Delegado estava internado em estado de choque após morte da filha.
Criança de 11 meses foi sepultada em Giruá, cidade próxima a Santa Rosa.
O homem estava internado desde a noite de quinta-feira (17) no Hospital Vida e Saúde, em estado de choque. Logo após a morte do bebê, ele precisou receber medicamentos calmantes a acompanhamento psiquiátrico. Ele deixou o local por volta das 12h. O hospital ainda não sabe informar se ele vai retornar para seguir o tratamento.
Filha única, a menina que completaria um ano de idade no dia 27 de janeiro foi velada desde a madrugada no Salão Paroquial da Igreja Matriz, em Santa Rosa. Familiares e amigos compareceram ao local para se despedir do bebê. Abalados com a tragédia, familiares não permitiram o acesso da imprensa e também não quiseram se pronunciar sobre o caso.
Segundo a polícia, o pai saiu de casa no início da tarde de quinta-feira junto com o bebê. Ele deveria levar a criança para a creche antes do trabalho, mas foi direto para a delegacia e esqueceu o bebê dentro do carro, estacionado no pátio da instituição, no bairro Cruzeiro.
O policial estava trabalhando em uma ocorrência na rua quando recebeu um telefonema da mulher, no final da tarde, perguntando por que a criança não estava na creche como de costume. O delegado retornou imediatamente até a carro junto com outro colega e a levou até o hospital, onde ela já chegou sem vida.
Médicos tentaram reanimar a criança por cerca de uma hora, mas sem sucesso. O pediatra César Altino estava na equipe que prestou socorro à menina. Segundo ele, a causa provável da morte do bebê é desidratação, provocada pela perda excessiva de líquidos em função da alta temperatura do carro e do corpo.
“A desidratação é extremamente grave, danosa para o sistema nervoso central.
Provoca precocemente alterações no cérebro do bebê, pode provocar convulsões, um colapso sistêmico, seguido de parada cardiorrespiratória”, disse o médico.
Um inquérito foi aberto para investigar o caso. De acordo com o delegado regional Márcio Steffens, os depoimentos começarão a ser colhidos na segunda-feira (21). A princípio, a Polícia Civil trata o caso como homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
“Foi uma fatalidade, um fato que consternou toda a Polícia Civil da região porque envolveu pessoas da nossa relação e porque vitimou um bebê. Em tese, pode ter ocorrido um crime e isso vai ser investigado, mas no momento nós temos que trabalhar o aspecto emocional, principalmente das pessoas que estão envolvidas”, diz ele.