação da delegacia chefiada por Maurício, com mais de 100 peças de roupas apreendidas.
Os promotores também acusam o delegado de cobrar propina para atrapalhar o trabalho da própria polícia, criar dossiês com dados sigilosos, e de ter tentado armar duas operações falsas.
Em janeiro deste ano, Demétrio foi condenado por obstrução de justiça. Ele também responde por abuso de autoridade, denunciação caluniosa, fraude processual e discriminação e injúria racial.
Nota da Polícia Civil
“A Corregedoria-Geral de Polícia Civil (CGPOL) investigou as transgressões cometidas pelo servidor no exercício da função e elaborou relatório recomendando a demissão. O documento foi apreciado e ratificado pelo secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, que encaminhou para o governador Cláudio Castro, na sexta-feira (13/12). O ato da demissão foi publicado no Diário Oficial desta segunda-feira (16/12).”
Fonte: G1
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