Bom funcionamento de todos os órgãos é essencial para a vitalidade do corpo humano e os cuidados com a saúde se fazem mais que essenciais para a prevenção de doenças. Você alguma vez já parou para pensar na importância dos rins? Qual sua principal função e o que o comprometimento de seu funcionamento pode acarretar?
Reprodução / Priscilla Chiapin
Segundo o nefrologista, João Carlos Borromeu, a principal função dos rins é controlar o meio interno. Eles são os monitores do corpo humano, controlam a pressão arterial, os eletrólitos (sódio, potássio, cálcio, fósforo), excretam água, eliminam impurezas, tem função endócrina, e produz hormônios importantes na fabricação do sangue.
“Na verdade, os rins participam do sistema reno, cardio e vascular, porque o coração é uma bomba do sistema circulatório, mas todo sangue passa pelos rins”, disse.
Muitas pessoas sofrem de diversas doenças renais e as descobrem, em alguns casos, em estágio avançado fazendo com que fiquem dependentes de tratamentos durante toda a vida. O nefrologista explicou que essas doenças podem ter origens imunológicas e até mesmo genéticas, como é o caso das glomerulonefrites (processos inflamatórios nos rins). Mas as duas doenças principais que levam o paciente a desenvolver uma doença renal crônica são a hipertensão arterial e o diabetes.
De acordo com João Carlos, a doença renal é na maioria das vezes assintomática e para preveni-las, deve haver um controle da saúde em geral, como ter uma boa alimentação, pacientes que possuem hipertensão e diabetes, estarem sempre atentos e também reduzir o sal da alimentação, grande vilão e contribuinte para a formação dos cálculos renais. A maioria deles é formado por oxilato de cálcio, que causa 80% dos cálculos e o restante tem ligação com ácido úrico e outros fatores.
“A gente deveria comer cinco gramas de sal por dia, enquanto comemos dez, doze, quinze, tudo tem sal. Além do sal, a restrição de carne vermelha, praticar atividades físicas e observar tudo. O que tiver diferente, você tem que desconfiar, sempre nos checapes nunca deixar de avaliar o nível da creatinina (considerada marcador da função renal). É muito importante saber a história daquela família. Hipertenso, geralmente tem filho hipertenso. O diabético tipo 1 tem origem imunológica. Já o diabético tipo 2, está relacionado com a síndrome metabólica, com sobrepeso mais na maturidade e tem uma característica familiar. E as nefrites, que podem ser até genéticas”, revelou o nefrologista.
O paciente com cálculo renal pode evoluir em um tempo de mais ou menos dez a 20 anos para uma hipertensão arterial ou obesidade. Outra preocupação é quando junto ao cálculo se descobre a infecção urinária.
“Cálculo renal associado à infecção tem que avaliar muito bem. A infecção é uma demonstração de que alguma coisa está errada e precisa ser investigada. O cálculo é mais comum em família que tem cálculo. Ele em si, não é um problema único, pode estar sugerindo alguma alteração metabólica, um excesso do próprio sal, porque o sódio faz com que o cálcio se precipite mais nos tubos renais. Tem paciente que tem cálculo, mas na verdade ele pode ter uma síndrome intestinal, diarreia crônica, constipação crônica no intestino. Tem gente que tem vários cálculos e pode ter um hiperparatireoidismo (doença caracterizada pelo excesso de funcionamento das glândulas paratireoides). Então, quando se tem um cálculo, resolve-se o problema de imediato. Costumo dizer que o cálculo bom é aquele que dói, porque alerta a pessoa a procurar um cuidado”.
A doença renal crônica é classificada em estágios: leve, moderado, severo e avançado, sendo o último teoricamente, indicação de diálise, que é quando a função renal do paciente está abaixo de 15%, ou a taxa de filtração abaixo de 15ml por minuto. Surgem por ano, aproximadamente 300 novos pacientes por milhão de habitantes.
“A gente vai acompanhando o paciente via ambulatorial. Quando chega a 15%, tem que preparar o paciente para a terapia renal substitutiva, que pode ser pela diálise ou através do transplante”, afirmou João Carlos.
A diálise é dividida em duas partes: a hemodiálise, onde se faz a filtração do sangue em uma máquina e a diálise peritonial, que utiliza a membrana peritonial (barriga) para fazer um tratamento em casa com acompanhamento. É colocada uma solução dialítica dentro da barriga através de um cateter permanente.
Segundo o nefrologista, a melhor solução é o transplante caso o paciente tenha um doador e condição de fazê-lo, sendo a melhor opção terapêutica. Mas é necessário um acompanhamento durante a vida toda. “O transplante não cura, ele é a melhor opção de tratamento para os pacientes que têm condição de receber”.
Transplantado há três anos, o aposentado João Alves de Lima, de 63 anos, descobriu aos 58 anos que possuía rins policísticos. Tudo começou com um simples exame de próstata, onde nos exames pedidos pelo médico, foi descoberta a alteração na dosagem da creatinina.
“Não sentia nada. Foi muito sofrimento. Não desejo que ninguém passe por isso. Peguei até infecção durante o tratamento de diálise. Tive que parar com exercícios pesados, fazer dieta alimentar rigorosa. Quando fui chamado pela primeira vez, não tive condições de ir, não aguentava uma viagem, mas graças a Deus 20 dias depois fui chamado novamente e dessa vez deu tudo certo. É um milagre de Papai do Céu. Venci a batalha. Agora é seguir em frente com as orientações médicas”, relatou.
O neto de João, Luiz Carlos Barreto Alvez, de apenas 16 anos, também passou pelo mesmo sofrimento do avô. Quando ainda tinha três anos, Luiz começou a apresentar os primeiros sinais de que alguma coisa estava errada em seu corpo. Ele sofria de glomeronefrite crônica e seus rins chegaram a paralisar. Passou pelo tratamento de diálise peritoneal e aos nove anos passou pelo procedimento do transplante.
“Ele tinha muitas dificuldades, desmaiava, entre outras coisas a mais. Hoje, ele vive normalmente, faz dieta e toma os medicamentos”, concluiu o avô.
CUIDADOS ESSENCIAIS
- Evitar o consumo de carne vermelha;
– Sal em excesso, sementes e miúdos;
- Sempre acompanhar a dosagem da creatinina no sangue;
- Controle do diabetes;
- Não se automedicar;
- Cuidado com antiflamatórios, antidepressivos e diuréticos
- Ter atenção redobrada com os idosos, devido a função renal deles ser menor.
Priscilla Chiapin
Reprodução / Priscilla Chiapin
Segundo o nefrologista, João Carlos Borromeu, a principal função dos rins é controlar o meio interno. Eles são os monitores do corpo humano, controlam a pressão arterial, os eletrólitos (sódio, potássio, cálcio, fósforo), excretam água, eliminam impurezas, tem função endócrina, e produz hormônios importantes na fabricação do sangue.
“Na verdade, os rins participam do sistema reno, cardio e vascular, porque o coração é uma bomba do sistema circulatório, mas todo sangue passa pelos rins”, disse.
Muitas pessoas sofrem de diversas doenças renais e as descobrem, em alguns casos, em estágio avançado fazendo com que fiquem dependentes de tratamentos durante toda a vida. O nefrologista explicou que essas doenças podem ter origens imunológicas e até mesmo genéticas, como é o caso das glomerulonefrites (processos inflamatórios nos rins). Mas as duas doenças principais que levam o paciente a desenvolver uma doença renal crônica são a hipertensão arterial e o diabetes.
De acordo com João Carlos, a doença renal é na maioria das vezes assintomática e para preveni-las, deve haver um controle da saúde em geral, como ter uma boa alimentação, pacientes que possuem hipertensão e diabetes, estarem sempre atentos e também reduzir o sal da alimentação, grande vilão e contribuinte para a formação dos cálculos renais. A maioria deles é formado por oxilato de cálcio, que causa 80% dos cálculos e o restante tem ligação com ácido úrico e outros fatores.
“A gente deveria comer cinco gramas de sal por dia, enquanto comemos dez, doze, quinze, tudo tem sal. Além do sal, a restrição de carne vermelha, praticar atividades físicas e observar tudo. O que tiver diferente, você tem que desconfiar, sempre nos checapes nunca deixar de avaliar o nível da creatinina (considerada marcador da função renal). É muito importante saber a história daquela família. Hipertenso, geralmente tem filho hipertenso. O diabético tipo 1 tem origem imunológica. Já o diabético tipo 2, está relacionado com a síndrome metabólica, com sobrepeso mais na maturidade e tem uma característica familiar. E as nefrites, que podem ser até genéticas”, revelou o nefrologista.
O paciente com cálculo renal pode evoluir em um tempo de mais ou menos dez a 20 anos para uma hipertensão arterial ou obesidade. Outra preocupação é quando junto ao cálculo se descobre a infecção urinária.
“Cálculo renal associado à infecção tem que avaliar muito bem. A infecção é uma demonstração de que alguma coisa está errada e precisa ser investigada. O cálculo é mais comum em família que tem cálculo. Ele em si, não é um problema único, pode estar sugerindo alguma alteração metabólica, um excesso do próprio sal, porque o sódio faz com que o cálcio se precipite mais nos tubos renais. Tem paciente que tem cálculo, mas na verdade ele pode ter uma síndrome intestinal, diarreia crônica, constipação crônica no intestino. Tem gente que tem vários cálculos e pode ter um hiperparatireoidismo (doença caracterizada pelo excesso de funcionamento das glândulas paratireoides). Então, quando se tem um cálculo, resolve-se o problema de imediato. Costumo dizer que o cálculo bom é aquele que dói, porque alerta a pessoa a procurar um cuidado”.
A doença renal crônica é classificada em estágios: leve, moderado, severo e avançado, sendo o último teoricamente, indicação de diálise, que é quando a função renal do paciente está abaixo de 15%, ou a taxa de filtração abaixo de 15ml por minuto. Surgem por ano, aproximadamente 300 novos pacientes por milhão de habitantes.
“A gente vai acompanhando o paciente via ambulatorial. Quando chega a 15%, tem que preparar o paciente para a terapia renal substitutiva, que pode ser pela diálise ou através do transplante”, afirmou João Carlos.
A diálise é dividida em duas partes: a hemodiálise, onde se faz a filtração do sangue em uma máquina e a diálise peritonial, que utiliza a membrana peritonial (barriga) para fazer um tratamento em casa com acompanhamento. É colocada uma solução dialítica dentro da barriga através de um cateter permanente.
Segundo o nefrologista, a melhor solução é o transplante caso o paciente tenha um doador e condição de fazê-lo, sendo a melhor opção terapêutica. Mas é necessário um acompanhamento durante a vida toda. “O transplante não cura, ele é a melhor opção de tratamento para os pacientes que têm condição de receber”.
Transplantado há três anos, o aposentado João Alves de Lima, de 63 anos, descobriu aos 58 anos que possuía rins policísticos. Tudo começou com um simples exame de próstata, onde nos exames pedidos pelo médico, foi descoberta a alteração na dosagem da creatinina.
“Não sentia nada. Foi muito sofrimento. Não desejo que ninguém passe por isso. Peguei até infecção durante o tratamento de diálise. Tive que parar com exercícios pesados, fazer dieta alimentar rigorosa. Quando fui chamado pela primeira vez, não tive condições de ir, não aguentava uma viagem, mas graças a Deus 20 dias depois fui chamado novamente e dessa vez deu tudo certo. É um milagre de Papai do Céu. Venci a batalha. Agora é seguir em frente com as orientações médicas”, relatou.
O neto de João, Luiz Carlos Barreto Alvez, de apenas 16 anos, também passou pelo mesmo sofrimento do avô. Quando ainda tinha três anos, Luiz começou a apresentar os primeiros sinais de que alguma coisa estava errada em seu corpo. Ele sofria de glomeronefrite crônica e seus rins chegaram a paralisar. Passou pelo tratamento de diálise peritoneal e aos nove anos passou pelo procedimento do transplante.
“Ele tinha muitas dificuldades, desmaiava, entre outras coisas a mais. Hoje, ele vive normalmente, faz dieta e toma os medicamentos”, concluiu o avô.
CUIDADOS ESSENCIAIS
- Evitar o consumo de carne vermelha;
– Sal em excesso, sementes e miúdos;
- Sempre acompanhar a dosagem da creatinina no sangue;
- Controle do diabetes;
- Não se automedicar;
- Cuidado com antiflamatórios, antidepressivos e diuréticos
- Ter atenção redobrada com os idosos, devido a função renal deles ser menor.
Priscilla Chiapin